Ásia mantém hegemonia no badminton; Brasil treina forte

O chinês Lin Dan, bicampeão olímpico, durante partida de badminton nos Jogos de Londres 2012 / Foto: Michael Regan / Getty Images

Rio de Janeiro - Berço de grandes ícones do badminton, a Ásia mantém sua hegemonia no esporte. Bicampeão olímpico, o chinês Lin Dan, de 29 anos, se tornou, em agosto, o primeiro atleta da história com cinco títulos mundiais. A 19ª edição do Campeonato Mundial de badminton também revelou a tailandesa Ratchanok Inthanon, de 18 anos, a mais nova campeã do mundo.
 
Super Dan, como é conhecido, derrotou o malaio Lee Chong Wei, seu arquirrival, na final do campeonato. A partida decisiva foi uma reedição das duas últimas finais olímpicas. Tanto em Pequim 2008 quanto em Londres 2012, Lin Dan venceu o mesmo adversário e contabiliza agora 22 vitórias contra nove derrotas sobre o malaio.
“As pessoas duvidavam da minha condição e do quão longe eu poderia chegar, depois de cerca de um ano ausente das competições de alto nível. Mostrei que, em quadra, o que conta é a atitude e o espírito de sacrifício”, afirmou o atleta, casado desde 2010 com a bicampeã mundial e medalha de prata nos Jogos de Pequim 2008, Xie Xingfang.
 
Já na final feminina, a tailandesa Ratchanok Inthanon venceu a chinesa Li Xuerui, atual campeã olímpica, e colocou o seu nome entre as favoritas para conquistar o título nos Jogos Rio 2016. A menina prodígio já é uma celebridade em seu país, onde foi recebida pelo primeiro ministro, Yingluck Shinawatra, participa dos mais populares “talk shows” e foi “desafiada” pelo chefe de polícia de Bangkok, o tenente-general Kamronwit Toopkracha, de 60 anos, um amante do esporte.
 
“Ser campeã mundial era o meu sonho”, disse Ratchanok, primeira atleta não chinesa a conquistar o título mundial desde 1999, quando a dinamarquesa Camilla Martin ficou com o título.
 
“Meu objetivo agora é ser a número 1 do mundo, o que espero alcançar em um ou dois anos, e conquistar a medalha de ouro no Rio de Janeiro”, acrescentou.
O Mundial sagrou ainda três duplas campeãs. As chinesas Wang Xiaoli e Yu Yang ficaram com o título feminino. No masculino, Muhammad Ahsan e Hendra Setiawan, da Indonésia, foram os campeões. Já nas duplas mistas o título ficou com Tontowi Ahmad e Lilyana Natsir.
 
Seleção treina forte em Campinas
 
Nenhum atleta brasileiro conseguiu classificação para disputar o Mundial 2013. A seleção continua treinando forte em Campinas, com o técnico português Marco Vasconcelos, veterano presente em três edições dos Jogos Olímpicos. Em entrevista ao site rio2016.com, Alex Yuwan Tjong, um dos melhores atletas brasileiros da atualidade, disse que o esporte está crescendo no país.
 
“Estamos conquistado melhores resultados. Até o ano passado tínhamos um déficit muito grande em questão de qualidade de treino. Nesse ano a coisa mudou. O Marco foi contratado e estamos treinando com uma seleção permanente. Acredito que estamos evoluindo, principalmente porque estamos batendo de frente com os melhores da América e nivelando com os europeus”, explicou Alex, que reverenciou a categoria de Super Dan, a quem considera o Pelé do badminton internacional.
 
“O estilo de jogo do Lin Dan é bem ofensivo, e o que o diferencia dos demais é a sua visão de jogo. Ele antecipa não só uma jogada, mas duas ou três. Quando você o vê jogar tudo parece fácil, pois mesmo em dificuldade ele inverte a jogada”, elogiou o atleta de 22 anos, que defende o Brasil desde 2004, quando integrou a seleção juvenil.
 
Além de Alex Tjong, integram a seleção brasileira permanente: Alkimin Leonardo, Daniel Paiola, Hugo Arthuso e Luiz dos Santos. Ana Paula Campos,Fabiana Silva, Lohaynny Vicente, Paula Pereira e Yasmin Cury formam a equipe feminina. Disputar os Jogos Rio 2016 é o objetivo de todos.
 
“Meu sonho, desde criança, é estar nos Jogos Olímpicos e tenho me preparado para isso há anos. Assim como eu, meus companheiros de equipe também vão fazer o seu melhor para conquistar a classificação e representar o Brasil”, afirmou Alex.