Brasil cai para Croácia e encara Argentina como “jogo do tudo ou nada"

Guilherme reclama com a arbitragem / Foto: Tom Pennington / Getty Images

Rio de Janeiro – A seleção brasileira masculina de basquete entrou em quadra nesta quinta-feira, pela terceira rodada do torneio olímpico, com uma missão muito clara: garantir uma classificação e uma vida mais fácil na fase de quartas de final, fugindo do duelo contra a favorita seleção americana. Para isso, precisava derrotar a Croácia, mas foi surpreendida por um ataque impressionante de bolas de três e um Bogdanovic marcando 33 pontos (o croata foi o cestinha da partida, que terminou 80 a 76). Agora, a própria classificação para a próxima fase está em risco e, na próxima partida, o Brasil precisa vencer ninguém menos que a Argentina de Ginóbili, forte candidata ao pódio.

O técnico da seleção brasileira, curiosamente argentino, crê que faltou tranquilidade para a equipe reverter o placar quando chegou próxima dos croatas. “Falta talvez um equilíbrio, um pouco de tranquilidade e leitura do que está acontecendo para poder bater e ir para frente. Acho que encontramos a Croácia hoje com um potencial de chutes no primeiro tempo acho que de 70%, uma coisa surreal, absurdo o que jogaram”, analisa Ruben Magnano.

O jogo realmente não se mostrou fácil desde o início. O primeiro quarto começou equilibrado, com ambas as defesas marcando sem sucesso no garrafão e permitindo a conclusão das bolas de dois pontos. E se nos primeiros dez minutos de jogo as duas seleções apresentaram certo equilíbrio, com um placar apertado de 19 a 17 para os croatas, o segundo quarto veio como um pesadelo para a seleção brasileira.

Ineficiente nos ataques (nas bolas de três, por exemplo, o Brasil teve zero aproveitamento nas duas únicas tentativas) e na defesa, a equipe permitiu que a Croácia abrisse sua maior diferença no jogo até então, de 12 pontos, com o cestinha Bogdanovic sendo protagonista.

Nenê busca o ataque / Foto: Tom Pennington / Getty Images

No terceiro quarto o Brasil ensaiou uma recuperação, logo de início, com uma bola de três e dois tiros certeiros de dois pontos, baixando para apenas seis pontos a diferença croata. Brilhou novamente a estrela de Bogdanovic nos lances livres, e o aproveitamento da equipe europeia seguia acima do brasileiro em todas as frentes. No final do terceiro período de jogo a seleção brasileira havia conseguido diminuir em apenas um ponto a diferença, deixando o placar acumulado em 59 a 50.

“Assim como a gente ganhou da Espanha, acabou esquecendo. Tem que pensar jogo após jogo porque é um grupo da morte, cinco seleções brigando. Tentar alternar menos, porque contra a Espanha, contra a Lituânia a gente tem alternando muito”, declarou Marquinhos à imprensa após o jogo.

No quarto período de jogo houve uma tentativa de reação do Brasil, que chegou a ficar apenas três pontos atrás do placar, mas desperdiçou boas chances de ataque. “A gente tenta fazer o melhor mas eles fizeram uma ótima marcação lá dentro. Mas tentamos passar a bola lá fora, ser mais agressivo, mas infelizmente não tivemos uma ótima porcentagem. A gente vai pensar bastante, visualizar bastante o próximo jogo antes dele acontecer”, avalia Nenê.

Pedreira argentina pela frente

Com duas derrotas e uma vitória, o Brasil precisa agora de uma vitória contra a Argentina para seguir sonhando com a classificação. “A gente fica chateado, lógico. Todo mundo sente a derrota, e é bom que sinta. A gente tem que absorver para descansar e preparar para o jogo contra a Argentina, que é uma final para a gente”, explica Guilherme.

Augusto tenta marcar o croata Saric / Foto: Tom Pennington / Getty Images

“O sentimento é de levantar a cabeça, não tem nada perdido. Fizemos uma partida consistente, sabemos que nosso ponto forte é o defensivo, treinamos uma estratégia de anular um cara que era um chutador e pecamos nisso. Mas a gente tem que pegar esses erros e aprender. Não temos mais tempo de cometer erros, temos que ganhar, ajudar um ao outro e visualizar o próximo jogo nós ganhando, saindo felizes, porque isso mentalmente, ajuda muito”, pensa Nenê.

O grupo do Brasil está bem indefinido ainda. Com Brasil, Argentina, Lituânia, Croácia e Espanha com chances de classificação, apenas a fraca Nigéria fica abaixo. Os quatro melhores se classificam e neste momento o Brasil está na linha de corte, com apenas uma vitória.

“Está tudo enrolado. Jogos que esperávamos que uma equipe ganhasse e perde, então é uma lição diária. A gente tem que pensar no grupo, na nossa capacidade, sabendo que não temos margem para erro mais”, finaliza Nenê.

“Nós vamos ser competitivos, vamos tentar ganhar para não ficar fora dos Jogos Olímpicos. Nada até agora nos abalou. Aqueles 30 pontos contra a Lituânia, depois a Espanha, hoje estar longe do placar e chegar, eu tenho muita esperança que o jogo contra a Argentina será melhor”, conclui Magnano.

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