Robson Conceição mira medalha e mostra confiança para Rio-2016

Rio de Janeiro - A voz serena, tranquila e o sotaque carregado de baianidade mostram bem a origem de um dos representantes do Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016, na disputa do boxe. Já o teor das palavras mostra a vontade e autoconfiança do boxeador Robson Conceição em sua preparação para fazer um bom papel no Rio de Janeiro.

 

Nascido em Salvador, ele prefere não comentar as possibilidades de resultados que a modalidade pode trazer para o Brasil, mas se mostra confiante em lutar por pódio. “Não posso falar pelos outros, mas neste momento estou mantendo e aprimorando o condicionamento físico para, quando começar 2016, aumentar a intensidade dos meus treinos. Vou ‘comer’ treino e trazer uma medalha para o Brasil. Quem quer chegar longe não pode pensar em representar apenas, tem que pensar em ganhar”, afirmou o atleta de 27 anos.

 

Sobre o fato de disputar os Jogos no Brasil, o boxeador diz ser um fator favorável e lamenta pelos atletas que temem pela pressão do ‘fator casa’. “É uma emoção enorme participar de Jogos Olímpicos. Em casa, então, no meu país, será muito mais gratificante, com a torcida a seu favor, passando energia positiva pra você. Isso é muito bom”, exaltou, para em seguida completar: “Se o atleta se deixar abater por se sentir pressionado com a presença da família, dos brasileiros nos locais das competições, a situação vai complicar. Tem que olhar por esse lado de energia positiva. A partir daí, a chance de medalha aumenta”.

 

No início deste mês, Robson disputou o Torneio Internacional de Boxe, que serviu como evento-teste para os Jogos Olímpicos Rio 2016 e reuniu 69 atletas, de 18 países na capital fluminense. Nos três dias da competição realizada no Pavilhão 4 do Riocentro, no Rio de Janeiro, foram realizados 52 combates, no masculino e feminino. Robson ficou com a medalha de ouro na categoria 60kg ao derrotar Hurshid Tojibaev, do Uzbequistão.

 

Robson Conceição é vinculado à AIBA Pro Boxing (APB), liga da Associação Internacional de Boxe Amador. Embora o contrato dê ao baiano certa estabilidade financeira e apoio nos treinos, ele não pode participar de competições que não são promovidas pela AIBA. “Não fui liberado para participar do Pan-Americano de Toronto, por exemplo. Só posso lutar por essa Liga e umas três ou quatro lutas antes das Olimpíadas. Torneio normal eu não posso”, lamentou.

 

Programa Luta pela Cidadania

 

Robson participou do lançamento do Programa Luta pela Cidadania (PLC), na última segunda-feira (21. 12), em Brasília, e destacou a importância do projeto. “Um programa como esse é de extrema importância, principalmente no momento em que o Brasil vem passando por uma instabilidade financeira. O Rio-2016 está batendo na porta, então um incentivo como esse vem para ajudar a encontrarmos novos talentos. Afasta as pessoas das ruas e a tendência é criarmos cidadãos de bem”, disse.