Superliga 16/17: Ju Paes, da praia para as quadras

Carioca da gema, a líbero do Pinheiros conta como o vôlei sempre marcou presença na sua vida / Foto: Ricardo Bufolin/ECP

São Paulo - Recepção e defesa, são as principais características de uma líbero. E estas características também se aplicam facilmente a Juliana Paes Filippelli (#18 Ju Paes), ela sabe como ninguém recepcionar as novas e velhas amizades e quando o assunto é o irmão mais novo, defende com unhas e dentes, procurando sempre ser uma referência, dentro e fora das quadras.
 
“O meu irmão é viciado em vôlei, desde a barriga da minha mãe ele já estava nos jogos, acompanhou todo o meu processo de crescimento dentro do vôlei. Com seis anos ele já entrou na escolinha, e hoje também joga. Ele me acha tipo um ídolo, fala para os amigos dele: “Eu sou irmã da Ju Paes”. Sou um exemplo para ele, então eu tento dar o maior exemplo possível”, conta a líbero pinheirense.
 
O caminho a ser percorrido por Ju Paes, não poderia ser diferente, o vôlei sempre esteve presente em sua vida. Quando criança a atleta até chegou a experimentar outras atividades, como ginástica artística, saltos ornamentais e até balett. “Minha mãe tentou me colocar na aula de balett, eu fui um dia e me senti deslocadíssima, nunca mais quis voltar”, ela comenta.
 
A jovem já tinha exemplo dentro de casa, com os pais sendo jogadores federados na época da adolescência. Além disso, costumada acompanhar bastante a carreira da prima, que também era jogadora. “Não me dei bem em outros esportes, daí o meu pai falou: “Por que você não joga vôlei? Você sempre gostou de ver sua prima jogando””, explica a jogadora.
 
Escutando os conselhos do pai, a atleta não poderia ter tido um melhor começo, iniciando na modalidade aos 11 anos, jogando vôlei de praia na escolinha do Bernardo, no Rio de Janeiro, sua cidade natal. Dois anos depois (em 2007), já era uma atleta federada e passou a jogar não só na praia, como na quadra. Permaneceu assim por três anos, até que teve que optar por qual dos dois caminhos queria seguir.
 
“Comecei a jogar no Tijuca Tênis Clube e me mantive jogando nos dois até 2010, quando eu tive que escolher, porque fui chamada para a Seleção Brasileira Infanto. Eu precisei decidir entre estar na quadra ou na praia, daí eu pensei: já estou na seleção brasileira, então larguei a praia e fiquei só na quadra”, confirma a jogadora.
 
No final de 2010, disputou sua primeira Superliga pelo time de Macaé. E apesar do local de treino ficar há umas duas horas da casa dos seus pais, teve sua primeira experiência de morar sozinha, aos 16 anos.
 
“Dividia o apartamento com várias meninas, eram três quartos grandes, com duas meninas em cada um deles. Eu não sabia fritar um ovo, mal sabia fazer miojo e brigadeiro. Eu chorava e a minha mãe, coitadinha, ficava com o coração apertado. Ela queria chorar junto, mas não podia. Se ela chorasse também, acho que eu iria desistir, então ela e meu pai sempre me incentivavam e me diziam que isso também fazia parte”.
 
Depois do Macaé, Ju Paes passou pelo São Caetano, duas temporadas no Sesi, outra no Rio do Sul e está na sua 2ª temporada pelo Pinheiros (desde 15/16). Atualmente morando em São Paulo, a carioca divide apartamento com a central do Pinheiros, Adri, mas sempre que possível faz uma visitinha a “cidade maravilhosa”.
 
“Sempre que tem um final de semana que está mais tranquilo, eu tento ir para o Rio de Janeiro e aproveito para pegar uma praia. Eu amo praia! Se tivesse uma praia aqui do lado, eu acho que iria sempre”, brinca a atleta.
 
Atualmente a líbero não está comprometida, mas não descarta a possibilidade de formar uma família. Ela conta que vê muito os pais como exemplo e que espera construir uma família sólida, assim como eles fizeram. Além disso, Ju Paes afirma ter o sonho de um dia ser mãe. 
 
“Acho que dentro do esporte você precisa planejar, porque se quiser ter vida longa na carreira, você precisa ver o momento que vai ter filho. Se você está no ápice da sua carreira por exemplo, talvez não seja a hora de ter um filho naquele momento, porque vai dar uma quebra de ritmo. Se acontecer de eu conhecer alguém e quiser ter uma família, eu vou planejar, assim como fizeram a Jaque, a Tandara, que tiveram filho, voltaram e estão aí na ativa”.
 
E pensando fora das quadras, a jogadora revela que um dos cursos que já pensou em fazer é a Engenharia, que tem uma certa preferência pela área de exatas. No entanto, no momento prefere focar apenas no vôlei, pois prefere focar 100% em uma única atividade, ao invés de se doar 50%, 50%.
 
A atleta ainda tem entre suas metas no esporte, ser convocada para uma Seleção Adulta e disputar uma Olímpiada, mas garante que o vôlei já lhe proporcionou muitas coisas boas.
 
“O vôlei me trouxe e me traz as melhores amizades que eu tenho e me permitiu conhecer lugares pelo Mundo, que se eu não jogasse eu não conheceria. E quando eu conquistei um título mundial, com a Seleção Sub23, em 2015, foi indescritível”, finaliza Ju Paes. 
 
Pinheiros na Superliga 16/17 - Após alguns dias de pausa na Superliga, o E.C. Pinheiros volta a entrar em quadra nesta sexta-feira (03), para enfrentar o Dentil/ Praia Clube. O jogo será disputado em casa, começando a partir das 21h30, com transmissão ao vivo pelo SporTV.
 
Neste começo de ano, as pinheirenses que encerraram o primeiro turno da Superliga, ficando em 7º lugar na tabela, garantiram sua participação na Copa Banco do Brasil.
 
A competição que acontece paralela a Superliga, sempre reúne as oito primeiras equipes do 1º turno, que disputam de forma cruzada (o primeiro da tabela contra o oitavo, o segundo contra o sétimo e assim por diante) e em sistema mata-mata, onde conforme as equipes vão vencendo vão avançando para as finais e as que perdem vão sendo eliminadas.
 
O Pinheiros fez o seu segundo jogo do returno da Superliga contra o Vôlei Nestlé e conseguindo uma vitória em casa por 3x2. Após quatro dias, voltou a enfrentar a mesma equipe, mas desta vez na casa das adversárias, pela Copa Banco do Brasil e infelizmente não conseguiu repetir o resultado, deixando a disputa. Depois disso a equipe foi até Belo Horizonte, onde fez mais uma partida da Superliga contra o Camponesa Minas, no último dia 20, com as donas da casa levando a melhor por 3x0.

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