São José conquista, invicto, o Brasileiro de Rugby XV - Super 10

A equipe do São José conquistou, invicto, o Brasileiro de Rugby XV - Super 10 e atingiu sete conquistas nacionais na sua história / Foto: Mario HenriqueEmbu das Artes - A equipe do São José conquistou, invicto, o Brasileiro de Rugby XV - Super 10 e atingiu sete conquistas nacionais na sua história.

Na decisão, disputada na cidade de Embu das Artes, em São Paulo, na noite deste sábado (19), os representantes do Vale do Paraíba bateram o Bandeirantes por 20 a 15 e levantaram a taça. O terceiro lugar ficou com o SPAC que derrotou o Pasteur por 27 a 10 na preliminar.

O título foi alcançado de maneira bastante suada pelo São José. Logo de cara, a equipe converteu um penal com Tanque. O Band pressionou em busca do empate e conseguiu o 3 a 3 com a cobrança de Juli. Com o jogo equilibrado, Putim colocou o time do Vale do Paraíba em vantagem com um drop goal.

Mas, o grupo da capital paulista pressionou e fez um try com conversão. A jogada foi histórica, já que a arbitragem utilizou pela primeira vez no País o sistema TMO (Television Match Official) para definir se houve ou não try. O replay do quinto auxiliar foi indeferido, porém em seguida, após o scrum, o Band marcou o try, convertido por Juli, que fechando a primeira etapa em 10 a 6.

O São José voltou melhor na segunda etapa e virou o placar com Moisés, que passou por quatro marcadores e marcou o try. O irmão dele, Tanque, fez o ponto de bonificação e a contagem ficou 13 a 10. O time passou a administrar a vantagem e aumentou o marcador com uma boa jogada de Rafa e mais uma cobrança de Tanque. O Bandeirantes ainda marcou mais um try, sem conversão, mas a reação terminou por aí e o placar finalizou em 20 a 15.

"O título foi conquistado com garra e coração. Os nossos adversários só valorizaram ainda mais a nossa taça. O trabalho foi bem feito e agora é comemorar", disse Rafa, que recebeu a medalha com um chapéu de palha, no maior estilo ‘caipira’.

Um dos destaques da partida final foi o Tanque, que converteu dois penais. O jogador exaltou o elenco. "Nossa equipe tem um banco de qualidade, jogadores unidos e bem preparados. O objetivo é manter o grupo e repetir a dose em 2012", afirmou o jogador do São José e da seleção brasileira.

Os vice-campeões também comentaram o campeonato equilibrado e mostraram que, apesar da vantagem do São José, o nível técnico apresentado pelo Bandeirantes está cada vez mais alto. "Independentemente do resultado, o time está orgulhoso, já que criamos um grupo e colocamos vários jogadores na seleção brasileira. O trabalho deverá ser mantido", salientou o português João Uva.

O maior pontuador do Campeonato foi Juli do Bandeirantes. O atleta fez 93 pontos e recebeu o troféu da Confederação. Mesmo com a honraria, o argentino naturalizado brasileiro estava triste com a derrota. "Ficou um sabor amargo. Não adianta nada ser o melhor e não ser campeão. Estou contente pela minha evolução técnica, mas gostaria de ter fechado a temporada de ouro com a taça", explicou Juli.

As duas equipes protagonizaram os principais duelos nos últimos três anos. Em 2009, o Band venceu por 13 a 9 a final. Na temporada seguinte, os joseenses deram o troco com 54 a 3 no jogo decisivo.

Os campeões de 2011: 1- Clair, 2- Plínio, 3- Leonardo, 4- Brunão, 5- Julio dos Santos, 6- Matheus, 7- Spani (C), 8- Diogo, 9- José Vitor, 10- Putim, 11- Espanhol, 12- Carlos Eduardo, 13- Moisés, 14- Rafa, 15- Pêlo, 16- Abrantes, 17- Eduardo, 18- Luiz Eduardo, 19- Carlos Henrique, 20- Henrique, 21- Tanque, 22- Tuniko, 23- Alisson; Técnico: Ignácio Ferreyra, o "Nacho".

A disputa do bronze e demais posições - O SPAC praticamente dominou o jogo todo em Embu das Artes e saiu com o terceiro lugar de 2011 com a vitória por 27 a 10 sobre o Pasteur. A torcida na arquibancada apoiou o time paulistano que saiu na frente com uma penalidade convertida por João Pires. O Pasteur empatou no lance seguinte, mas não conseguiu segurar a velocidade dos adversários, principalmente de João Pires, o Torosso, que converteu os principais tries. Para comemorar o bronze, os atletas fizeram uma dança irreverente com o sucesso de Michel Teló para a torcida.

Um pouco mais cedo, na disputa do quinto lugar, o Desterro saiu vencedor com 32 a 10 no Rio Branco. Em Curitiba, UniBrasil/CRC fez 46 a 5 no Farrapos e ficou em sétimo.

O nono e décimo lugar já foram definidos em uma partida entre Niterói e BH, que aconteceu no dia 10 de setembro, com vitória da equipe mineira por 19 a 5. Os cariocas garantiram a permanência no Super 10 2012, pois venceram o Ilhabela, campeão da Copa do Brasil, segunda divisão do rugby XV. 
 

Balanço do Super 10 - Depois de três meses de competição, a Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) se mostra satisfeita com a evolução do torneio e ressalta as conquistas inéditas, como a parceria com o canal Sportv para a transmissão ao vivo das semifinais e finais, bem como a utilização do TMO (Television Match Official), ou Vídeo Referee, uma tecnologia para auxiliar a arbitragem na marcação de tries.

"Entendemos que foi um sucesso, especialmente por ser o primeiro campeonato subsidiado pela Lei de Incentivo ao Esporte. Com isso tivemos a participação de equipes de seis estados e todos os times viajando graças ao incentivo. Além disso, tivemos bons jogos e as equipes mostraram-se niveladas, o que contribui para o crescimento da modalidade", comentou Sami Arap Sobrinho, presidente da CBRu.

O presidente ainda ressaltou a importância dos patrocinadores, que proporcionaram um evento mais enriquecido e estão ativando as marcas, como é o caso da Topper e da Heineken, que dividiram um espaço vip no Estádio Municipal de Embu das Artes e puderam ampliar o relacionamento com o público durante as finais do evento.

"O mais importante é desenvolver o esporte. Mas a principal qualidade da CBRu é o profissionalismo. Além disso, os valores do rugby estão alinhados com a filosofia da empresa", comentou German Pipet, gerente da Topper Brasil.

Para 2012, a CBRu promete melhorar ainda mais o evento, reparando os erros e já pensando em ampliar a quantidade de equipes participantes. "Já é possível pensar em Super 12, ano que vem iremos propor a mudança do atual modelo e assim tornar o campeonato mais completo e competitivo", finalizou Sami Arap Sobrinho.

Confira a campanha do São José no Super 10 2011:

Fase de Grupos
Grupo Amarelo
São José 58 x 17 Farrapos
Niterói 3 x 25 São José
São José 15 x 10 SPAC
São José 25 x 10 Rio Branco

Quartas-de-final
São José 48 x 11 UniBrasil/CRC

Semifinal
São José 17 x 12 SPAC

Final
São José 20 x 15 Bandeirantes

As outras decisões:
UniBrasil/CRC 46 x 5 Farrapos
Desterro 32 x 10 Rio Branco
SPAC 27 x 10 Pasteur

Classificação final do campeonato:
1º - São José
2º - Bandeirantes
3º - SPAC
4º - Pasteur
5º - Desterro
6º - Rio Branco
7º - UniBrasil/CRC
8º - Farrapos
9º - BH Rugby
10º - Niterói

Maiores pontuadores
1º Juli (Bandeirantes) - 93 Pontos
2º Tanque (São José) - 73 pontos
3º João Neto (SPAC) - 54 pontos

Confira a lista de Campeões Brasileiros:

SPAC (SP) - 12 títulos (1999, 1978/1974, 1969 - 1967/1964)
Alphaville (SP) - 9 títulos (1992, 1991, 1989/1986, 1983/1982, 1980)
Niterói (RJ) - 7 títulos (1990, 1985, 1984, 1983,1979, 1976)
São José (SP) - 7 títulos (2011, 2010, 2008, 2007, 2004-2002)
Bandeirantes (SP) - 4 títulos (2009, 2001, 1995, 1988)
Rio Branco (SP) - 4 títulos (2006, 1998, 1997, 1993)
Desterro (SC) - 3 títulos (2005, 2000, 1996)
Medicina Rugby (SP) - 2 títulos (1981, 1973)
Pasteur (SP) - 2 títulos (1994, 1987)
São Paulo Barbarians (SP) - 2 títulos (1971, 1970)
FUPE (SP) - 1 título (1972)