Superação e inclusão social marcam corrida paulistana do Circuito Caixa

São Paulo - A etapa de São Paulo do Circuito de Corridas Caixa, que vai levar ao Estádio do Pacaembu, domingo (14), grandes nomes do atletismo brasileiro, como Marílson Gomes dos Santos, também ajudará a divulgar a corrida de rua como forma de inclusão social para atletas com necessidades especiais. Cláudia Schaefer e sua filha Beatriz, portadora de deficiências física, auditiva e mental, e cerca de 15 corredores da Achilles International Brasil, entidade de apoio a deficientes, confirmaram presença na disputa, nesta quinta-feira (10/11), Dia Nacional da Pessoa com Deficiência Física. Com início às 8 horas, a prova terá largada e chegada dentro do estádio e percursos de 5 km e 10 km.

 

"A Beatriz é uma verdadeira atleta. Se eu estou caminhando, ela me pede para dar um tapinha na mão dela e correr. E ainda reclama que estou indo muito devagar. Acredito que, quando ela corre, não diferencia a sua situação da dos outros, se sente incluída porque todos ali estão fazendo a mesma coisa, estão todos correndo", diz Cláudia Schaefer, que, desde 2010, disputa corridas de rua empurrando a cadeira de rodas da filha.

 

Hoje com 17 anos, Beatriz nasceu com deficiências física (anda com dificuldade e precisa do auxílio da cadeira de rodas), auditiva e mental. A corrida entrou em sua vida em 2010, quando a mãe, professora do ensino básico da Prefeitura, decidiu levá-la para correr. Entre treinos de fins de semana e competições, a dupla já disputou cerca de 20 provas. "O meu sonho é que outras mães façam o mesmo por seus filhos, que deem a eles essa possibilidade de serem incluídos. Eu corro pela Beatriz e torço para que meu exemplo ajude outras pessoas", destaca Cláudia, que está se preparando para outro desafio: a Corrida de São Silvestre. 

 

Disputa inédita na prova paulistana do Circuito Caixa - A etapa de São Paulo do Circuito Caixa também contará com uma equipe de cerca de 15 atletas da Achilles International Brasil. São deficientes físicos, visuais e auditivos, amputados e cadeirantes que disputarão a prova pela primeira vez, com a expectativa de abrir um novo espaço para outros corredores com as mesmas necessidades.

 

"Por ser uma competição nacional, que passa por nove Estados, o Circuito Caixa trará mais visibilidade a esses atletas. Será um incentivo importante para que outros corredores, em outras regiões do País, conquistem espaço nas corridas de rua. E também pode ser um exemplo para que mais organizadores de competições tenham essa aceitação", ressalta Mário Rollo, da Achilles.

 

A entidade busca estimular pessoas com algum tipo de deficiência a praticar esportes, visando benefícios que vão desde a melhoria da condição cardiovascular e o aprimoramento da coordenação motora até a conquista da independência e a integração social. O trabalho da Achilles também inclui a formação de guias para correr com esses atletas especiais. 

 

"Para aqueles que vão seguir uma carreira no atletismo, nós indicamos outras entidades que podem fornecer cadeiras de rodas e bicicletas adaptadas, por exemplo", conta Mário. A equipe de atletismo da Achilles também tem atletas em cidades como João Pessoa, Fortaleza, Aracaju, Natal, São José e São João da Boa Vista. Um grupo de corredores já está se preparando para disputar a Maratona de Nova York.

 

Com a chancela da CBAt, o Circuito Caixa já passou por Goiânia (1º/4), Uberlândia (12/5), Belo Horizonte (27/5), Campo Grande (3/6), Fortaleza (5/8), Recife (12/8), Porto Alegre (2/9) e Curitiba (30/9). Depois da disputa em São Paulo, a mais importante competição de corridas de rua do País segue para Ribeirão Preto (28/10), encerrando a temporada 2012 em Brasília (11/11) e concluindo, assim, a passagem por nove Estados brasileiros. As 11 provas somam pontos para o ranking da CBAt. Os dez primeiros colocados no, no masculino e no feminino, garantem o patrocínio da CAIXA para 2013.