Pais e filhos navegam juntos na Rolex Ilhabela Sailing Week

Torben e Marco / Foto: Rolex / Carlo BorlenghiIlhabela - A prática do iatismo tem por tradição ser passada de pai para filho. A paixão pelas águas perdura de geração em geração, eternizando sobrenomes importantes no mundo da vela.

Na Rolex Ilhabela Sailing Week não é diferente. Mais de 15 tripulações contam com pais, filhos, filhas (e até netos!) içando velas e aproveitando o momento em família em plena regata.

Talvez quem mais tenha levado à risca essa tradição seja Peter Dirk Siemsen, proprietário do Angela Star. Sua embarcação é batizada com o nome de sua filha, também a bordo. Contudo, o convívio familiar durante as regatas não termina por aí: Pedro Siemsen Bulhões, filho de Angela, também navega junto de mãe e avô, levando para as águas de Ilhabela três diferentes gerações.

Fabio Bocciareli é outro bom exemplo. Proprietário do HPE Atrevido, ele tem sua filha Marina na embarcação. O comandante apostou ainda mais no ‘ambiente familiar’ e chamou os irmãos Thomas e Robert Scheidt para participarem da Rolex Ilhabela Sailing Week. Parece que funciona: o Atrevido venceu a primeira regata da semana, a Renato Frankenthal.

Se o assunto é vitória, o San Chico 2/Gilette talvez seja a melhor demonstração de que trabalhar em família dá resultado. O barco chegou a Ilhabela credenciado pelo título na Semana de Vela de Búzios, onde conquistou cinco vitórias em cinco provas.

Pai e filho, ambos Francisco de Freitas, contam como é velejar juntos. "São mais de dez anos lado a lado. É uma experiência ótima, excelente", relembra o filho. Seu pai corrobora: "É gratificante perceber que tudo aquilo que eu passei a ele agora recebo de volta. Sem dúvida, é uma grande experiência", diz, abraçando ‘Chiquinho’.

Se a tradição passa de pai para filho, é possível que o Magia V/Mitsubishi Gol tenha em sua tripulação um futuro campeão: Marco Grael navega junto de seu pai, Torben, maior medalhista olímpico do Brasil e da vela mundial, e fala sobre a relação dentro do barco: "Nós nos divertimos velejando. E também aprendo muito com ele, procurando observar suas ações durante as provas".

Na terça-feira, não houve regatas em Ilhabela por falta de vento. Ainda assim, Marco diz que tenta absorver o que for possível da experiência do pai. "Em dias assim procuramos conversar, aproveitar o tempo para trocar ideias sobre o barco, a velejada. Também se aprende muito", finaliza.

Um caso especial é o de Letícia Rogick, de 10 anos. A velejadora mirim integra o time do Cristal/Semp Toshiba, embarcação tripulada exclusivamente por mulheres. A menina navega acompanhada por Andrea, sua tia. "Nunca velejei sem ela", conta Letícia. "É legal", resume. A timidez, porém, não a impede de revelar: "Nesta terça-feira, sem vento, ficamos batendo papo e nos divertindo".

Na quarta-feira, vento Sul garante belas regatas no Canal de São Sebastião - Depois de uma terça-feira sem vento, a quarta-feira redimiu a fama de Ilhabela ser um dos melhores locais para a prática da vela no Brasil. Ventos acima de 10 nós, na direção Sul, garantiram a realização de regatas no Canal de São Sebastião.

As regatas começaram às 11 horas da manhã e o objetivo da Comissão foi fazer a regata de médio percurso, até o extremo sul da Ilha, para as classes RGS. A S40, HPE e ORC disputaram regatas no formato barla-sota (entre boias).

O principal evento náutico esportivo da América Latina reúne até o dia 9 deste mês 152 barcos do Brasil, Argentina, Chile e Catar. O evento tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios ouro da Mitsubishi Motors e da Semp Toshiba e prata do Bradesco Private.