Vice-campeão mundial, Mirsky aposta no crescimento da classe ORC no Brasil

Mitsubishi/Acquario (S40) / Foto: Rolex / Carlo BorlenghiIlhabela - André Mirsky, um dos principais velejadores do Brasil, é destaque da Rolex Ilhabela Sailing Week como tático do veleiro chileno Mitsubishi Acquario. Ele acabou de ser vice-campeão mundial da classe ORC e, embora elogie a consolidação da S40 na América Latina, aposta no crescimento da ORC no Brasil.

A S40 tem cinco barcos brasileiros (Mitsubishi / Gol, Loyal, Crioula, Pajero, Carioca), cinco chilenos (Pisco Sour, Mitsubishi / Acquario II, Macaco - Claro, Nuevo Mastra e VTR) e dois argentinos (Patagonia e Noryema).

"A S40 deu certo por aqui e mesmo sem muitos argentinos temos 12 barcos velejando em Ilhabela, com nível alto. Os brasileiros do Crioula e Carioca foram treinar em Florianópolis, justamente para uma melhor preparação", explicou.

A liderança na classe é dos argentinos do Patagonia, com o Pisco Sour, do Chile, em segundo. "Os chilenos do Pisco Sour estão acima dos outros, pois velejam na Europa de TP52 e vem para cá de S40 com ótima condição".

Mirsky foi vice-campeão mundial da classe ORC, na Croácia, no final de junho, ao lado de quatro velejadores tchecos, um italiano, um português e dos compatriotas Edgardo Vyets, Alexandre Tinoco e Alfredo Rovere. Ele já fora vice-campeão na Noruega, em 2007, e terceiro colocado na Grécia, em 2008.

"A ORC sempre foi forte em vários países europeus e tivemos no Mundial 125 barcos. A classe está trazendo os barcos mais modernos, como os TP52, para competir com os mais antigos. Logo veremos S40 velejando na ORC no Brasil, o que era impensável até o ano passado", analisou.

Chilena conquista espaço no seleto grupo da S40 - "Não sonho em ser comandante no meio de tantos homens, quero ser navegadora, desfrutar e conhecer o mundo". A afirmação é de Bernardita Grez, de apenas 21 anos e muito talento.

A navegadora do Pisco Sour chama a atenção de todos na Rolex Ilhabela Sailing Week por sua beleza e habilidade. Fato é que os marmanjos da equipe escolheram a velejadora como fundamental para a conquista da Regata Eldorado Alcatrazes por Boreste - Marinha do Brasil, que abriu o evento no domingo.

Os chilenos chegaram em primeiro lugar após um percurso de 55 milhas (101 quilômetros) e com variações extremas de vento. Por isso, Bernardita Grez teve um papel decisivo.

"A nossa navegadora foi muito bem na primeira regata, a mais longa da competição. Ela soube escolher bem a estratégia para terminar na frente. Durante o percurso o equilíbrio entre os barcos foi evidente", contou o comandante do Pisco Sour, Guilhermo Parada.

Estreante na categoria, Bernardita Grez elogiou a vela brasileira e prometeu disputar a Rolex Ilhabela Sailing Week mais vezes. Espaço ela tem de sobra, já que o Chile é o país com maior número de barcos da classe S40 com 10 veleiros. A América do Sul conta com 21.

"A classe é muito técnica e o desenho único dos barcos favorece regatas bastante parelhas. Vejo uma competição sem vantagem para nenhuma tripulação, nem mesmo para os brasileiros. Confio no nosso time", disse Bernardita Grez.

A velejadora começou, como a maioria dos "navegadores" na classe Optimist. Depois da Laser, Bernardita Grez fez parte de uma equipe feminina de oceano no Chile.

Presidente da RGS comemora sucesso da classe - Walter Becker, presidente da RGS no Brasil, está satisfeito com o nível apresentado pelos competidores na Rolex Ilhabela Sailing Week. A flotilha da classe tem 71 dos 152 barcos do maior evento náutico da América Latina.

"O nível técnico nas quatro divisões está alto e equilibrado. Quem está navegando bem, ocupa a liderança. Todos estão de parabéns", comentou Walter, que comanda o Kanibal, 13º colocado na RGS-B.

Walter ressaltou a segurança que a organização proporcionou ao colocar os veleiros da classe separados em outra raia. "Ficou mais seguro para todos".

O Saravah, de Pierre Joullié, lidera a RGS-A, seguido pelo Jylic II, de Martin Bonato. O Borimbora (Ricardo Lebreiro) é o primeiro na RGS-B e o Xiliqui (Renato Bosso) domina as ações. Após um começo ruim (16ª posição na regata de abertura), o Apoena, do comandante Marcos de Oliveira César, venceu as três provas seguintes e lidera a RGS-Cruiser.

Velejadores do Catar aprovam teste para os Jogos Mundiais Militares - Pela primeira vez em 38 anos, velejadores do Catar disputam a Rolex Ilhabela Sailing Week. O comandante Walled Tamini, junto com Khalid Bettihthamou, Hasan Tamimi e Fahad Al Malki participam da classe HPE25 com o Together, 16º colocado na classificação.

"É a primeira vez que competimos no Brasil. Aproveitamos para treinar em Ilhabela visando os Jogos Mundiais Militares (16 a 24 de julho no Rio de Janeiro). É um ótimo teste, já que no Catar não temos HPE25", disse Khalid.

O principal evento náutico esportivo da América Latina reúne até este sábado (9) 152 barcos do Brasil, Argentina, Chile e Catar. O evento tem patrocínio titular da Rolex e patrocínios ouro da Mitsubishi Motors e da Semp Toshiba e prata do Bradesco Private.

O evento tem apoios da Marinha do Brasil, da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), das Classes ORC, S40, HPE25 e BRA-RGS, e parcerias do Yacht Club Argentino(YCA), da Prefeitura Municipal de Ilhabela(PMI) e da Brancante Seguros. A organização, sede e a realização são do Yacht Club de Ilhabela.