Há 40 anos ginasta romena ganhava a 1ª nota 10 da história

Nadia Comaneci e sua nota 10,00 da forma como os placares puderam exibir

Rio de Janeiro - O Esporte Alternativo chega à metade do especial de dez momentos incríveis da história dos Jogos Olímpicos e o escolhido para figurar na sexta posição não poderia ficar de fora em hipótese alguma, tanto pelo ineditismo da situação quanto pela incredulidade que causou em todos os fãs do esporte olímpico. 

No dia 18 de julho de 1976, a ginasta romena Nadia Comaneci entraria para a história - não que já não tivesse entrado antes pois disputava sua primeira olimpíada com apenas 14 anos de idade - ao receber dos juízes a primeira nota 10 das Olimpíadas, na sua apresentação nas barras assimétricas. 

O fato foi tão curioso que os placares eletrônicos do ginásio de Montreal, no Canadá, não tinham capacidade para exibir quatro dígitos (10,00). Naquela época era impensável que alguém alcançaria tal pontuação. O problema técnico não impediu que Nadia posasse para as câmeras com sua nota da forma que os placares puderam exibir: 1,00. 

Nadia não se contentou em brilhar apenas uma vez e nos dias seguintes de competição da ginástica artística anotou outras seis notas 10, que lhe renderam uma série de medalhas (três ouros nas barras assimétrias, trave de equilíbrio e por equipes; uma prata e um bronze). 

Era natural que tamanha grandeza não ficaria esquecida e os movimentos apresentados pela jovem Nadia naqueles dias são lembrados até hoje na ginástica e continuam inspirando as séries dos atletas mundo afora. 

E como muitas coisas boas que surgem de erros, um dos principais números de Nadia, o "Comaneci salto", classificado pela FIG (Federação Internacional de Ginástica) como um dos mais complexos, surgiu de um erro durante os intensos treinos da romena. 

Os Jogos do Rio, em 2016, marcarão 40 anos do primeiro 10 da história; na foto, Comaneci hoje, aos 53 anos / Foto: Divulgação / Rio 2016

"Um elemento que nunca foi feito antes é criado sem querer. Tentei fazer algo que já está no plano de pontuação, como um salto da barra baixa para a barra alta. Então cometi um errinho e acabei acertando o pé na barra inferior. Neste momento, Bela disse: 'acho que você devia voltar para mesma barra. Vamos ver se pode ser feito'", contou Comaneci ao jornal britânico The Guardian posteriormente. 

Sem medo de deixar a modéstia de lado, Nadia sabe que nunca ninguém conseguiria fazer o que ela era capaz de demonstrar nos seus principais aparelhos - premiados então em Montreal 76 -, a trave de equilíbrio e as barras assimétricas. 

"Eu não sei o que pode ser feito na lua, mas nas barras assimétricas e na trave de equilíbrio eu sei tudo o que se pode fazer", brinca a ex-atleta. 

Cinco anos depois Nadia deixaria a ginástica para entrar na aposentadoria precoce, com apenas 20 anos de idade. E nove medalhas olímpicas na bagagem, já que ganharia dois ouros (na trave e no solo) e duas pratas (por equipes e no individual geral) nos Jogos de Moscou 1980. 

Hoje, aos 53 anos, Nadia comanda a Clínica Infantil Nadia Comaneci, que fundou em 2009 na capital de seu país, Bucareste. O local dá auxílio médico e social a crianças romenas órfãs e foi criado graças às receitas que Nadia obtêm com contratos publicitários. 

Até hoje, o primeiro 10 da história, de responsabilidade da então adolescente Nadia Comaneci, rende frutos e dá à ex-atleta reconhecimento mundial. 

 

Confira no vídeo as impecáveis apresentações da romena em 1977: 

 

 
 

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