'O esporte precisa de mais gays', defende inglês destaque na marcha

Britânico de 25 anos defende causa LGBT / Foto: Divulgação / TomBosworth.com

Rio de Janeiro - Declarado homossexual em entrevista à BBC na semana passada, o atleta britânico Tom Bosworth, de 25 anos, tornou-se um militante dos LGBT. Depois da declaração à maior audiência do Reino Unido, ele lembrou da necessidade de se diversificar o mundo do esporte. 
 
"Ainda há pouco gay no esporte, e isso tem de mudar", defendeu em entrevista ao UOL. Tom, da marcha atlética, quer usar sua imagem difundida e sua história para evitar que outras pessoas sofram as agressões que o atingiram durante sua juventude. 
 
"Enfrentei agressões físicas e morais na escola. Foi difícil. Preferi guardar as ocorrências para mim e não contar aos meus pais ou à escola para encobrir o bullying. Pensava que era minha culpa. Adolescentes podem ser maldosos sem nem mesmo saberem que o estão sendo. Isso me fez uma pessoa forte, mas meu conselho é para sempre falar com alguém em que você confie para ajudá-lo, se estiver vivenciando qualquer experiência de bullying", conta. 
 
Tom treina hoje para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. É o número um do Reino Unido na prova de 20 km, além de ter o recorde nacional dos 5 e dos 10 km (provas não olímpicas). 
 
"Há muita pressão sobre os atletas, portanto, abrir algo tão pessoal demanda coragem. Isso não deveria ser da conta de ninguém, de qualquer forma. Felizmente, ainda que lentamente, tudo está mudando para se tornar mais 'normal', e então todos poderão competir no esporte com a sexualidade aberta", comemora Tom. 
 
No futebol, o atleta analisa o ambiente comumente homofóbico. "Podemos ver frequentemente um ambiente homofóbico em grandes grupos de torcedores no futebol ou em outros grandes eventos esportivos, na forma de cânticos pejorativos e vaias aos rivais. Podemos ver frequentemente um ambiente homofóbico em grandes grupos de torcedores no futebol ou em outros grandes eventos esportivos, na forma de cânticos pejorativos e vaias aos rivais", descreve. 
 
E aconselha os que ainda estão no armário. "Seja corajoso. A mídia levará seu caso adiante. Você poderá ajudar muita gente e mover o esporte em termos de igualdade. Mas, se escolher tornar isso público, esteja certo de que tem o suporte de todos ao seu redor", conclui.
 
A repercussão positiva da sua história confirma que Tom tomou a decisão correta. "Essa história toda me deixará treinar completamente livre para ser eu mesmo. Não tenho mais de me preocupar com vazamentos ao público. A verdade está aí e eu tenho muito orgulho de mim", afirma.
 
Em 2016, o britânico não sabe se conseguirá medalha. Para Tóquio, porém, a situação, espera Tom, será outra. "Terei de esperar até Tóquio-2020. Se meu desenvolvimento seguir a esse nível, começo a pensar em medalha para 2017, no Mundial de Londres", finaliza.
 
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