Universidade Federal de SC ganha nova pista de atletismo

A nova instalação poderá ser utilizada como sede de aclimatação para equipes antes dos Jogos Rio 2016 / Foto: UFSC / Divulgação

Rio de Janeiro - O Ministério do Esporte entregou a pista de atletismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) nesta quinta-feira. A cerimônia de inauguração contou com as presenças do ministro George Hilton, do secretário executivo Ricardo Leyser, da reitora da instituição, Roselane Neckel, entre outras autoridades locais.
 
“Estamos cumprindo com o cronograma de entrega desses equipamentos, que é um legado das Olimpíadas. Nós temos um plano de legado dos Jogos, que será interligado, a partir do COT, o Centro Olímpico, a ser criado na Barra e em Deodoro, no Rio de Janeiro, e também nos estados. E nos municípios menores, temos os Centros de Iniciação ao Esporte, todos eles integrados e administrados pelos governos, em parceria com as confederações e federações”, destacou o ministro.
 
O ministro do Esporte voltou a ressaltar a importância da consolidação de um Sistema Nacional do Esporte para que o país não dependa apenas de determinados ciclos para desenvolver o setor. “Existe uma lacuna na legislação nacional, porque não há um sistema nacional, como na educação, que define o papel dos entes. A grande revolução do esporte será a aprovação desse sistema no Congresso Nacional, definindo as atribuições da União, dos estados, dos municípios e do setor privado. Os resultados virão a médio e longo prazos e farão com que o Brasil se torne uma potência esportiva sustentável, com uma política perene, que independa de ciclos”, explicou.
 
O secretário executivo Ricardo Leyser lembrou que a oportunidade de sediar grandes eventos esportivos trouxe mais recursos para o país. “Temos eventos gerando emprego, movimentando algumas cadeias produtivas e trazendo investimentos para o Brasil. Antigamente, o orçamento do Ministério do Esporte não era suficiente para muita coisa, mas a partir do momento em que passamos a receber os megaeventos, passamos a ter mais recursos.”
 
A reitora da UFSC, Roselane Neckel, afirmou que a estrutura é a concretização do sonho de muitas pessoas. “Esse era o desejo de muitos professores e alunos que passaram por aqui. Muitas vezes os via com enxada na mão, trabalhando na pista de carvão que temos ao lado. Essa nova pista é para todos que derramaram o suor nela.”
 
Características
 
A pista de atletismo, com oito raias e 400 metros de extensão, foi projetada para obter certificação classe 2 da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo, na sigla em inglês). O Ministério do Esporte financiou os R$ 7,7 milhões para a construção da estrutura, que é uma das opções oferecidas pelo Brasil para treinamento e aclimatação das equipes que irão competir nos Jogos Olímpicos.
 
“Esta pista foi construída seguindo algumas normas técnicas e especificações enviadas pela Federação Internacional de Atletismo e segue rigorosamente algumas medições. Pela qualidade do revestimento e da estrutura, tanto para as provas de pista como para as de campo, poderemos ter uma certificação classe 2, que nos permitirá receber competições internacionais”, afirmou Edison Roberto de Souza, diretor do Centro de Desportos da UFSC e projetista da estrutura.
 
A pista de atletismo é coberta com borracha natural do tipo Mondo. O espaço pode abrigar provas de corrida, saltos em altura, distância e triplo, arremesso de peso e lançamentos de dardo, martelo e disco. “O desempenho é melhorado pela borracha, uma das melhores do mundo. Ela provoca, ao pisar, uma reação, que faz o atleta ter melhor rendimento”, detalhou Souza.
 
O objetivo da universidade é consolidar o espaço como um ambiente de referência para o atletismo de alta performance, para a formação de atletas e para abrigar competições de diversas categorias. O local também servirá para a realização de pesquisas científicas e projetos de iniciação no esporte, por meio de iniciativas de extensão abertas à comunidade. Para isso, a UFSC fará parcerias com clubes de Florianópolis, com a Federação Catarinense de Atletismo e com a Federação Catarinense de Desportos Universitários. A expectativa é receber 500 pessoas por semana.
 
Rede Nacional de Treinamento
 
Um dos principais projetos de legado de infraestrutura esportiva dos Jogos Rio 2016, a Rede Nacional de Treinamento está em processo de estruturação e interligará as diversas instalações existentes ou em construção por todo o país. A Rede contará com diferentes padrões de estruturas, que atenderão às várias modalidades, desde a detecção e formação de talentos até o treinamento de atletas e equipes olímpicas e paraolímpicas.
 
No atletismo, são 15 pistas concluídas ou reformadas nos últimos anos, incluindo a de Santa Catarina, que fazem parte da Rede Nacional de Treinamento. Esses projetos receberam investimentos de R$ 63 milhões do Ministério do Esporte. Outras pistas estão com obras em conclusão, em estágio avançado, em fase dos projetos de engenharia; ou em processo de licitação.
 
Em parceria com governos estaduais e municipais, universidades, clubes, federações e com a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), o governo federal repassa os recursos para a construção, reforma, equipagem e operação das estruturas. Apenas em universidades – federais ou estaduais – o investimento passa de R$ 160 milhões, sem somar aquelas propostas que estão em análise pela equipe técnica do Ministério do Esporte.
 
A Rede Nacional de Treinamento também será integrada pelos Centros de Iniciação ao Esporte (CIEs), sendo que 150 deles terão minicomplexos de atletismo de 100 metros, com área para saltos e lançamentos. Os CIEs servirão para a iniciação à prática esportiva, identificação de talentos e formação de atletas em modalidades olímpicas e paraolímpicas, mantendo conexão com escolas e núcleos de esporte social e comunitário. O governo federal está investindo mais de R$ 600 milhões na construção desses centros, que compõem o PAC2.
 
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