Pivô brasileira-nigeriana reforça time de basquete de São Paulo nos jogos

Curitiba - Filha de nigerianos e nascida no Brasil, Shinyere Udoagwa sonhava em ser modelo. Com 1,74m, chegou a fazer comerciais de TV. Mas o pai, com ciúmes, a proibiu de fazer outros comerciais e de seguir carreira na passarela, apesar dos convites.

 

Mesmo assim, Shinyere queria ajudar a família financeiramente e foi em buscas na internet que conheceu o basquete, esporte que está transformando a sua vida. Agora, Shinyere está em Curitiba (PR), onde defende o Colégio Amorim, de São Paulo (SP), um dos favoritos ao título do torneio feminino de basquete da primeira etapa dos Jogos Escolares da Juventude.

 

Nesta segunda-feira, dia 18, a equipe paulista conquistou a segunda vitória consecutiva na maior competição escolar do país. O time venceu o Colégio Sagrada Família, de Blumenau (SC), por 49 x 31 e segue firme rumo ao segundo título nacional.

 

“Conheci o basquete pela internet. Na verdade eu queria ser modelo pra ajudar a minha família, mas o meu pai é muito ciumento. Entrei no basquete e no ano que vem vou entrar no time do Centro Olímpico. Estou no caminho certo”, disse Shinyere, que não perde o contato com o país de seus pais. Recentemente, a atleta passou seis meses na Nigéria.

 

Shinyere teve atuação discreta contra o time catarinense. O destaque da equipe na partida foi a ala armadora Anna Rodrigues Santos, que marcou 16 pontos e pretende seguir os passos da armadora Laís Silva, que estudou no Colégio Amorim, já se destacou nos Jogos Escolares da Juventude e hoje defende a seleção brasileira.

 

Técnico das equipes masculina e feminina do Amorim há oito anos, Márcio Pereira Izidro lembrou que o colégio revelou atletas importantes também no masculino. “George de Paula, (hoje com 21 anos), e campeão dos Jogos Escolares foi contratado recentemente pelo Houston Rockets da NBA. O Yago Mateus, armador do Paulistano, hoje com 18 anos foi outro que passou tanto no colégio quanto aqui nos Jogos Escolares, entre outros”, disse o técnico de 50 anos.

 

Pela equipe catarinense, as destaques na partida foram Luana Nitsche, com 13 pontos, e a armadora Helena Kuck, com sete. Helena tem 13 anos e é irmã de Giulia Kuck, hoje com 19 anos, e que também já se destacou no basquete dos Jogos Escolares da Juventude. O Colégio Sagrada Família estreou esse ano na competição e, apesar da derrota, mantém suas chances de classificação para as semifinais.

 

“O trabalho começou há apenas dois anos e já estamos colhendo os frutos. Nosso time é mais baixo, mas temos duas armadoras e duas alas muito boas”, disse a técnica do time catarinense Bruna Rodrigues, de 24 anos. Blumenau sempre foi um polo do handebol brasileiro e agora está se tornando também um polo do basquete. “Blumenau disputou no ano passado a Liga Nacional de basquete no adulto e esse ano vai disputar pelo segundo ano consecutivo”, resumiu.