Atleta já tomou veneno para ser campeão olímpico

Imagem de arquivo da final da maratona / Foto: COI

Rio de Janeiro – Hoje em dia o mundo do atletismo vive com intensidade o escândalo de doping envolvendo os atletas russos e um possível acobertamento do governo russo. Mas, há décadas atrás, Thomas Hicks, com dupla nacionalidade (britânico e americano) foi muito além, protagonizando um dos casos mais bizarros da história dos Jogos Olímpicos.
 
Para melhorar sua performance nas pistas e almejar o sonhado ouro olímpico, Hicks resolveu ingerir doses altas de estricnina, um veneno de rato. Mas a substância não atuaria como estimulante para o corpo, mas sim para a mente.
 
A prova em si já guardava características inusitadas. Os 42 km do percurso contava apenas com uma estação para os atletas se hidratarem. Não à toa, dos 32 inscritos, 18 desistiram antes do fim da prova. A poeira batida levantada pelos carros que acompanhavam os atletas na prova quase causou uma hemorragia no esôfago de um dos atletas, para se ter ideia.
 
O primeiro colocado, Fred Lorz, descobriu-se depois, havia pego uma carona de carro e fez boa parte da prova sem andar ou correr, sendo assim desclassificado. O quarto colocado, um cubano, parou no meio da prova e tirou um cochilo antes de continuar.
 
Mas  o segundo, Hicks, chegou os últimos metros carregado pelos ombros do seu treinador. O maratonista fez, aliás, boa parte da prova caminhando, pois já tinha tomado conhecimento da vitória de Lorz, desclassificado depois.
 
Para não desistir, ele tomou duas doses da estricnina que somadas eram inferiores a 1g. Se ele tivesse tomado uma terceira dose, garante o historiador George R. Matthews, teria provavelmente morrido.
 
O fato é que Hicks não foi desclassificado e, com a expulsão de Lorz, se sagrou campeão olímpico da maratona nos Jogos Olímpicos de Saint Louis, em 1904, nos Estados Unidos. Marcou o pior tempo da história da prova para um campeão: 3h28m53.
 
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