Circuito de Canoagem Slalom é inaugurado para a Rio-2016
Rio de Janeiro – A Prefeitura do Rio inaugurou hoje uma das mais emblemáticas instalações dos Jogos Olímpicos de 2016: o Circuito de Canoagem Slalom. Parte do Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, a instalação traduz a preocupação municipal de maximizar o legado do megaevento esportivo. Durante os Jogos, receberá os melhores atletas do planeta. Antes e depois das competições, será utilizada como área de lazer, beneficiando 1,5 milhão de pessoas de 10 bairros e três municípios vizinhos.
O prefeito Eduardo Paes, o governador Luiz Fernando Pezão, o presidente da Empresa Olímpica Municipal, Joaquim Monteiro, e o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Marcos Jorge de Lima, participaram do evento. Em um bote de rafting, e na companhia do francês Tony Estanguet, tricampeão olímpico de canoagem slalom, o prefeito testou os dois canais da instalação. No de competição, que tem 250 m e quatro bombas, atletas da seleção brasileira acompanharam a dupla. No de treino, com 200 m e três bombas, crianças de escolas municipais curtiram a descida radical ao lado do prefeito.
De hoje ao dia 29, o Circuito de Canoagem Slalom receberá mais um evento-teste que prepara a cidade para os Jogos Olímpicos, com a participação de 250 atletas de 40 países. O volume de água do circuito supera os 25 mil m³, o equivalente a sete piscinas olímpicas, mas será necessário utilizar este volume apenas uma vez, pois uma estação de tratamento interna vai garantir a renovação da água durante o período de treinos e competição. Os oito mil assentos provisórios serão colocados apenas para os Jogos. Durante alguns meses antes do evento, o espaço ficará aberto para a população como área de lazer.
Como uma das diretrizes da Prefeitura é simplificar os equipamentos esportivos sem deixar de atender ao padrão olímpico, foi proposto que o circuito tivesse menos altura e, portanto, menor gasto de energia elétrica (necessária para impulsionar a água até o topo da instalação). Essa alteração não afetou as exigências técnicas da Federação Internacional de Canoagem e do Comitê Olímpico Internacional, que acompanharam todo o desenvolvimento do projeto. Os protótipos dos circuitos de treino e competição foram feitos pela Whitewater Parks International, responsável pelo projeto do circuito de canoagem slalom dos Jogos de Londres 2012. O trabalho, realizado na Universidade Técnica da República Tcheca, em Praga, levou quase três meses e reuniu uma equipe de 30 pessoas.
PLANO DE LEGADO
Após os Jogos Olímpicos, o Circuito de Canoagem Slalom – assim como a pista de BMX – fará parte do Parque Radical, que vai oferecer opções de recreação e prática esportiva, incluindo uma ciclovia. Com 500 mil metros quadrados, será a segunda maior área de lazer da cidade, atrás apenas do Parque do Flamengo. Assim, beneficiará uma região com grande concentração de população jovem e poucas opções de lazer e para a prática de esportes.
Cercado pelos bairros de Anchieta, Campo dos Afonsos, Deodoro, Guadalupe, Jardim Sulacap, Magalhães Bastos, Parque Anchieta, Realengo, Ricardo de Albuquerque e Vila Militar, o Complexo Esportivo de Deodoro é vizinho de três municípios populosos da Região Metropolitana do Rio – Nilópolis, Nova Iguaçu e Mesquita –, que também vão aproveitar o legado que os Jogos deixarão no Parque Radical.
O planejamento para o aproveitamento do Parque Radical divide a área em cinco setores, de acordo com o perfil de cada um. No setor 1, onde ficam o Circuito de Canoagem Slalom e a Pista de BMX, a ideia é o uso combinado do público e dos atletas de alto rendimento. O equipamento de canoagem slalom vai se tornar um grande lago recreativo. Os obstáculos que dificultarão a performance de canoístas profissionais nos Jogos serão retirados e permitirão a criação de um canal com uma correnteza leve, para diversão dos usuários, que poderão descê-lo a nado ou em boias. A pista olímpica de BMX permanecerá, com suas ondulações desafiadoras. No terreno ao lado, serão instaladas quadras poliesportivas.
O setor 2 será o mais dedicado à natureza, com trilhas ecológicas, equipamentos de ginástica – inclusive para a Terceira Idade – e locais de descanso e contemplação, com assentos, quiosques e jardins. Já o setor 3 terá uma minipista de mountain bike e será ponto de encontro das famílias, com espaço para convivência com churrasqueiras e trilhas, além de um mirante que permitirá ampla visão do parque.
Outras quadras poliesportivas, uma ciclovia, uma pista de skate e outra de BMX, para iniciantes, comporão o setor 4. O setor 5 será dedicado ao cidadão, com oferta de serviços à comunidade. Serão instalados no local uma Nave do Conhecimento, uma Clínica da Família e equipamentos de educação ambiental.
COMPLEXO ESPORTIVO DE DEODORO
Nos Jogos Rio 2016, o Complexo Esportivo de Deodoro será sede de 11 modalidades olímpicas (hipismo - saltos, hipismo - adestramento, concurso completo de equitação, BMX, mountain bike, pentatlo moderno, tiro esportivo, canoagem slalom, hóquei sobre grama, rúgbi e basquete) e quatro paralímpicas (tiro esportivo, hipismo, esgrima e futebol de 7).
Como recebeu os Jogos Pan-Americanos de 2007 e os Jogos Mundiais Militares de 2011, o complexo já tinha 60% das áreas de competição permanentes construídas – o Centro Nacional de Tiro, a piscina do pentatlo moderno, o Centro Nacional de Hipismo e o Centro de Hóquei Sobre Grama precisavam apenas de adaptações. Com o projeto olímpico, o local ganhou três instalações permanentes: a Arena da Juventude, a Pista de BMX e o Circuito de Canoagem Slalom. A Pista de Mountain Bike e o Estádio de Deodoro (rúgbi, hipismo do pentatlo moderno e combinado do pentatlo moderno) serão provisórios.
As obras são executadas pela Prefeitura do Rio com recursos do Ministério do Esporte. A Prefeitura assumiu a responsabilidade pelos projetos e obras do Complexo Esportivo de Deodoro em novembro de 2013 e, desde então, começou a trabalhar para ajustar o cronograma da instalação à entrega para os Jogos de 2016.
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