Dupla classificada para Londres esbanja coordenação na canoagem de velocidade

Ronilson Oliveira e Erlon Souza, jovem dupla do C2 Masculino do Brasil/ Foto: CBCa/ DivulgaçãoRio de Janeiro- A Lagoa Rodrigo de Freitas, no coração do Rio de Janeiro, cercada por belas paisagens, pela Floresta da Tijuca e pelo Cristo Redentor, no alto do Corcovado, receberá em 2016 os melhores remadores e canoístas do mundo durante os Jogos Olímpicos no Brasil. Hoje, as águas do cartão-postal carioca são dominadas por uma dupla brasileira: os canoístas Erlon de Souza e Ronilson de Oliveira.

Representantes nacionais nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 na prova de canoagem C2 1.000m, os atletas, que são beneficiados pelo programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, vêm acumulando experiência e aprimorando a parte técnica dentro e fora d’água no Clube de Regatas do Flamengo.

“Eu vi duas promessas do esporte e só fiz juntá-las. Na primeira vez que eles entraram na água, mostraram uma coordenação mágica. Coisa que até hoje fico abismado e comprova que eles têm muito futuro. A conquista da vaga olímpica, com a prata nos Jogos Pan-Americanos no México, no ano passado, é fruto do que eles vêm desenvolvendo desde 2010”, conta o técnico dos atletas, Pedro Sena.

A trajetória da dupla começou a cerca de 350km de distância do Rio de Janeiro. Ronilson teve o primeiro contato com o esporte em um projeto social em São Vicente, no litoral paulista. “Comecei em um clube do lado da minha casa. O técnico me incentivou e, a partir daí, comecei a disputar os campeonatos regionais. Em 2006, com 16 anos, entrei para a seleção da equipe permanente e fui evoluindo na canoagem”, revela Ronilson.

Já o parceiro Erlon conheceu o esporte na sua cidade natal, em Ubatã, no interior da Bahia. “Minha cidade tem um clube pequeno, onde comecei a remar. Em 2009, fui disputar uma seletiva na USP, em São Paulo, conheci o nosso técnico Pedro Sena e passei a integrar a seleção”, explica Erlon. Em 2010, a dupla foi formada e passou a treinar na Baixada Santista.

Medalhas inéditas

Os resultados foram imediatos. “Com apenas dois meses de treino, a dupla conseguiu realizar o sonho das três medalhas inéditas para o país no Campeonato Sul-Americano em Medellín, na Colômbia. Eles conquistaram na primeira participação da etapa da Copa do Mundo uma medalha de bronze, também inédita para o país, e terminaram o Campeonato Mundial em 14º lugar. Esse foi o melhor resultado do país em campeonatos mundiais. Eles podem ir muito mais além. Queremos chegar a Londres em condições de brigar para chegar a uma final histórica para a canoagem brasileira”, explica o técnico.

A dupla tem no currículo três pratas nas etapas da Copa do Mundo, na Polônia, na Alemanha e na Rússia. “Eles mostraram na água o que eles sabem fazer de melhor. Se tem uma coisa de que eles precisam, é experiência. Acredito que em 2016 estarão no ápice, porque falta experiência em competições internacionais. Competimos com duplas que têm de oito a 12 anos juntas, e eles têm dois anos somente. Isso faz muita diferença”, completa Pedro Sena.