Primeiro dia do Brasileiro evidencia a importância da base no esporte

Provas desta quinta-feira apresentou os primeiros campeões brasileiros de 2017 / Foto: Divulgação/CBCa

Paraná - Hoje começou o Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, no Parque Náutico Iguaçu, em Curitiba (PR). A promessa era de muito sol e muita emoção.
 
O sol não apareceu, mas emoção teve de sobra. Mais de 440 atletas de todo o Brasil enfrentaram os fortes ventos e o frio de Curitiba em busca do título de campeão brasileiro. Nesta quinta-feira a competição teve provas dos 1000m nas categorias Infantil, Menor, Cadete, Júnior, Sênior e Másters.
 
Ao todo o primeiro dia teve 69 provas e 20 delas valeram medalha, e logo pela manhã o primeiro campeão brasileiro foi conhecido. Jonatan Coutinho dos Santos, 11 anos, atleta da Associação Cacaueira de Canoagem, de Ubaitaba (BA), remou muito forte no Mini C1 1000m Masculino Infantil e venceu a prova com mais de 18 segundos de vantagem. “Acabei de ser campeão C1 1000 Infantil. Sonho em seguir meu futuro e ser um dia como o Isaquias. Eu já o conheci lá em Ubaitaba. Eu estava treinando, comecei a remar com ele e fui acompanhando” comenta o primeiro campeão brasileiro de 2017.
 
Na categoria Sênior foram quatro finais: C1 e C2 1000m Masculino, e K1 e K2 1000m Masculino. Na parte da manhã foram conhecidos os primeiros campeões brasileiros Sênior no C1 e K1 1000m Masculino. O medalhista olímpico Erlon Souza, representando o Club Athletico Paulistano - CAP, de São Paulo, pareceu não sentir o cansaço da sua participação no Mundial de Canoagem Velocidade, realizado na semana passada na República Tcheca e venceu a prova do C1 1000m Masculino com facilidade. Ele fez uma prova consistente e cruzou a linha de chegada com mais de dois segundos de vantagens para o segundo colocado, Edivan Francisco dos Santos, da Associação Cacaueira de Canoagem. Maico dos Santos, da Associação de Canoagem de Itacaré, completou o pódio.
 
A segunda final Sênior no K1 1000m Maculino. Vagner Souta, representando o Clube de Regatas de Cascavel (PR), e que também participou do Mundial na República Tcheca venceu a disputa. Ele travou uma batalha emocionante com Roberto Maehler, também do CRC, que terminou a prova na segunda colocação.  Edson Silva, completou o pódio ficando na terceira colocação. Todos os atletas do pódio participaram dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e apenas Maehler não participou do Mundial de Canoagem 2017. “Eu fiz uma eliminatória muito boa e passei direto para a final. Foi uma prova bem executada. Estou muito feliz com o resultado, era a prova para a qual eu vinha mais me preparando para disputa”, comenta o campeão brasileiro.
 
No período da tarde Erlon Souza voltou às águas, dessa vez ao lado de Maico Santos para a disputa do C2 1000m Masculino Sênior. A dupla finalista mundial remou forte e garantiu a segunda medalha do dia para Erlon, o ouro brasileiro, com o tempo de 03:55.880. Lucas Queiroz e Edivan Francisco dos Santos ficaram com a prata e a dupla Matheus de Souza Cruz e Rodrigo Ferreira dos Santos completaram o pódio.
 
A última final Sênior do dia foi a do K2 1000m Masculino. A disputa foi apertada, mas no final a dupla representante da Associação Pirajuense de Esportes Náuticos – APEN, Emerson Wolf Moretão e James Marcelo de Oliveira Correa foi a campeã, com o tempo de 03:48.790. William Cesario Aureliano e Lucas Fernandes Maciel do CAP ficaram com a prata e Alexandre Stanque Machado e Givago Bitencourt Ribeiro, da Associação Santa-Mariense de Esportes Náuticos – ASENA completaram o pódio, na terceira posição.
 
Crescimento na base - O número de inscritos no Brasileiro cresceu cerca de 30% em relação a 2016. De acordo com o coordenador da Canoagem Velocidade da Confederação Brasileira Canoagem (CBCa), Alvaro Koslowski, esse aumento se deu nas categorias de base, especialmente Infantil e Menor. “O número de atletas adultos se manteve e na base nós crescemos. Creditamos essa evolução a dois fatores: o primeiro é o investimento que a Confederação vem fazendo em equipamentos. Estamos emprestando barcos para os clubes e esse é o primeiro reflexo desse movimento que começou no ano passado e continua neste ano”. A CBCa cede embarcações oficiais e infantis, as chamadas “C1 Mini e K1 Mini”, essas embarcações voltadas exclusivamente para crianças tem assumido um papel importante no desenvolvimento da base da Canoagem Brasileira, como diz Luciana Costa, chefe de equipe da Associação Cacaueira de Canoagem, em Curitiba. “Temos que continuar preservando o trabalho da base e esses barcos (Mini K1 e Mini C1) facilitam bastante esse trabalho. Ao invés de treinar em canoas oficias os atletas mais novos têm a oportunidade de treinar em embarcações desenvolvidas para crianças. Com isso a evolução dos atletas melhora a cada dia. Com certeza essas embarcações Mini irão estimular novos atletas a iniciarem a prática da Canoagem”.
 
Segundo Koslowski outro indicativo é o sistema de pontuação que privilegia a base. “Um atleta da categoria Infantil, Menor e Cadete vale dois pontos enquanto em atleta Sênior vale apenas um ponto. Ou seja, nesse campeonato um atleta da base é mais valorizado que um atleta adulto. Essa já é uma iniciativa pensando em 2024, quando esperamos ter nas disputas os novos Isaquiais, Erlon e tantos outros. Até lá precisamos de renovação, de trabalhar essa entressafra” completou.
 
Um desses jovens é Pablo Pereira dos Santos, 11 anos, canoísta de Ubaitaba. E é da pequena cidade da Bahia que nasceu seu ídolo, Isaquias Queiroz. “Meu sonho é ser campeão olímpico. Esse é meu segundo campeonato, estou achando bom demais. Pena que perdi na prova, mas eu treino todos os dias e quero ser campeão um dia.”
 
Camila Lima, responsável pela equipe ACC fala do crescimento de sua equipe nas categorias de base. “Temos cerca de 20 atletas nas categorias infantil, cadete e menor. Triplicamos o número de atletas em relação ao ano passado. A Confederação está ajudando a fomentar a base cedendo canoas para os núcleos, o que nos ajudou bastante. Temos também o apoio do Governo da Bahia no projeto “Remando no Rio de Contas”, que atende 270 meninos nas cidades de Ubaitaba, Itacaré e Ubatã. Esse apoio às associações está sendo fundamental para darmos o pontapé no trabalho dos futuros campeões. Todo mundo aqui tem o sonho de ser o Isaquias Queiroz e o Erlon”.
 

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