Treinar em casa dará vantagem e medalhas, dizem atleta e presidente da CBCa

Circuito de canoagem slalom de Deodoro, onde ocorrerão os Jogos Olímpicos / Foto: Esporte Alternativo

Rio de Janeiro - Treinar no circuito de canoagem slalom olímpico trará resultados positivos para a seleção brasileira nos nove meses que faltam até os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Ao menos é o que acredita o presidente da CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem), João Tomazini. 

"Acho que com o pessoal treinando aqui no local, nós vamos conhecer mais o canal e eu acho que esse fator é sem dúvidas fundamental. Por isso o treinamento da canoagem da seleção brasileira aqui em Deodoro a partir de agora. Serão de nove a doze atletas treinando aqui até a seletiva interna para os Jogos", ressalta. 

João explica o porquê de a canoagem slalom ser uma das provas olímpicas em que conhecer o local prévia e densamente é um dos fatores preponderantes para conseguir um bom resultado. 

"Uma das modalidades em que o fator local é fundamental, em todas as mais de 40 provas dos Jogos, é a canoagem slalom. Vamos olhar Londres, nós temos estatísticas, tanto em Jogos quanto em mundiais, dos resultados do país sede. O Pan-Americano de 2015, em Toronto, o Canadá conseguiu classificações que nas provas mundiais depois não consegue. A atleta que ganhou da Ana [Sátila, medalha de prata] no K1 feminino simplesmente fica atrás dela em todas as competições. Então o fator local é fundamental. Então a possibilidade da equipe brasileira treinar aqui vai trazer resultados", explica. 

Atletas terão dificuldade com canal, garante canoísta brasileiro / Foto: Esporte Alternativo

Pedro Gonçalves, o Pepê, atleta brasileiro mais importante do K1 atualmente; Ana Sátila, a melhor do K1 feminino e outros sete a dez atletas estarão com base em Nova Iguaçú, a pouco menos de uma hora de onde está o circuito de slalom, em Deodoro, no Parque Radical. A estratégia tem a ver com essa proximidade, e busca dar aos atletas brasileiros a chance de treinarem e conhecerem o novo canal com vistas a 2016.

"Todas as equipes treinaram antes nos canais. A China [Pequim 2008], a Grã-Bretanha [Londres 2012]. Isso para nós vai ser a arma surpresa, né? O grande fator, estar em casa, com a torcida e conhecer cada pedacinho desse canal, vai ser realmente uma vantagem. A gente já está chegando perto deles agora, e conhecer o canal vai ser excepcional, vamos chegar nos Jogos conhecendo todos os lugares e com mais chances de medalhas", justifica Pepê. 

No evento teste disputado neste final de semana no novo canal olímpico, Pepê e Ana já tiveram um gostinho de como serão os Jogos Olímpicos. A brasileira foi à final e terminou em 6º lugar, enquanto o canoísta, por um deslize, acabou parando na semi. A experiência, porém, valeu muito, porque o formato, segundo ele, foi muito parecido com o olímpico. 

"O formato desse evento é igual ao dos Jogos, não tem o que por nem o que tirar. A única coisa que diferencia é que tem alguns atletas a mais dos países. Então você pode tirar esses atletas e comparar realmente com os Jogos Olímpicos. Vão ser esses mesmos adversários, se não forem eles serão atletas com performances muito próximas", afirma. 

Por fim, quanto ao aspecto técnico, Pepê garante: é uma das mais difíceis do mundo. E explica o porquê: "Está ali brigando com Londres. A de Londres tem um pouco mais de desnível, os refluxos, as zonas são um pouco mais fechadas, mas essa água ela é muito dispersa, então você pode sair toda hora da linha que você traçou, então isso torna a pista muito técnica, então eu acho que ela está entre as três mais difíceis do mundo", finaliza. 

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