Sensação de 40°C e longa distância marcam evento teste de MTB

Evento teste de ciclismo mountain bike teve sensação térmica de 40°C neste domingo / Foto: Esporte Alternativo

Rio de Janeiro - A cidade olímpica abrigou, neste domingo véspera de feriado, o único evento teste previsto para o circuito de mountain bike, montado no longínquo Parque Radical de Deodoro, na região de mesmo nome, no extremo norte do Rio de Janeiro. 
 
A prova, costumeiramente considerada de extremos, conseguiu ser ainda mais difícil para os 53 homens e 34 mulheres inscritos graças à sensação térmica de 40°C. Não à toa, dentre as mulheres, 10 desistiram. Entre os rapazes esse número foi ainda maior: 21 não conseguiram terminar. 
 
 “O ano que vem a gente deve ter um clima mais ameno porque estaremos no inverno e não nessa fase de primavera/verão, aí dá pra gente trabalhar com o número que a gente tinha trabalhado”, lembra Rodrigo Garcia, diretor de esportes do Comitê Rio 2016.
 
Numa tentativa de amenizar o sofrimento dos atletas, as regras chegaram até a serem modificadas. Pouco antes do início da prova, tendo em visto o forte calor que já assolava o local antes mesmo das 10h da manhã - horário previsto para a largada da prova feminina - ficou decidido que tanto homens quanto mulheres pedalariam uma volta a menos, ficando assim cinco para elas e seis voltas para eles. 
 
“Isso é uma decisão técnica, que a gente toma em conjunto com a federação internacional, com a OBS, com o Comitê Olímpico Internacional durante os Jogos. Aqui no evento-teste a gente tem uma habilidade de mudar isso um pouco mais fácil, basicamente quem toma a decisão é o Comitê Organizador junto com a federação internacional”, explica Rodrigo.
 
Cheio de íngremes subidas, trechos pedrificados, e muitas, muitas curvas, o circuito acabou sendo elogiado justamente pela semelhança que guardou com os grandes percursos vistos lá fora. 
 
"Que pista é essa? Eu estou me sentindo fora de casa. A única coisa que me lembra o Brasil é que todo mundo está falando português. Eu estou muito feliz. A pista está incrível. Eu peço que ela seja mantida como um legado depois das Olimpíadas, que ela não seja retirada depois do evento. Agora o calor... Eu pensei que estava acostumada com o calor de goiás, mas pior foi o calor. Estava confiante, brincava com as outras atletas quando chegava e elas estavam no ar condicionado, na sala de descanso", brinca Raiza Goulão, a brasileira mais bem colocada ao final do evento teste. 

Distante: local de provas fica a 1,3 km de estação e entrada era assim, sem sinalização / Foto: Esporte Alternativo

Outra que elogiou, mas com ressalvas, foi a medalhista de bronze nos Jogos de Londres 2012, Georgia Gould. “Na minha opinião, eu acho que no geral é um bom começo. Muito bom. Será espetacular na televisão, eu acho que tem muitos componentes naturais em adição ao que construíram aqui. Mas eu acho que tem alguns pontos que precisam ser mudados um pouco, o que é comum, quer dizer, é a primeira corrida. É por isso que você tem o evento teste, né?", conclui.
 
Distância preocupa - Além do calor extremo, outra questão pode ser um problema durante os Jogos Olímpicos: a distância até o circuito de mountain bike. 
 
Como recomendado pelo Comitê Organizador nos eventos teste com público - não foi este o caso, já que o evento foi fechado -, este repórter chegou ao local de transporte público. Mas sofreu até lá. Isso porque a estação de trem mais próxima, Ricardo Albuquerque (40 minutos da estação Central do Brasil, que se pode chegar de metrô), fica a 1,3 km do local de competição. Não há meio de transporte que deixe mais perto e é importante, até os Jogos Olímpicos pensar em alguma forma de melhorar esse ponto, ou mesmo sinalizar, já que não havia nenhuma placa indicando o local, cuja entrada ficava numa rua sem pavimento.
 
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