Uberlândia confirma vocação inclusiva do Circuito Caixa neste sábado
São Paulo - O Circuito de Corridas Caixa reúne a elite do atletismo brasileiro e milhares de amadores há 15 anos. A maioria corre contra o tempo. Seja por um lugar no pódio ou para melhorar o desempenho pessoal, a meta é ser mais veloz.
Há ainda quem siga até a linha de chegada atrás de saúde e qualidade de vida. E existe um grupo especial, o qual alinhar para a largada e seguir em frente é a maior vitória. A cidade mineira de Uberlândia, que recebe a segunda etapa do circuito de provas de rua mais tradicional do país neste sábado, dia 19, terá um representante emblemático dessa inclusão por meio do esporte.
O jovem Pedro vai completar 12 anos na próxima quinta-feira, dia 24. E vai comemorar o aniversário antecipadamente na sua sétima participação no Circuito Caixa. No sentido literal da palavra, ele jamais correu a prova com as próprias pernas, mas cruza a linha de chegada e recebe medalha de participação em Uberlândia desde 2012, para orgulho e felicidade da mãe, Karolina Cordeiro, que dá suas passadas ao empurrar seu carrinho pelo Parque do Sabiá.
Portador da Síndrome de Aicardi-Goutières (SAG), uma rara doença que lhe roubou os movimentos aos 10 meses de vida, o garoto que não anda e nem fala se mistura à multidão de atletas junto com a mãe para saborear a vitória da vida. “Existem pouco mais de 50 casos como o do Pedro no mundo e a expectativa era de que ele viveria somente até os 2 anos. Agora, vamos comemorar o 12º aniversário junto com o Dia das Mães no Circuito. É uma prova muito emocionante para nós, porque foi onde tudo começou e, a cada ano, sei que o dia da corrida vai chegar e o Pedro estará comigo, vivo”, explica uma emocionada Karolina, que também leva as filhas Ana Júlia e Giovana para correr.
Quando participou da corrida pela primeira vez, Pedro tinha apenas 5 anos. Agora, perto de chegar aos 12, tem a possibilidade de ver sua história, seu exemplo, dar cada vez mais frutos. A etapa de Uberlândia 2018 receberá um grupo de 20 atletas portadores de necessidades especiais vindos de Campina Verde, pequena cidade da região do Triângulo Mineiro, com pouco mais de 20 mil habitantes.
“Isso é muito emocionante, pois o Pedro se multiplicou em outras pessoas com deficiência que querem praticar esporte. E é muito legal, porque a organização (HT Sports) abraçou a ideia e doou as inscrições. Vai ser uma festa linda na noite deste sábado”, garante Karolina, que hoje dá palestras em escolas contando a história do filho, que já virou até personagem de livro infantil.