Entrevistas

Isadora Williams: "Estou criando um programa show com uma música brasileira"

Isadora Williams, primeira patinadora brasileira a conseguir vaga para os Jogos de Inverno / Foto: Robin Ritoss

Isadora Williams:  "Estou criando um programa show com uma música brasileira para Sochi 2014"

Rio de Janeiro - "Estou criando um programa show com uma música brasileira", adianta Isadora Williams, primeira brasileira a conseguir uma vaga em Jogos de Inverno na patinação artística. A patinadora nasceu nos Estados Unidos, tem pai americano e mãe brasileira. Mesmo assim, na tentativa de popularizar seu esporte por aqui, ela resolveu competir pelo Brasil.

Isadora explica essa decisão durante a entrevista exclusiva que concedeu para o Esporte Alternativo, a menos de três meses do início dos Jogos de Inverno Sochi 2014.

Como ainda não é fluente no português, a patinadora contou com a ajuda de sua mãe para escrever as respostas. Mas isso provavelmente não será necessário no futuro. "Eu pretendo morar uns tempos no Brasil para poder falar o português fluentemente", revela. 

Isadora fala ainda sobre sua recente visita ao Rio de Janeiro, suas pretensões em Sochi e sobre a relação com a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).

O presidente anterior da entidade, Eric Maleson, é acusado de gestão temerária, falsificação de documentos e desvio de verba. A CBDG ficou seis anos sem receber recursos, o que prejudicou a relação com os atletas. Hoje, no entanto, com a nova gestão de Emílio Strapasson e a boa relação com o Comitê Olímpico Brasileiro, a situação é diferente, segundo a patinadora. 

Confira logo abaixo a entrevista na íntegra:

EA - Isadora, sabemos que você é norte-americana de nascimento. Como foi o processo de decisão para escolher representar o Brasil? O que mais pesou?
 
Isadora - Minha mãe é brasileira. Eu tenho dupla nacionalidade: americana e brasileira. A minha família brasileira vive toda no Brasil, eu tenho muito orgulho das minhas raízes. Eu me inspirei na Yuna Kim, uma patinadora da Coreia do Sul que ganhou medalha de ouro em 2010 nos Jogos de Inverno, em Vancouver. Ela popularizou um esporte sem nenhuma tradição na Coreia. Estes foram os meus maiores motivos.
 
EA - Você já veio algumas vezes para o Brasil e, recentemente, conheceu o Rio de Janeiro. O que você mais gosta daqui?
 
Isadora - Fui recebida com muito carinho. O brasileiro é muito “alto astral”. Eu gostei muito do Rio, esta mistura de cidade urbana e natureza numa paisagem só me fascinou. A comida é uma das melhores do mundo. Eu gosto muito da música clássica brasileira também. Fui ao show do Jorge Ben Jor na semana passada e foi simplesmente maravilhoso. A música dele não envelhece, passa por geracoes.
 
EA - Como é optar competir por um país que não tem muita tradição nos esportes de inverno?
 
Isadora - Eu quero mudar o estrereótipo. É possível praticar o esporte no Brasil. Eu quero ver o esporte crescer porque é maravilhoso! Ele já vem sendo praticado nos rinks do  Rio de Janeiro e isto é um otimo começo. Mas muito trabalho ainda tem que ser feito, como o intercâmbio de novos talentos e a construção de um rink com medidas oficiais. Mas a semente já foi plantada.
 
EA - A disputa pela vaga em Sochi 2014 foi difícil e conseguida na repescagem. Voce ficou receosa de ficar fora dos Jogos?
 
Isadora - Sim. A pressão foi enorme, era a minha única chance . Eu treinei muito para nao peder a oportunidade novamente. 
 
EA - Voce ainda vive e treina nos Estados Unidos, mas está tentando aprender português, é isso? 
 
Isadora - O meu português vai bem. Eu tenho uma professora maravilhosa, a Patrícia Splett. A gente se diverte muito com as aulas, fazemos comida brasileira, escutamos música, assisto desenhos da Mônica e assim vai indo. Eu pretendo morar uns tempos no Brasil para poder falar o português fluentemente. 
 
EA - Aliás, como está sua rotina de treinos atualmente, a menos de três messes dos Jogos?
 
Isadora - Eu treino de 3 a 5 horas por dia, 6 dias por semana. O treino é intenso (e muito puxado).
 
EA - Quais os principais nomes da patinação artística hoje a serem batidos? Quais as grandes potências?
 
Isadora - Yuna Kim (Coreia do Sul), Mao Assada (Japão) e Julia Lipnitskaya (Rússia) são medalhas seguras em Sochi 2013. O Japão  está com um time muito bom, a Rússia tem um grupo de meninas muito talentosas e os Estados Unidos também estão no páreo. 
 
EA - Já sabe como será a sua apresentação em Sochi?
 
Isadora - Eu quero fazer dois sólidos programas, apresentações limpas, sem erros. 
 
EA - A rotina terá algum toque brasileiro?
 
Isadora - Eu mantive os dois programas para os Jogos. Estou criando um programa show com uma música brasileira. 
 
EA - Como está sua relecao com a CBDG?
 
Isadora - Com o fim do período de intervenção na CBDG e a eleição do Emílio Strapasson eu comecei a receber apoio finaceiro. A CBDG  está efetuando o pagamento dos salários dos meus treinadores e também o custeio das despesas com passagens e estadias para competições. O COB também está me dando um apoio finaceiro neste período pré-olímpico. Tenho um ótimo relacionamento com a CBDG.
 
EA - O que espera, em geral, da sua participação em Sochi 2014?
 
Isadora - Eu espero atrair atenção para minha confederação, a CBDG e para os esportes de inverno no Brasil. Precisamos de patrocínio. Estou torcendo para que meus companheiros de equipe se classifiquem também. O bobsled masculino e feminino estão com ótimas chances!
 

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