Entrevistas

Karla de Bona: "Atirei em alguns pratos e senti que aquele esporte era fascinante"

Karla de Bona durante competição em Americana, interior de SP / Foto: Arquivo pessoal

Karla de Bona:  "Atirei em alguns pratos e senti que aquele esporte era fascinante"

Karla de Bona é esperança brasileira para Londres 2012. Depois de ficar 07 anos sem praticar tiro, a atleta brasileira voltou a competir em alto nível em 2010. Durante o Campeonato das Américas, disputado em Novembro no Rio de Janeiro, a gaúcha fez bonito ao terminar a prova de Tiro ao Prato na terceira colocação. Karla de Bona competiu com atiradoras profissionais americanas em um prova que valia vaga para as Olimpíadas. Empolgada com o desempenho, Karla contou um pouco ao Esporte Alternativo sobre sua história, rotina de treinamento, sonhos e objetivos.

 

EA - Gostaria que você me falasse um pouco sobre a sua história. Com que idade Karla de Bona começou a praticar o Tiro Esportivo?

Karla de Bona - Tenho 28 anos, comecei praticar esse esporte com 21 anos, porém parei durante 7 anos e, no mês de setembro de 2010, retornei a pratica. Tudo começou quando li no jornal de minha cidade que no Clube Santo Huberto teria um campeonato de tiro, fiquei super curiosa e resolvi assistir a prova. Quando cheguei, os atiradores me receberam com muito carinho, pois aquele é um lugar que poucos frequentam. No mesmo dia me emprestaram uma espingarda para eu poder sentir qual era a sensação do tiro ao prato. Bom, fui para a pedana (local de tiro) e já me sentia bem familiarizada. Atirei em alguns pratos e senti que aquele esporte era fascinante... a partir deste momento, comecei a praticar... porém alguns problemas surgiram... então me afastei por 7 anos e retornei neste ano de 2010.

EA - De onde veio a idéia de praticar Tiro ? Teve alguém que serviu de exemplo ?

Karla de Bona - Não tive alguém de exemplo... Foi iniciativa própria.

EA - Quando você percebeu que levava jeito para a coisa ?

Karla de Bona - No mesmo instante em que peguei a arma pela primeira vez na mão. Eu senti que ela fazia parte de mim.

EA - E as competições ? Lembra como foi a primeira disputa em uma competição oficial ? Lembra dos detalhes ? Em qual colocação ficou ?

Karla de Bona - Não estou lembrada, mas tenho certeza que o friozinho na espinha é o mesmo, pois quando estou competindo, sei que devo dar o melhor de mim e isso envolve concentração, técnica, condicionamento físico e a cabeça totalmente focada no melhor resultado.

EA - Como é o treino de um praticante de Tiro Esportivo ? Gostaria que descrevesse a sua rotina.

Karla de Bona - O treino técnico é simples, vou ao clube uma vez por semana e procuro repetir os pratos que erro, com consciência do que estou fazendo. O que mais pesa é o treino psicológico, esse deve ser feito diariamente.

EA - No Brasil, um país considerado violento, existe algum tipo de preconceito com esse esporte ? E de mulheres que praticam Tiro Esportivo ?

Karla de Bona - Sim, com certeza. A ideia inicial é fazer a relação com violência, pois estamos falando de armas. Mas temos que deixas as coisas bem claras neste momento e dizer que o esporte, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas, é um ótimo aliado para ensinar o correto manuseio e comportamento frente a situações de risco. Quanto às mulheres, alguns homens ficam com receio e outros já estão acostumados. O fato de ter poucas mulheres neste esporte faz com que eles nos respeitem.

EA - Você logicamente deve ter mais de uma arma. Já usou ela alguma vez longe das competições ?

Karla de Bona - Sim, tenho uma pistola .380 Taurus. O uso da arma longe das competições só deve ser feito por pessoas autorizadas e com consciência. Eu nunca utilizei para outra finalidade.

EA - De onde surgiu a idéia do Tiro ao Prato ?

Karla de Bona - Na verdade aconteceu a ideia, ou seja, ela apareceu e eu absorvi a informação. Poderia ter sido qualquer outro esporte, mas o fato de ser individual chamou minha atenção pois depende, única e exclusivamente, da minha pessoa.

EA - Como foi participar do Campeonato das Américas ? Gostaria que falasse um pouco como foi participar dessa competição ?

Karla de Bona - Foi um momento mágico. Inexplicável. Tudo aconteceu verdadeiramente. Enfrentei alguns “leões” durante a competição, mas consegui manter a concentração e atingir meu objetivo.

EA - Acha que falta incentivo a esse esporte no Brasil ?

Karla de Bona - Acredito que há pouca divulgação e consequentemente pouco incentivo. A partir do momento que surgirem os resultados, tenho certeza que o tiro brasileiro será visto de um ângulo diferente.

EA - Quais as suas expectativas para Londres 2012 ?

Karla de Bona - Estou treinando para conquistar uma vaga olímpica. Sei que é competido, e vou fazer o meu melhor.

EA - Em 2016, com os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, pretende estar competindo em alto nível ?

Karla de Bona - Certamente, pois o Brasil sediará um importantíssimo evento e temos que representar a altura o país.

EA - Hoje, qual o seu maior sonho no esporte ?

Karla de Bona - Conquistar uma vaga olímpica e, posteriormente, uma medalha olímpica.

EA - O que você faz além de praticar Tiro Esportivo ?

Karla de Bona - Frequento academia diariamente e quando tenho a oportunidade, faço rafting e paintball.

EA - Tem algum história engraçada que poderia contar relacionada com o Tiro Esportivo ?

Karla de Bona - Os atletas do tiro esportivo são “diferentes”, um pouco malucos, então histórias engraçadas não faltam... prefiro não contar...hahahahahah

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