Esporte olímpico brasileiro se prepara para retorno

Esporte olímpico brasileiro se prepara para retorno  / Foto: Divulgação

São Paulo - Uma das promessas da natação brasileira, Viviane Jungblut recomeçou em maio sua preparação para buscar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2021. Ela e mais 15 atletas de diferentes modalidades foram os primeiros a retornarem às atividades depois de um bom tempo longe por causa da pandemia do novo Coronavírus. O clube Grêmio Náutico União, de Porto Alegre, recebeu a liberação do Governo do Estado para voltar as atividades sempre seguindo várias recomendações.
 
Viviane, que tem 24 anos, é cotada para ser uma das nadadoras brasileiras classificadas para o Japão. Medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos de Lima na prova dos 800m e da Maratona de 10km, ela comemorou muito o retorno aos treinos. “Foi uma mistura de emoções e sensações. Foi bem diferente. Ao mesmo tempo é estranho pelo momento que o mundo está vivendo. Na hora que eu caí na água, senti uma felicidade bem grande”. Mas a situação da gaúcha não é a realidade da maioria dos atletas olímpicos brasileiros. Os competidores de ponta, que têm maior destaque nos eventos esportivos e são sempre favoritos nas apostas esportivas, ainda não voltaram os treinos e aguardam uma solução segura para que isso aconteça.
 
E a situação do Brasil não é a das melhores. Somos o segundo país no mundo com maior número de casos e mortes do Novo Coronavírus. A cada dia que passa, mais restrições são tomadas em todo o território brasileiro para conter a doença. Muitos atletas estão sem treinar e competir desde março. 
 
Prejudicado desde o início da pandemia, o esporte brasileiro começou a dar os primeiros passos. O adiamento da Olimpíada para 2021 já foi uma grande notícia. Este novo prazo deu mais tranquilidade para atletas e confederações trabalharem com calma e esperarem o momento certo para a retomada. Os adiamentos das competições pré-olímpicas para 2021 também deram mais tranquilidade para os brasileiros. Na natação, por exemplo, teve o adiamento do Troféu José Finkel, o Brasileiro da modalidade, que estava marcado para agosto. A Fina (Federação Internacional de Natação) já confirmou a realização das disputas visando as Olimpíadas para o primeiro semestre do ano que vem. O basquete também já marcou seu torneio pré-olímpico para os primeiros meses de 2021. 
 
COB prepara protocolo - A retomada está sendo planejada com calma e segurança. O Comitê Olímpico Brasileiro divulgou em junho um manual de volta aos treinos. O Centro de Treinamento do Time Brasil, no Rio de Janeiro, que está fechado desde o dia 18 de março, será reaberto para algumas atividades olímpicas e para os esportes de alto rendimento. A entidade prepara um protocolo para este retorno, sempre respeitando as recomendações da Prefeitura do Rio, Governo do Estado e a Organização Mundial da Saúde.
 
Os esportes de contato como judô, caratê e wrestling devem aguardar mais para o retorno, já que os atletas ficam próximos, se tocam e precisam ter contato físico para competir. 
 
A volta dos esportes aquáticos - A natação é um dos esportes olímpicos mais vitoriosos. O Brasil sempre revelou talentos como Gustavo Borges, Fernando Scherer e Cesar Cielo. Com a esperança de trazer mais medalhas para o Brasil em 2021, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) planeja uma retoma dividida em quatro partes. 
 
A volta aos treinamentos exigirá atenção e dedicação dos atletas. Por ser um esporte de rendimento, a natação exigirá um pouco mais de disciplina dos seus praticantes. Um dos pontos importantes que precisa ser lembrado é que a paralisação foi de mais de três meses. Então a condição física do atleta não estará da mesma maneira de quando começou a pandemia.
 
Além da natação, maratona aquática, saltos ornamentais e nado artístico estão incluídos neste planejamento. A ideia é realizar cada fase em um período, evoluindo de acordo com a conclusão da anterior. Os protocolos são essenciais para garantir a saúde e preparação dos atletas, sempre seguindo a orientações dos órgãos responsáveis de cada região. 
 
“Nosso primeiro objetivo é preservar a saúde de todos. Não queremos expor nenhum atleta, treinador ou profissional que atue no dia-a-dia. Por isso, estabelecemos este protocolo de retorno”, disse o presidente da CBDA, Luiz Fernando Coelho. 
 
Expectativa para Tóquio - O momento é de cautela, mas o sonho de brilhar em uma Olimpíada não acabou. Só foi adiado para 2021. Com a expectativa crescendo com o decorrer do ano, os atletas brasileiros já se preparam para uma retomada. O objetivo é garantir classificação e representar bem o Brasil no Japão. Empolgado após o excelente desempenho nos últimos Jogos Pan-americanos, realizado em Lima (só a natação ganhou 30 medalhas), o Time Brasil está focado em melhorar o número de medalhas conquistadas no Rio 2016, quando garantiu seu melhor desempenho com 19 medalhas. 
 
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