Operação Controles de Dopagem ultrapassa meta estabelecida pela ABCD

Marco Aurelio Klein, diretor executivo da ABCD  / Foto: Francisco Medeiros

São Paulo - Foram sete dias intensos de trabalho. Depois de passar por Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro, a primeira ação da Autoridade Brasileira de Controle de Dopagem (ABCD) chegou ao fim. “Concluímos com sucesso a Operação Controles de Dopagem, ultrapassando a meta estabelecida de 100 exames. Fizemos 119 testes em mais de 20 modalidades, dos quais 115 nas coletas e quatro em competição. Nossa meta é erradicar a dopagem no Brasil até 2016”, analisa o diretor executivo da ABCD, Marco Aurelio Klein.
 
Com a realização dos exames, o diretor ressalta que “ficaram mais do que claros a importância e o papel da ABCD no processo de informação, educação e prevenção contra a dopagem”. A ação, preventiva e de saúde, visou ao bem-estar dos atletas. As coletas foram executadas por um oficial da Agência de Controle de Dopagem de Portugal, o médico João Marques, que veio ao país para realizar os testes.
 
“Nosso foco é chegar a 2016 cumprindo os objetivos do Plano Brasil Medalhas, com nenhum caso de dopagem entre os atletas brasileiros. Queremos fazer um trabalho crescente de controle, educando os atletas, informando e prevenindo”, diz Klein.
 
Em cada dia de atividade da operação, todas as coletas foram encaminhadas diretamente para o laboratório brasileiro de controle de dopagem, o Ladetec-UFRJ (Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico). “O Ladetec está trabalhando com as amostras e os resultados sairão em breve”, completa o diretor.
 
Os testes foram realizados em atletas integrantes do programa Bolsa-Atleta, do Ministério do Esporte, que disputam competições nacionais, internacionais, olímpicas e paraolímpicas. “Quase todos os que passaram pelo controle tinham muitas perguntas, e os estreantes estavam ansiosos para passar pelo procedimento. Durante a espera da coleta, os mais experientes tranquilizavam os estreantes, explicando que as atividades são normais e corriqueiras em competições internacionais”, afirma o diretor, ao lembrar que a iniciativa também teve um caráter educativo.
 
Klein revela ainda que, no trabalho de prevenção a ser desenvolvido pela ABCD, as ações serão amplamente aplicadas, com impacto em todo o universo que envolve o atleta, sem deixar de fora a equipe técnica, as entidades esportivas (confederação, federação e clubes) e até os familiares.
 
“Queremos aumentar substancialmente o número de exames de controle de dopagem realizados no Brasil. Queremos chegar ao final de 2013 com o controle em todas as atividades das modalidades do programa olímpico e paraolímpico e no período fora de competição”, acrescenta.
 
O diretor executivo antecipa que o próximo passo da ABCD é criar uma proposta do Programa Nacional de Controle de Dopagem. A entidade realizará audiências para debater com as entidades esportivas, em todos os níveis, a construção do programa nacional. A previsão é que a proposta esteja pronta em cerca de 60 dias.
 
Coleta em competição
Durante a operação realizada em São Paulo, a equipe também realizou a coleta de controle de dopagem dentro de uma competição. Os oficiais da ABCD fizeram quatro testes na partida de rúgbi entre Brasil e Paraguai, disputada no dia 27, na capital paulista. A ação foi solicitada pela International Rugby Board (IRB), no confronto válido pela classificatória para a Copa do Mundo de Rúgbi 2015.
 
A próxima ação educativa sobre o tema será promovida em conjunto com a Wada (sigla em inglês para Agência Mundial Antidoping), durante os Jogos Sul-Americanos Escolares 2012, nas cidades de Natal e João Pessoa, de 29 de novembro a 6 de dezembro.
 
“Temos que preparar os nossos atletas para o nível internacional de competição, em que o controle de dopagem é um ato de saúde, pela ética na competição. Mostramos como era a operação, quais são os cuidados, quais são as recomendações, as orientações e as regras. É um processo grande e educativo”, avalia Klein.