Erika Coimbra mostra fôlego de sobra para mais uma temporada no Hinode Barueri

Ponta conta sobre seu amor pela equipe e como se sente um pouco 'mãe' do projeto / Foto: Cinara Piccolo/Photo&Grafia

São Paulo - Ela tem 37 anos, mas garra e fôlego de uma menina que ainda dá seus primeiros passos no vôlei e tem um mundo de possibilidades pela frente. Medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Sidney-2000 e hexacampeã da Superliga A, Erika Coimbra se prepara para começar uma nova temporada, em que vai disputar mais uma edição do torneio, agora pelo Hinode Barueri.
 
O que serve como combustível para a ponta? O amor pelo esporte e o objetivo de ser sempre melhor. "O que me move é a paixão que tenho pelo que faço. Costumo brincar que aguento mais coisas que meninas de 22... 23 anos (risos). Voltando à Superliga A depois de um ano, vou ter que me superar. Será um desafio diário, mas meu corpo joga a meu favor porque responde muito bem. Dou o meu máximo. Para estar no meu lugar, tem que treinar muito (risos). E isso gera uma disputa sadia dentro do time."
 
Essa cobrança é uma das lições que tenta passar para as companheiras de quadra no Hinode Barueri. "Eu passei por isso. Aos 18...19 anos, era titular da Seleção Brasileira. Eu via as mais velhas e falava para mim mesma que precisava ser melhor que elas. Então, hoje, tento deixar meu legado e acho que estou conseguindo fazer com que as mais novas tenham essa sementinha, esse desafio pessoal."
 
Erika estava longe do vôlei há oito meses, quando, então, aceitou o convite do tricampeão olímpico José Roberto Guimarães: fazer nascer a equipe de Barueri, em outubro do ano passado, ainda sem patrocínio e na terceira divisão do vôlei nacional. A mineira foi morar em São Paulo, no Sportville, CT do treinador. Vieram o título da Taça de Prata, o patrocínio da Hinode e o ouro na Superliga B, consequentemente a vaga para a Superliga principal. 
 
"De certa forma, me reinventei. Passei a morar no Centro de Treinamento, com a idade que estou, e tem sido ótimo para me motivar e ajudar as meninas também. Elas são cheias de vida. Divido o quarto com a Tainara (oposto), que tem 17 anos. Ensino, mas aprendo muito. Hoje, sou mais paciente e menos egoísta. Melhorei como capitã e como ser humano. Criei amor pelo projeto e me sinto um pouco mãe dele."
 
A sede de vencer continua a mesma, agora com o objetivo principal de presentear seu 'filho', o Hinode Barueri. "Quero fazer parte dessa história e ajudar a equipe a ficar pelo menos entre as quatro melhores da Superliga. Não jogo mais pensando em ser a melhor jogadora da partida, em conquistar medalha em Mundial e Olimpíada."
 
Encerrar a carreira é um assunto em pauta, mas ainda sem data certa. "Analiso temporada a temporada. Enquanto eu conseguir jogar em alto rendimento, disputando frente a frente com qualquer uma que esteja do outro lado, sem dores, vou continuar. Não é fácil deixar uma paixão de lado. Cada vez que se aproxima do fim, gosto mais. Minha motivação também vem daí, em querer aproveitar ao máximo porque sei que está acabando."
 
Por enquanto, Erika tenta descobrir o que pode fazer quando se aposentar do vôlei. A ponta do Hinode Barueri foi uma das 12 jogadoras convidadas pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) para participar de um trabalho de coaching que começa no próximo dia 25 e vai durar seis meses. O objetivo é ajudar os atletas a descobrirem qual novo caminho vão querer trilhar ao deixarem as quadras.

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