Mari Paraíba chega ao Vôlei Nestlé em busca de seu primeiro título da Superliga

Fabíola e Mari jogaram juntas na Suíça / Foto: João Pires/Fotojump

São Paulo - A pequena Mariana Andrade Costa deixou a segurança da casa dos pais, em Campina Grande, para perseguir um sonho. Reuniu toda a coragem dos seus 14 anos e desembarcou em Osasco para se tornar uma jogadora de vôlei.
 
Começou na categoria infantil e, ainda juvenil, defendeu o time adulto em duas campanhas que resultaran na medalha de prata da Superliga nas temporadas 2005/06 e 2006/07. Dez anos depois, agora conhecida nacional e internacionalmente como Mari Paraíba, a ponteira está de volta à cidade onde tudo começou. Chega para reforçar o Vôlei Nestlé com a determinação de conquistar a medalha que lhe falta no Brasil. “Esse é meu maior objetivo. Vou dar o máximo para conquistar esse título para a equipe e para a torcida.”
 
O tamanho da emoção ao retornar ao ginásio José Liberatti pode ser dimensionada pela reação de Mari ao recordar os primeiros passos na carreira. “No começo é sempre um pouco difícil, até acostumar. Foi minha primeira vez fora de casa, mas eu tinha o sonho de me tornar atleta, até porque na Paraíba o incentivo era muito fraco e a gente precisava sair. Agora, me sinto voltando para casa. Estou muito feliz, afinal, foi aqui onde os sonhos começaram a virar realidade. Naquela idade eu sonhava, mas não imaginava estar onde estou hoje”, conta a jogadora, com voz embargada e se esforçando para conter as lágrimas. “Aqui sempre fui bem tratada, acolhida e muito bem trabalhada desde as categorias de base”, completa.
 
Mari chega para acrescentar variação no ataque e qualidade no passe do Vôlei Nestlé. E traz na bagagem a experiência internacional adquirida na recente passagem pelo Volero Zurich, com o qual conquistou a medalha de prata do Mundial de Clubes, disputado em maio, no Japão. “Sempre desejei ter experiência internacional. E defender um ótimo clube, com grandes jogadoras, me permitiu absorver o máximo nos treinos e campeonatos fortes, como a Liga dos Campeões. Eu não era titular, mas sempre entrava bem em quadra e fazia a minha parte. Foi uma oportunidade incrível que me elevou a outro nível psicológico e emocional. Volto amadurecida como atleta e pessoa”, conta a ponteira de 1,80 metro de altura.
 
Em casa - No Vôlei Nestlé, Mari terá um motivo a mais para se sentir em casa. A ponteira vai reeditar a parceria recente com a levantadora Fabíola. As duas disputaram a temporada passada pelo Volero e chegaram a morar juntas na Suíça. “O engraçado é que pouco jogamos juntas, porque, quando eu entrava, ela saia na inversão do 5 x 1. Mas fortalecemos muito nossa amizade. Não é facil ficar longe do seu país, familia e amigos. E tive sorte por ter a Fabíola e sua familia a meu lado. Isso foi um suporte enorme. Agora estaremos juntas aqui no Brasil para trazer muitas alegrias para o torcedor, para nossas novas companheiras e patrocinador”, completa.
 
A paixão de Mari pelo vôlei vem de família. Sua mãe, Célia, era professora de educação física e sempre incentivou os filhos a jogar (o irmão, Daniel Gramignolia, foi levantador de grandes equipes, como o Cruzeiro). Os primeiros toques e manchetes foram dados aos 10 anos de idade, em Campina Grande. Talentosa desde cedo, aos 14 já atuava na equipe infantil de Osasco. Como atleta adulta, defendeu também os times de São Caetano, Pinheiros, Macaé, Teuto-GO e Minas, até se transferir para o Volero Zurich. “Minha mãe sempre nos inventivou e apesar de não ser fácil para a família, o fato de meu irmão ter saído de casa um ano antes para jogar em São Paulo, ajudou muito nessa fase de mudança. Graças a Deus, comigo deu tudo certo”, conta.
 
Temporada de bons resultados - Além da ponteira Mari Paraíba, o Vôlei Nestlé se reforçou com a levantadora Fabíola e confirmou as renovações de contrato com a meio de rede Bia, a ponteira Tandara, a central Nati Martins, a oposta Paula Borgo, a levantadora Carol Albuquerque e a líbero Tássia. O time de Osasco manteve-se entre as maiores forças do Brasil na temporada 2016/17. No período, o técnico Luizomar e suas comandadas foram campeões paulistas, semifinalistas da Copa do Brasil 2017 e vice-campeões da Superliga 2016/17. No Mundial de Clubes, o time terminou em sexto lugar.
 
Nutrindo os Sonhos dos Jovens - De olho no futuro e na nova geração do vôlei brasileiro, o Vôlei Nestlé reforçou o DNA de seu projeto ao firmar parceria com o Programa Global "Nutrindo os Sonhos dos Jovens", lançado pela Nestlé na Europa em 2013, e que chegou ao Brasil no final de 2015. A equipe para a temporada 2017/18 deve manter a filosofia de mesclar atletas experientes com jovens, que buscam espaço em um clube tradicional como o Osasco. O programa está voltado para a capacitação de jovens para qualificá-los profissionalmente.

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