Brasil se redime, bate Alemanha nos pênaltis e conquista inédito título olímpico

Neymar marcou o primeiro gol do Brasil, de falta / Foto: Buda Mendes / Getty Images

Rio de Janeiro – O Brasil venceu neste sábado o torneio olímpico de futebol e de quebra expurgou um de seus maiores fantasmas recentes no esporte. Não é o Mineirão nem a Copa do Mundo, é verdade. Dos dois lados, também, os jogadores não são os que protagonizaram aquela semifinal fatídica da Copa de 2014. Mas o Brasil venceu a Alemanha, do 7 a 1, dois anos depois do traumático desfecho da participação brasileira na Copa, dessa vez nos pênaltis após o jogo terminar empatado em 1 a 1 no tempo normal e na prorrogação.

Dessa vez num contexto diferente, de final do torneio olímpico, em busca de uma medalha de ouro inédita para o país na modalidade que mais se pratica e que mais se tem destaque por aqui. Ou seja: a pressão era grande e demandava uma atuação à altura. 

Com um Maracanã abarrotado de amarelo, numa torcida que muito lembrou os tempos áureos do estádio, Neymar e cia buscavam derrotar a seleção sub-23 da Alemanha, que chegou à final após uma campanha regular na Rio 2016, mas que não tinha um ídolo a nível mundial, como o atacante do Barcelona, no seu elenco.

O Brasil, por sua vez, que não empolgou nas duas primeiras partidas da fase de grupos, com dois empates (contra África do Sul e Iraque) e um princípio de crise, chegou na final após vencer a Dinamarca (4 a 0, ainda na fase de grupos), a Colômbia (2 a 0) e golear Honduras na semifinal (6 a 0).  E com o status de melhor defesa do campeonato, com o gol de Weverton ainda intacto.

O jogo começou agitado, com intensa movimentação de passes, sobretudo do lado brasileiro. Numa partida truncada, como costuma ser uma final, coube a Neymar abrir o marcador, aos 26 minutos do primeiro tempo após falta do alemão Matthias Ginter. O Brasil manteve o controle do jogo no restante da primeira parte, com atenção às roubadas de bola e com absoluto controle sobre a posse de bola.

Weverton e a defesa de ouro / Foto: Buda Mendes / Getty Images

Com a diferença no placar, o time entrou em campo no segundo tempo dominando a bola e abusando da troca de passes, mas a Alemanha insistia em rifar a bola, tendo mais chutes a gol do que o Brasil até então. E foi nos pés de Maximilian Meyer que, aos 14 minutos do segundo tempo, a equipe europeia tocou no canto direito para furar a defesa até então zerada do goleiro Weverton.

O 1 a 1 no placar fez com que o brasil saísse da defensiva e começasse a atacar mais. Não fosse algumas chances desperdiçadas pelo camisa 11, Gabriel Jesus, o Brasil teria evitado que o jogo fosse para a desgastante prorrogação. 

Gabriel Jesus voltou para o primeiro tempo da prorrogação e conseguiu adiantar uma bola enfiada direto na pequena área. O atacante, porém, falhou em dominar e finalizar, em mais um erro. Coincidência ou não, ele foi substituído minutos depois pelo número 8, Rafael Alcântara. 

No segundo tempo da prorrogação o Brasil manteve a posse de bola que vinha tendo durante todo o jogo e voltou a finalizar no gol, mas sem sucesso - e sem conseguir evitar que a decisão da final olímpica fosse para os temidos pênaltis. 

E parecia que estava tudo escrito. Depois de Brasil e Alemanha acertarem as primeiras quatro cobranças, coube ao goleiro Weverton a defesa que rendeu o ouro. Neymar só precisou fazer aquilo que ele sabe de melhor: o gol.

E o Brasil se torna, finalmente, depois de 116 anos desde a inclusão do futebol no calendário olímpico, campeão dos Jogos. Em casa, reescrevendo sua história e expurgando, ao menos parcialmente, o fantasma do 7 a 1. 

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