Geisa e Peçanha avançam no atletismo
Londres- O atletismo brasileiro deu mais dois passos à frente na manhã desta segunda-feira, 6, no Estádio Olímpico de Londres. Estreante em Jogos Olímpicos, Geisa Arcanjo, 20 anos, ficou com a 11ª posição na fase classificatória do levantamento de peso, com 18m47, e garantiu uma vaga na final da modalidade, que será disputada ainda nesta segunda, a partir de 19h15 (15h15, horário de Brasília). Já Peçanha surpreendeu os rivais, terminou sua bateria dos 800m na segunda posição, com 1m46s29 e está entre os 24 semifinalistas da prova.
Mesmo diante de um estádio com bom público, Geisa não se deixou levar pelo nervosismo da estreia. Errou a primeira tentativa, mas no segundo arremesso fez a marca que lhe garantiu a classificação: 18m47, garantindo a vaga por 11 centímetros. Depois de bater o recorde pessoal esse ano com 18m84, a brasileira quer melhorar a distância da eliminatória e ficar entre as oito melhores do mundo.
“Não imaginei que a marca fosse suficiente para a classificação”, afirmou Geisa. “Meu primeiro arremesso foi todo errado, mas me mantive tranquila. Agora quero um lugar entre as oito primeiras e, se melhorar a minha melhor marca, eu consigo essa posição”.
Mais cedo, na primeira bateria dos 800m, Fabiano Peçanha forçou o ritmo da prova, para garantir um bom tempo, em uma estratégia que deu resultado. O brasileiro cruzou a linha em segundo lugar e conquistou uma vaga na semifinal – classificavam-se os três primeiros de cada uma das sete eliminatórias, além dos três melhores tempos a seguir.
“Estou muito feliz com a semifinal. Tinha o quinto melhor tempo na bateria e o trigésimo entre todos os atletas da prova. Esse resultado foi especial. Se fosse uma prova lenta, poderia ser ultrapassado e perder a vaga no tempo. Forçando o ritmo, garantiria um tempo mais baixo e aumentaria as minhas chances. Deu certo”, explicou.
Para a semifinal, que será disputada nesta terça às 19h55 (15h55, horário de Brasília), Peçanha, no entanto, deve adotar uma estratégia diferente: “Vou correr numa bateria muito forte. Se forçar demais o ritmo, serei ultrapassado no fim. Não quero ser o coelho deles. Já terminei fazendo esse papel em outras competições internacionais, e agora quero surpreendê-los, deixar a prova mais imprevisível”.
Outro representante brasileiro na manhã, Ronald Julião não teve um bom dia e terminou a eliminatória do arremesso de disco na 41ª posição, com 56m20 – marca bem inferior aos 65m41, que atingiu este ano e que lhe daria um lugar na final. “Não consegui acertar nada. Não tive nenhum problema durante a competição, não há desculpa”, disse, chateado, antes de desabafar. “Tanto lugar para errar e fui errar logo aqui...”.