A hora e a vez das mulheres nos ringues

Adriana Araújo/ Foto: Divulgação

Londres- Primeira edição dos Jogos Olímpicos em que o boxe contará com a participação das mulheres, Londres 2012 era aguardada com ansiedade por Adriana Araújo, quinta colocada no ranking mundial e uma das favoritas na categoria leve (até 60 Kg). Depois de 12 anos de espera, a pugilista tenta evitar a pressão, mas não se esquiva quando o assunto são suas chances de ser a primeira medalhista olímpica do boxe feminino.

 

 

 “Estou tentando encarar esta competição como outra qualquer, embora ela seja muito importante para mim. Se a pessoa não for bem madura, o fato de estar disputando os Jogos Olímpicos pode pesar e acredito que isso seja uma vantagem em relação às minhas adversárias”, diz. “Estou esperando por essa oportunidade há 12 anos e trabalhando duro para chegar até aqui. Estudo cada adversária muito bem e conheço todas as que estarão aqui de competições anteriores. Então estou bem preparada. Quero sair daqui com uma medalha, não importa a cor”.
 
Adriana, que integra a equipe feminina do Brasil ao lado de Erica Matos (até 51) e Roseli Feitosa (até 75 Kg), chega a Londres após deixar para trás muito preconceito pelo caminho. Desde que trocou os gramados, onde tentou a sorte no futebol, pelos ringues, aprendeu a ignorar os comentários de que o esporte não era feito para mulheres e nunca se deixou abater pelas críticas.
 
 “Comecei a lutar meio por acaso. Jogava futebol antes e acabei parando no boxe, uma mudança que agradeço muito porque me trouxe até os Jogos Olímpicos, algo que nunca imaginei. Desde que comecei, sempre ouvi piadinhas sobre mulher ter que pilotar fogão, sobre boxe ser esporte de homem, mas nunca dei bola, entrava por um ouvido e saía pelo outro. Passei por esse tipo de preconceito numa boa, você aprende a lidar com todo tipo de dificuldade como atleta”, diz Adriana.