Ginástica artística chega a Londres renovada e com chance de pódio

Ginástica artística chega a Londres renovada e com chance de pódio/ Foto: Daniel Ramalho 

Londres- Em meio a um processo de evolução já comprovado com o bom desempenho geral nos Jogos Olímpicos Pequim 2008, a ginástica artística brasileira chega a Londres 2012 com recorde de atletas e caras novas na equipe masculina, que já entram em cena com chances de brigar por medalhas a partir deste sábado, 28 de julho, até a terça-feira, 7 de agosto, na North Greenwich Arena. Com nove atletas, incluindo um número inédito de três representantes entre os homens, o país conta com nomes consagrados e jovens revelações para confirmar seu lugar na elite da modalidade.

 

Se até hoje o Brasil jamais havia classificado mais de um atleta no masculino, desta vez uma trinca de ginastas capitaneada pelo bicampeão mundial no solo Diego Hypólito carrega a missão de brigar por mais medalhas. O ginasta mais experiente da seleção, sexto colocado em Pequim 2008, e as revelações Arthur Zanetti e Sérgio Sasaki entram em ação no dia 28, quando acontece a prova classificatória, que define os oito finalistas por aparelhos e os 24 ginastas garantidos na final individual geral. Diego, no solo; Zanetti, nas argolas; e Sasake, no individual geral, brigarão por vagas nas finais – no individual geral, as medalhas estarão em jogo na quarta-feira, 1º de agosto, e a decisão por aparelhos acontece entre os dias 5 e 7.
 
“A ginástica brasileira tem hoje uma estrutura melhor para o masculino e os resultados refletem isso. Chegamos aqui com o Zanetti com grandes chances de ser medalhista, com o Sasaki como grande esperança para estes e para os próximos Jogos. É uma renovação muito grande”, comemora Diego, ressaltando a condição de destaque de Zanetti, que neste ano conquistou quatro medalhas em etapas da Copa do Mundo (três delas de ouro).
 
Mais maduro depois da experiência de Pequim 2008, quando chegou aos Jogos como favorito no solo e, após sofrer uma queda, terminou a competição em sexto, Hypólito evita prever resultados e diz que pretende apenas aplicar na competição o que vem praticando nos treinamentos. Mas não esconde que o sonho de conquistar a medalha que escapou há quatro anos está mais vivo do que nunca.
 
“Este ciclo olímpico foi muito diferente do último. Eu tinha sido bicampeão mundial e em Pequim criei a expectativa de ser campeão olímpico, mas aconteceu a falha e acabei ficando com uma colocação que, embora tenha sido histórica, foi pouco perto do que eu esperava. Este ciclo foi bem mais difícil, parei quatro vezes por causa de lesões e passei muito tempo em reabilitação, mas nunca perdi o foco. Meu sonho é ser medalhista olímpico. Mas os que estão aqui têm chance e querem a mesma coisa”, lembra Diego.
 
No feminino, a já respeitada seleção brasileira, que chega aos Jogos liderada pelas experientes Daniele Hypólito e Daiane dos Santos, com Harumi de Freitas, Bruna Leal e Ethiene Franco compondo o grupo, se classificou para a disputa por equipes no Pré-Olímpico também realizado em Londres. As meninas entram em ação neste domingo, 29 de julho, quando será disputada da classificatória, lutando por uma vaga na final por equipes, que acontece na terça-feira, 31. A mesma qualificatória servirá para definir as 24 classificadas à final individual geral, que será disputada na quinta-feira, 2 de agosto, e as finalistas por aparelhos, que brigam por medalhas entre os dias 5 e 7.
 
“A expectativa é sempre representar bem o Brasil e fazer o melhor que a gente pode. Estou indo para os quartos Jogos Olímpicos e o objetivo é o mesmo, fazer o máximo que puder pelo país e sair daqui com a certeza de que dei o meu melhor”, diz Danielle Hypólito, que prefere manter o foco na classificação às finais a falar em medalhas. “Finais são possíveis. Na ginástica é assim, quando você entra na final, zera tudo. Em um minuto ali no solo tudo pode mudar, então é lutar para entrar na final porque ali a coisa muda de figura”.
 
Em sua última participação nos Jogos, o Brasil esteve pela primeira vez na final por equipes femininas, ficando na oitava colocação, e terminou com uma ginasta, Jade Barbosa, na 10ª posição no individual geral. Nas disputas por aparelhos, o país esteve presente nas finais do solo masculino, com Diego Hypólito; do solo feminino, com Daiane dos Santos; e do salto feminino, com Jade Barbosa. Ana Claudia Silva participou ainda das finais do individual geral.