Fora de Londres, Juraci Moreira planeja novos desafios

Juraci Moreira está fora de Londres 2012/ Foto: FMA

Madri - Representante brasileiro nas três últimas olimpíadas e melhor latino-americano nos Jogos de Beijing, o triatleta Juraci Moreira (Novac Sports/Asics) não conseguiu ficar entre os top 5 no Mundial de Madrid, na Espanha, no domingo, dia 27 de Maio, para garantir a quarta vaga olímpica. O objetivo que buscava era tão difícil que apenas outros três competidores no Mundo conseguiram o feito.

Apesar de fora dos Jogos de Londres, o experiente triatleta brasileiro encerra o ciclo de dois anos com o sentimento de dever cumprido. E já adianta novos desafios pela frente, como a participação nas provas de triathlon cross country XTerra e também distâncias mais longas, sem descartar a chance de disputar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

“Aposentar nem pensar. Pretendo descansar um pouco e, principalmente me recuperar fisicamente e deixar o meu corpo em condições de começar um novo desafio, um novo projeto. Tenho muita vontade de competir em outros tipo de provas de triathlon, como o XTerra, provas sem vácuo e de longa distância, e acho que o momento é esse”, revelou, também citando a Olimpíada 2016.

“Com certeza, gostaria de buscar essa quarta olimpíada que não veio agora, em meu país. O desafio é enorme e vou pensar seriamente nisso”, anunciou. “É algo que quero muito", confessou.

Outra ideia para 2013 é percorrer todos os estados brasileiros realizando encontros e palestras para crianças, jovens e adolescentes, incentivando a prática do triathlon.

“Quero passar minha história adiante e motivar a prática de um esporte saudável e divulgar o triathlon por todo o País”, comentou o triatleta do E. C. Pinheiros, também sargento do Exército e beneficiado com a Lei de Incentivo ao Esporte.

Sobre a vaga para Londres, Juraci Moreira destacou que fez tudo o que podia e fez questão de exaltar Reinaldo Colucci, Diogo Sclebin e Pamella Oliveira, que defenderão o País, sem deixar de citar Bruno Matheus e Fabio Carvalho, seus parceiros na disputa pela vaga e também tentaram a classificação até a última prova.

“Estou chateado por não alcançar o meu objetivo, mas feliz em ter chego tão perto desta quarta olimpíada e acabo com a certeza que fiz tudo que podia para poder representar bem o Brasil”, falou.

“Se não serei eu dessa vez lá em Londres, acredito e confio nos meus companheiros de seleção, que nos representarão nessa olimpíada e, tanto quanto eu, fizeram por merecer as vagas conquistadas", argumentou Jura.

Segundo ele, o maior adversário neste ciclo olímpico foi o próprio corpo. “Não tenho dúvida que muitas das minhas lesões são resultados dos muitos treinos e competições que realizei nesses 14 anos que disputo o Circuito Mundial. As lesões, infelizmente, fazem parte da vida de um atleta de alto rendimento e que com o passar dos anos ficam mais difíceis de suportar e enfrentar”, admitiu o competidor.

Mas, mesmo fora de seu maior objetivo nesses dois últimos anos, o sentimento de frustração passa longe. “Não tenho como estar decepcionado com o esporte em minha vida. Tive  a honra e prazer de competir nas últimas três olimpíadas, integrar a primeira equipe olímpica do triathlon brasileiro na estreia da modalidade em olimpíadas em Sidney 2000 e ainda competir em Atenas 2004 e Pequim 2008. Foram momentos memoráveis, que guardarei com muito orgulho e fizeram todo e qualquer esforço valer a pena", ressaltou em tom emocionado.

Ele também fez questão de agradecer a todos os envolvidos nessa trajetória histórica e marcante na modalidade. "Agradeço a minha família, os meus pais que foram os responsáveis por toda a base e incentivo financeiro iniciais, fundamental desde os primeiros treinos e provas. À minha esposa Bella, pelo apoio incondicional e que tenho certeza sofreu em cada momento ruim meu, já que é a pessoa que mais participa e acompanha meu dia a dia. Aos meus irmãos, cunhados, genro, sogra, enfim, que fazem parte da minha vida e que são as pessoas mais importantes nesse processo todo", lembrou.

"Também agradeço imensamente a confiança depositada pelos meus patrocinadores, a Novac Sports e a Asics, e meus apoiadores. Sem eles seria impossível ter chego até aqui e fazer desse esporte a minha profissão", disse Juraci, também citando a Confederação Brasileira de Triathlon.

“Que foi justa na definição do critério olímpico de classificação para equipe brasileira e deu oportunidade a todos os atletas pré-selecionados buscarem os seus melhores resultados e vem trabalhando muito bem para que possamos ter uma estrutura de primeiro mundo a nossa disposição em termos de treinamento e competição", explicou.

Na lista de gratidão também citou a Lei de Incentivo ao Esporte e ao Instituto Gustavo Borges, bem como todos os profissionais que fizeram e fazem parte da sua equipe técnica. “Médicos, fisioterapeutas, treinadores, assessores. Realmente os meus resultados são frutos de um trabalho em equipe. Sem todas essas pessoas nada seria possível”, elogiou.

“Não posso deixar de agradecer ao meu clube, o E. C. Pinheiros e ao Exército Brasileiro, os quais faço parte como muito orgulho e, finalmente, a todas as pessoas que torcem por mim e queriam me ver representando o Brasil nessa olimpíada. Fiz o possível para estar lá, mas dessa vez não deu”, completou.