Triatleta Juraci Moreira aguarda chance para competir no Mundial em Madrid em busca de vaga olímpica

Juraci Moreira e namorada/ Foto: Divulgação
Madri-
Depois de dois longos anos, cheio de percalços, o triatleta brasileiro Juraci Moreira (Novac Sports/ Asics) chega ao Mundial da modalidade, no domingo (27), em Madrid, na Espanha, com esperanças de chegar à quarta olimpíada consecutiva. Ele sabe que as chances são muito reduzidas, mas não perde a esperança. Para garantir participação nos Jogos Olímpicos de Londres, Jura tem de terminar a disputada prova entre os cinco primeiros, uma tarefa nada fácil.


Mas antes precisa conseguir largar. Até o momento ele está na lista de espera, aguardando desistências de alguns atletas, o que segundo os organizadores é grande a possibilidade, já que a classificação já está definida para muitos países. No momento, ele é o terceiro da fila e segue confiante. “Vou lutar até o fim. Sei que será difícil, mas não posso desistir por tudo que já batalhei, pelas pessoas que acreditaram em mim. Por isso vou até Madrid”, afirma.

“Talvez tenha de aguardar até uma hora antes da prova. Ficarei de prontidão e se algum atleta não aparecer tenho de estar pronto para esta última oportunidade”, complementa o triatleta do E. C. Pinheiros, também sargento do Exército e beneficiado com a Lei de Incentivo ao Esporte.

Juraci sabe que as suas chances são difíceis. O Brasil possui duas vagas olímpicas no triatlhon masculino e uma delas pertence a Reinaldo Colucci, pelo ouro conquistado nos Jogos Panamericanos, um dos critérios direto de classificação estipulados pela Confederação Brasileira. A segunda vaga está hoje com Diogo Sclebin, que no ranking olímpico conta com grande vantagem na pontuação.

Mesmo assim, sabe que pode virar o jogo. “Minha situação é complicada e a única chance agora é fazer o critério direto de classificação e terminar a prova no top 5. Assim, estaria automaticamente classificado”, explica Juraci.

A disputa pelas vagas olímpicas foi realizada num ciclo de dois anos, encerrando-se nesta prova da Espanha. “Infelizmente foi bem conturbado e desafiador. Iniciei o primeiro ano com a minha antiga lesão nos tendões de Aquiles me incomodando muito e me impedindo de treinar a parte da corrida como deveria. Nas primeiras provas tive muita dificuldade em pontuar e tive de abandonar boa parte das disputas que valiam pontos para o ranking”, recorda.

“Depois tive uma lesão no joelho, o que atrapalhou muito também”, conta Jura, que mesmo com as dores, garantiu um sexto lugar na etapa da Copa do Mundo da Colômbia, em outubro de 2011, melhor resultado de um brasileiro no Circuito Mundial na temporada.

“Não quero ficar me lamentando, dar desculpas. Mas a realidade é essa e estou tentando passar por isso tudo da melhor maneira possível e seguir em frente com meus objetivos”, argumenta.

Ele também ressalta que hoje só há dois atletas no mundo classificados que disputaram as três olimpíadas. “Meu objetivo sempre foi esse, de estar presente na quarta olimpíada e representar o Brasil em mais uma edição dos Jogos Olímpicos”, diz.

Independente da vaga, Juraci já adiante que nem pensa em aposentadoria. “Só vou parar quando meu corpo realmente me pedir, pois ainda quero competir muito pelo mundo afora e, quem sabe, se não for dessa vez, tentar chegar à quarta olimpíada no Rio 2016”, anuncia.

“Mas independente da carreira olímpica, tenho muitos planos para prosseguir com o triathlon em outros tipos de provas e ações que envolvem o esporte. Estou muito feliz em estar chegando ao final de mais um ciclo olímpico com chances de representar o meu País e sou grato por tudo o que o esporte me trouxe e proporcionou”, completa.