Gêmeas querem bronze olímpico em esporte para "mulheres fortes"

Bia e Branca Feres / Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro - A menos de 40 dias do início dos Jogos Olímpicos, duas irmãs treinam diariamente dentro da piscina, fazem musculação três vezes por semana e aulas de um balé russo diferente, chamado de zala. Aos 28 anos, Bia e Branca Feres, do nado sincronizado, contam nos dedos os dias que faltam para a estreia na Rio 2016. 

Com opinições divergentes em diversos assuntos, as duas belas atletas concordam em um ponto, sobre o esporte que praticam: o nado sincronizado não é tão delicado e sensível quanto aparenta.
 
"Nosso esporte é visto como um esporte feminino e gracioso, e é, mas as pessoas não conseguem enxergar como também é um esporte difícil, de mulher forte e que requer treinamento muito pesado. O treino é muito longo e muito intenso", diz Bia.
 
"A gente tem de ser muito forte, muito resistente, ter muito fôlego e flexibilidade. É o terceiro esporte que mais exige treino. Só ficamos atrás de ginástica olímpica e da patinação no gelo em grau de dificuldade", afirma Branca.
 
Elas também não se consideram patricinhas. Em um ensaio para o Ego, as duas, que começaram a prática do nado sincronizado há 21 anos, quando ainda tinham sete, afirmam terem se encontrado no esporte. 
 
"A escolha foi natural, estávamos indo nos federar no nado e na ginástica rítmica, mas nosso biotipo era melhor para o nado e gostávamos mais também", explica Bia.
 
Agora, a ansiedade é para a estreia olímpica, um antigo sonho das duas. "Ainda não deu frio na barriga, estamos treinando muito e por isso estou tranquila. A ficha só vai cair quando a gente entrar na Vila (Olímpica)", conta Bia. "Eu fico, sim, com um pouquinho de frio na barriga. Agora ainda não, mas na hora eu sinto. Mas a gente está se preparando muito para isso, não consigo sofrer agora. Na hora sim, claro. Mas estamos seguras", finaliza Branca. 
 
Elas têm os pés no chão, sabem que a briga não é por um título olímpico ainda. "A gente vai brigar pelo bronze. Rússia e China são muito fortes. A escola russa é muito diferente, eles têm toda uma tradição de nado lá. Temos de crescer muito ainda, mesmo dentro do Brasil. Até pouco tempo atrás não tinha atleta de nado sincronizado no Nordeste, por exemplo. Nossa seleção é inteira carioca", explica Bia.
 
"A gente tem visibilidade aqui e tivemos a sorte de transforma um hobby em profissão. Mas o nado sincronizado no Brasil ainda tem muito a crescer", conclui Branca.

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