Federação Internacional ataca Jogos Olímpicos: "desrespeito"

Maria Lenk é um dos alvos da Fina: falta de cobertura prejudica atletas / Foto: Renato Sette Camara

Rio de Janeiro - A Federação Internacional de Natação (Fina), por meio de carta assinada pelo seu presidente, Julio Maglione, atacou algumas decisões do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 em relação aos locais de competição da modalidade. 
 
Segundo a agência de notícias Associated Press, a Fina enviou uma carta com diversas críticas às instalações dos esportes aquáticos, como o Centro Aquático, no Parque Olímpico (natação), o Maria Lenk (nado sincronizado, saltos ornamentais e polo aquático) e as águas da Praia de Copacabana (maratona aquática). As críticas foram endereçadas ao Comitê Rio 2016 e ao prefeito da cidade, Eduardo Paes.
 
"As recentes decisões do Senhor Eduardo Paes estão denegrindo seriamente a imagem e os valores da Fina e suas modalidades. A situação é um claro desrespeito aos requerimentos da Fina sobre as arenas aquáticas e vão afetar negativamente as condições de segurança e o nível das performances dos atletas. As condições da água em Copacabana podem colocar em risco não apenas o desempenho dos atletas, como também sua saúde", critica. 
 
Uma das principais reclamações da Fina diz respeito à capacidade de público no Centro Aquático, que foi diminuída em relação aos Jogos de Londres, em 2012. Por lá, o estádio comportava 17.500 pessoas, enquanto aqui no Rio caberá, no máximo, 13 mil. 
 
"O palco principal da modalidade, que lidera o esporte e o movimento olímpico... É inadmissível que ela seja diminuída em importância e valor. Teremos menos espaços para TV, imprensa, atletas e espectadores. Isso naturalmente terá impacto negativo em termos de cobertura das competições e também nas condições de trabalho para todos que usarem o local", emenda o texto.
 
Apoiam a postura da Fina o ex-nadador russo Alexander Popov e Vladimir Salnikov, presidente da federação russa de natação. Para o último, os problemas "precisam ser resolvidos dentro do período possível" e das sugestões da Fina. 
 
Em relação ao Parque Aquático Maria Lenk, construído em 2007 para os Jogos Pan-Americanos, a Fina critica a falta de cobertura do local, deixando os atletas competindo a céu aberto. Nesse caso, os ventos, por exemplo, poderiam dificultar o bom desempenho dos atletas, além da questão da segurança.
 
Segundo a assessoria de imprensa do Comitê Rio 2016, a Fina sabe que um dos objetivos dos Jogos é que sejam entregues sob pilares sustentáveis, conforme os parâmetros estabelecidos pela Agenda 2020. 
 
Aprovada pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) no ano passado, a Agenda 2020 é uma série de 40 recomendações para elaboração dos próximos Jogos Olímpicos, a partir de Tóquio 2020. O objetivo desses pontos é fazerem Olimpíadas mais baratas e que sejam mais atrativas às cidades-sede, além de garantir a sustentabilidade das obras. O Comitê Rio 2016 diz ter se adiantado já para a maioria dos pontos.
 
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