O esporte dá adeus a Michael Phelps no Rio 2016

A partir deste domingo, o extraterrestre retoma a forma humana. Deixa as piscinas, onde mostrou ser inigualável. Fica para a história / Foto: Al Bello/Getty Images

Rio de Janeiro - A partir de agora, um extraterrestre que passou os últimos 16 anos entre nós retoma a forma humana. Poderá ser encontrado em pontos turísticos e mesmo na torcida de competições Olímpicas no Rio 2016. Fala inglês e é fácil de ser notado, com 1,93m.
 
Aos 31 anos, atende por Michael Phelps. Depois de mais um ouro, o último da carreira, os Jogos Olímpicos nunca mais terão a chamada de seu nome. 
 
Phelps recolhe suas coisas do chão da piscina, acena, chora e faz a torcida chorar junto. A cerimônia de pódio do revezamento 4x100m medley é a última para o nadador, o maior atleta Olímpico de todos os tempos. Um sujeito que começou a competir em Sydney 2000, aos 15 anos, e de lá para cá deu a impressão de talvez não ser humano. Algo que só as lágrimas, frequentes no Rio de Janeiro, podem desmentir. 
 
Neste sábado (13), Phelps deu sua missão de colecionar medalhas por cumprida: sai com 28 Olímpicas, 23 delas de ouro, mais três de prata e duas de bronze.
 
A última medalha, nesta noite, veio com a equipe dos Estados Unidos: Ryan Murphy, Codi Miller, Phelps e Nathan Adrian fizeram 3min27s95. Foi o terceiro ouro Olímpico de Phelps na prova – de Pequim 2008, não restou ninguém da equipe, além dele; Adrian esteve em Londres 2012 com Phelps. 
 
A prata foi para a Grã-Bretanha, com 3min29s24, com bronze da Austrália, com 3min29s93.  
 
Os brasileiros Guilherme Guido, João Gomes, Henrique Martins e Marcelo Chiarighini terminaram em sétimo lugar, com 3min32s84... 
 
De Michael Phelps, além das medalhas Olímpicas, são mais 33 de Mundiais – 26 de ouro, seis de prata e uma de bronze. 
 
Ainda da Era Phelps vão restar três de seus cinco recordes mundiais a serem quebrados: dos 100m e 200m borboleta (49s82 e 1min51s51, de Roma 2009) e dos 400m medley (4min03s84, de Pequim 2008).
 
Logo depois de terminar com a prata nos 100m borboleta, na sexta-feira (12), Phelps disse que ainda não sabia o que faria na "aposentadoria" - mas deve passear um pouco pelo Rio, ver alguma coisa dos Jogos. Só garantiu que não volta mais a competir, como fez depois de Londres 2012. 
 
Ele tinha por meta mudar o esporte - conseguiu - e inspirar crianças - também conseguiu. A prova: o vencedor dos 100m borboleta, Joseph Schooling, de Cingapura, 21 anos, tinha o astro por ídolo desde pequenininho. Foi o último nadador a derrotá-lo.
 
Mulher mais veloz do mundo - Se Simone Manuel já havia vencido os 100m livre nestes Jogos Olímpicos, a meta era dobrar o ouro nos 50m livre. Mas quem venceu foi a dinamarquesa Pernille Blume, com 24s07, que agora é a mulher mais veloz do mundo – nas águas. A norte-americana ficou com a prata (24s09), e Aliaksanddra Herasimenia, de Belarus, com o bronze (24s11). 
 
Como curiosidade, a prova teve duas irmãs australianas: Bronte (campeã mundial) e Cate Campbell. 
 
A brasileira Etiene Medeiros foi a oitava colocada (24s69).
 
Febre fora de hora - Com febre nas eliminatórias dos 1500m livre, como foi divulgado oficialmente, o chinês Sun Yang ficou fora da final e não pode tentar o bicampeonato Olímpico (em Londres 2012, também havia ficado com o ouro dos 400m livre). Voltou depois de um gancho de três meses em 2014, por uso de estimulantes. 
 
Assim, o título dessa prova exclusivamente masculina aqui no Rio 2016 ficou para o italiano Gregorio Paltrinieri, de 21 anos, que com 17 já tinha sido finalista em Londres 2012. Desta vez, ficou com o ouro Olímpico, chegando com 14min34s57, seguido do norte-americano Connor Jaeger, prata com 14min39s48, e outro italiano, Gabriele Detti, bronze com 14min40s86.
 
Duas vezes Dana - No 4x100m medley feminino, outra vitória dos Estados Unidos, com Kathleen Baker, Lilly King, Dana Vollmer (que tinha quatro ouros Olímpicos de Atenas 2004 a Londres 2012 e mais uma prata e um bronze no Rio 2016) e Simone Manuel (que duas horas antes havia nadado os 50m livre). 
 
Dana era a única remanescente do ouro de Londres 2012 e fez a diferença no borboleta. Os Estados Unidos tiveram Kathleen Baker e Lilly King no costas e peito; Dana Vollmer no borboleta (ela tinha quatro ouros Olímpicos de Atenas 2004) e Simone Manuel (vinda da prata dos 50m livre), no livre. As quatro garantiram o ouro (3min53s13), deixando para trás Austrália (que virou sobre a China e foi prata com 3min55s00) e Dinamarca (bronze por um centésimo, com 3min55s01). A Rússia começou com chance de pódio mas morreu, terminando em sexto.

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