"Neymar do tiro com arco" sonha com ouro olímpico em 2016

Marcus Vinicius é a principal esperança de medalha do Brasil nos Jogos Rio 2016 / Foto: Rio 2016 / Alex Ferro

Rio de Janeiro - Nos Jogos Rio 2016, as fantasias e carros alegóricos do Sambódromo, palco dos tradicionais desfiles das escolas de samba, vão dar lugar ao esporte para receber as provas de tiro com arco, além da largada e chegada da maratona. 
 
A pouco menos de dois anos para o início das competições, a "Passarela do Samba" sentiu nesta semana um gostinho de como serão as disputas de tiro com arco - ao sediar, pela primeira vez, uma competição do esporte - a 40ª edição do campeonato brasileiro.
 
Ao longo da pista, por onde desfilam passistas e porta-bandeiras, foram espalhados 32 alvos, alvejados por 216 atletas que participam da competição. Entre eles, o jovem Marcus Vinicius D’Almeida, de 16 anos, 10º colocado no ranking mundial. Após conquistar esse ano a medalha de prata nos Jogos Olímpicos da Juventude, na China, e na Final da Copa do Mundo, na Suíça, além de três ouros nos Jogos Sul-Americanos, no Chile, o atleta admitiu que, ao chegar ao Sambódromo para a competição, já se imaginou conquistando a primeira medalha Olímpica do Brasil no esporte.
 
“Penso nos Jogos Rio 2016 desde que cheguei à seleção, há dois anos, e competir aqui faz esse sentimento ficar ainda mais forte. Já pensei em como o Sambódromo vai ficar todo decorado e me imaginei na final, acertando o último tiro e comemorando o ouro com uma grande festa na arquibancada. Só de pensar nisso, já fico arrepiado”, confessa o atleta, que ganhou o apelido de “Neymar do tiro com arco” durante os Jogos Olímpicos da Juventude.
 
Principal nome brasileiro no feminino, a paulista Sarah Nikitin, número 29 do ranking mundial, aprovou a escolha do Sambódromo como casa do tiro com arco nos Jogos Rio 2016. A atleta, que representou o Brasil nas duas últimas edições dos Jogos Pan-Americanos e obteve o melhor resultado do país em uma edição do Campeonato Mundial, com o 8º lugar em 2013, aposta na popularização do esporte após os Jogos.
 
“Competiremos em um local que faz parte da história da cidade e é sempre muito procurado pelos turistas e isso nos colocará em grande evidência. Além disso, o Sambódromo tem uma localização bastante privilegiada, de fácil acesso em relação a qualquer lugar da cidade. Espero que muitos torcedores venham durante os Jogos”, diz a atleta da seleção brasileira, que enumerou as diferenças do Sambódromo em relação aos locais onde o tiro com arco é tradicionalmente disputado.
 
“Costumamos competir em campos abertos, e nesses lugares os ventos são mais imprevisíveis do que aqui, porque as arquibancadas de certa forma canalizam o vento. Na posição em que competiremos nos Jogos, o vento virá pela frente ou pelas costas, o que é bom, pois interfere menos do que quando vem pelas laterais”, acrescenta a arqueira brasileira.
 
Enquanto o Brasil busca sua primeira medalha Olímpica no tiro com arco, Marcus Vinícius destaca os avanços obtidos no esporte nos últimos anos, o que só faz aumentar as expectativas em relação à realização deste sonho em 2016.
 
“A situação do tiro com arco no Brasil melhorou bastante desde que o Rio foi escolhido para receber os Jogos de 2016. Temos mais visibilidade e investimento e conseguimos montar uma estrutura forte, com seleção permanente e técnicos estrangeiros. É nossa melhor chance de conquistar uma medalha Olímpica e espero muito que ela venha, pois uma medalha Olímpica muda definitivamente a vida de um esporte”, diz o jovem atleta, que participará de um período de treinamentos na Coreia do Sul, uma das potências no esporte, no final deste ano.
 
Nos Jogos Rio 2016, um total de 128 atletas – 64 homens e 64 mulheres – competirão no Sambódromo em provas individuais e por equipes. Os donos das vagas começarão a ser definidos em 2015. País-sede, o Brasil tem direito a três vagas individuais ou uma por equipes no masculino e no feminino, desde que participe com três atletas em cada gênero do Campeonato Mundial de 2015, que será realizado em Copenhagen, na Dinamarca, entre julho e agosto.