Tiro com arco quer medalha inédita nos Jogos Rio 2016

Brasileiro Marcus Vinícius D'Almeida no evento-teste do tiro com arco, realizado no Sambódromo do Rio de Janeiro / Foto: André Motta/Heusi Action/Brasil2016.gov.br

Rio de Janeiro - Desde 2014, o tiro com arco passou a frequentar o noticiário esportivo brasileiro. O principal motivo atende pelo nome de Marcus Vinicius D´Almeida, jovem de 18 anos responsável por resultados de destaque nas últimas duas temporadas, como a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014, na China, e o vice-campeonato na etapa final da Copa do Mundo do mesmo ano, na Suíça. Isso além do ouro no Mundial de cadetes de 2015, nos Estados Unidos.
 
Também no ano passado, ele integrou a equipe brasileira que conquistou o bronze no Pan de Toronto, no Canadá, e ficou em nono no Mundial da Dinamarca. Marcus é a cara de uma modalidade que recebe investimentos e que sonha com uma medalha inédita nos Jogos Olímpicos Rio 2016.
 
“A meta é uma medalha, e as chances estão aumentando. Conseguimos uma no Pan depois de 32 anos. Saímos de um posicionamento no ranking muito ruim e hoje temos a equipe masculina entre as nove no mundo, algo inédito. Isso nos dá asas e condições de planos mais ousados”, disse Joice Simões, chefe da equipe brasileira.
 
Marcus Vinicius quer chegar aos Jogos no auge. “Minha meta é ter meu melhor desempenho, bater o meu próprio recorde nas Olimpíadas em questão de ranqueamento, e o combate é consequência”, disse.
 
O fator essencial que permite Marcus e a modalidade como um todo sonharem mais alto é o investimento. Uma série de convênios firmados entre o Ministério do Esporte e a Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTarco) desde 2011, num valor total de R$ 2,7 milhões, permitiu modernização da infraestrutura, aquisição de equipamentos,  contratação de comissão técnica e participação em competições mundiais.
 
Novos convênios foram publicados no Diário Oficial da União em 5 de janeiro deste ano. Pelo primeiro deles, com valor de R$ 2,19 milhões, serão beneficiados 16 arqueiros com chances de participação nos Jogos, com o financiamento para disputas de competições internacionais. Os atletas contarão ainda com o apoio diário de uma equipe multidisciplinar (técnico, auxiliares, fisioterapeuta, psicólogo e nutricionista).
 
Conforme permite o Plano Brasil Medalhas, outro convênio foi firmado especificamente para a preparação de Marcus Vinícius para as Olimpíadas, no valor de R$ 653,1 mil. O objetivo é que o atleta, que já recebe a Bolsa Pódio, conte com mais estrutura técnica para brigar pela  medalha. O convênio prevê a contratação de uma equipe multidisciplinar completa para o arqueiro, além da aquisição de equipamentos.
 
“Com certeza o apoio que a gente recebe em termos de estrutura foi o que determinou a colocação que a gente está hoje. Só conseguimos chegar nesse patamar devido a esse suporte”, disse Joice. “O Marcus tem diferencial individualmente, tem estrutura e condições para buscar a medalha. Ele é o atleta mais preparado”, reforçou a chefe da equipe brasileira.
 
A primeira participação do tiro com arco brasileiro em Jogos foi em Moscou, 1980, quando Renato Emílio ficou em 27º lugar no masculino, e Arci Kempner foi a 26ª no feminino. Esse foi o melhor resultado obtido pelo país na modalidade. O Brasil também esteve nas edições de 1984, 1988, 1992, 2008 e 2012, não tendo superado o 30º lugar.
 
Planejamento
 
De acordo com Joice Simões, a primeira fase do planejamento até os Jogos é voltada para os treinos, que estão sendo realizados, desde 4 de janeiro, na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, no Rio de Janeiro.
 
Nos primeiros meses, a Seleção deve participar de competições menores, enquanto as seletivas olímpicas são realizadas. Vinte atletas foram pré-selecionados para as quatro provas que estão marcadas para março e abril.  As seletivas definirão dois arqueiros de cada gênero, os mais bem pontuados. Os outros dois, também de cada gênero, serão convocados pela comissão técnica, com base no histórico do atleta.
 
“Quando formos pra as etapas da Copa do Mundo da Colômbia, em maio, e para a Turquia, em junho, já teremos os quatro atletas definidos. Nessas competições, os três que se derem melhor formarão a seleção, e o quarto será o reserva”, explicou Joice.
 
Marcus aposta na mescla de foco e confiança como base da preparação até os Jogos. “Vou treinar do mesmo jeito, mas com a cabeça melhor, focado. Estou amadurecendo quanto a isso, estou aprendendo a fazer também o equilíbrio de qualidade e quantidade. Tenho que confiar em mim, e os melhores do mundo acreditam neles mesmos”, disse.
 
Datas das seletivas
 
1ª  seletiva: 04 e 05 de março de 2016
2ª  seletiva: 26 e 27 de março de 2016
3ª  seletiva: 16 e 17 de abril de 2016
4ª  seletiva: 30 de abril e 1º de maio de 2016
 
Atletas que vão disputar as seletivas
 
Masculino
 
Marcus Vinicius Carvalhos D’Almeida
Bernardo de Sousa Oliveira
Marcelo da Silva Costa Filho
Edson Jin Su Kim
Drean Braga da Silva
Daniel Rezende Xavier
Fabio Carvalho Emilio
Marcos Antonio Bortoloto
Nelson Silva de Moraes
Fabio Passeto
 
Feminino
 
Sarah de Oliveira Nikitin
Marina Canetta Gobbi
Ane Marcelle Gomes dos Santos
Graziela Paulino dos Santos
Alice Cabral Guimarães Simões
Larissa Feitosa da Costa Rodrigues
Michelle Milan Terada Acquesta
Inaia Rossi Silva
Ana Clara Dias de Carvalho Machado
Fabíola Lorenzi Dergovics
 
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