Luiz Alberto é bronze no decatlo e se classifica para o Rio 2016

Com resultado, atleta estará no Mundial e nas Olimpíadas / Foto: Divulgação / COB

Toronto - Uma vida inteira dedicada ao atletismo foi recompensada na sessão noturna dessa quinta-feira, dia 23, nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015. Após passar a maior parte da competição fora do pódio, Luiz Alberto de Araújo teve uma grande recuperação final e garantiu a medalha de bronze para o Time Brasil no decatlo, a prova mais difícil e que premia os atletas mais completos de uma das modalidades mais tradicionais da história dos Jogos. Mas o melhor ainda estava por vir. Com a somatória de 8179 pontos, o brasileiro não só conquistou a medalha, mas atingiu os índices necessários para se classificar para o Mundial da China, em agosto (o índice necessário de 8075 pontos), e para os Jogos Olímpicos Rio 2016, no ano que vem (o índice necessário de 8100 pontos).

"Essa competição mostrou que estamos no caminho certo. Agora é focar no que preciso melhorar, e continuar batalhando, sempre. A prova aqui foi muito difícil, por causa do vento e do frio. Os atletas que estavam aqui eram muito fortes, e isso só valoriza ainda mais a minha conquista. Estou muito feliz, mas já focado em melhorar meu desempenho para os desafios que terei pela frente", disse Luiz Alberto.
 
A final do salto com vara feminino reservou fortes emoções para o público que compareceu em bom número ao CIBC Athletics Stadium. Em um duelo direto e que já vem virando rotina pela medalha de ouro, a brasileira Fabiana Murer e a atual campeã olímpica Yarisley Silva se revezaram durante todo o tempo na liderança da prova. Quando a cubana parecia já ter garantido o lugar mais alto do pódio, Fabiana surpreendeu e, em sua terceira e última tentativa, saltou 4,80m, número que igualou sua melhor marca em 2015 e deu esperanças à torcida brasileira de que sua adversária poderia se sentir pressionada. Porém, logo no salto seguinte, a cubana saltou os mesmos 4,80m. Na sequência, Fabiana não conseguiu superar os 4,85m e viu sua oponente ficar com a medalha de ouro e, logo em seguida, superar a barreira dos 4,85m.
 
"Sabia que a prova seria muito dura aqui no Pan. Competi contra duas grandes atletas, e imaginava que para ganhar o ouro eu realmente teria que saltar os 4,85m. A pista daqui é muito boa e veloz, mas no final senti um pouco o cansaço e o fuso horário, talvez pela viagem longa e porque eu estava na Europa, cujo fuso com relação a Toronto é de seis horas. Mas fico muito feliz com o meu resultado e, principalmente, em ver que minha técnica vem evoluindo a cada dia. Espero conseguir saltar ainda mais alto no mundial da China, em agosto. Me vejo em condições de saltar os 4,90m em breve", disse Fabiana.
 
A outra brasileira na prova foi Karla da Silva, que terminou na 7ª colocação, após falhar na tentativa de saltar 4,30m.
 
No lançamento de disco, uma prata com gosto de superação, e que por apenas 15 centímetros não virou ouro. Após um 2014 cheio de lesões que levou a uma grande queda no ranking mundial, Ronald Julião deu a volta por cima e conquistou mais uma medalha de prata para o Brasil nos Jogos Pan-americanos. Mesmo com duas hérnias de disco, o atleta conseguiu se superar e garantiu uma vaga no pódio pela segunda vez seguida nos Jogos.
 
"Uma prata com gosto de ouro. Foi uma superação, após dois anos cheios de problemas que enfrentei. Voltar a estar entre os melhores é muito bom. Muitos amigos meus estavam presentes no estádio. Isso me deu forças e me fez acreditar que realmente posso voltar a ser um dos melhores. Fui para cima, e tudo deu certo. Diferente do Pan de Guadalajara, em que conquistei o bronze, dessa vez dei a volta olímpica. Estou até cansado", brincou Ronald, que lançou o disco a uma distância de 64,65m, enquanto o campeão, o jamaicano Fedrick Dacres, atingiu a marca de 64,80m. O bronze ficou com o norte-americano Russ Winger.
 
Apesar de não subir ao pódio, Cleiton Abrão teve um bom desempenho, e terminou a final dos 800m masculino na quinta colocação, com o tempo de 1m48s82.
 
"Fiz a minha estratégia, que era acompanhar os atletas com tempos melhores que os meus esse ano, mas nos 200 metros finais não consegui ser o mais veloz. Desse Pan, só levo coisas boas. Foi minha primeira competição em nível internacional, minha primeira seleção, e já em um evento dessa importância. Um quinto lugar que me deixa muito satisfeito e com a sensação de dever cumprido", disse Cleiton.
 
Os outros brasileiros não foram tão bem. Na final masculina dos 400m com barreiras, Mahau Suguimati foi apenas o oitavo colocado, com a marca de 49s68. Na semifinal dos 200m feminino, Vitória Cristina foi a oitava colocada em sua bateria, e com o tempo de 23s14 não se classificou para a final. Mesma situação de Bruno Lins e Aldemir da Silva, que na semifinal dos 200m masculino foram, respectivamente, sexto e sétimo colocados em suas baterias, e também não avançaram para a final da prova. Nos 400m feminino, Geisa Coutinho correu a final e cruzou a linha de chegada na sexta colocação, com a marca de 52s05. Hugo de Sousa foi o sétimo colocado na final dos 400m masculino, com o tempo de 46s07. E fechando a noite, Tatiele de Carvalho completou os 10 mil metros na oitava colocação, com 33m24s33.


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