Naturalizado, goleiro sérvio do Brasil já ganhou “tudo no mundo”

Slobodan Soro já treina com o Brasil mas só deve jogar a partir de junho / Foto: Vitor Silva / SSPress

Rio de Janeiro – Quando o sérvio Slobodan Soro diz que já ganhou “tudo o que existe no mundo” no polo não é força da expressão apenas. Cinco vezes campeão da Liga Mundial (2006, 2007, 2008, 2010 e 2011), campeão mundial (2009), bicampeão europeu (2006 e 2012), campeão da Copa do Mundo (2010) e duas vezes medalhista olímpico (bronzes em Pequim 2008 e Londres 2012), são algumas das conquistas do atleta.
 
Veterano de 36 anos, o jogador de polo aquático deu uma guinada na carreira capaz de surpreender até os mais ousados: resolveu aceitar a proposta da seleção brasileira para defender o gol verde e amarelo. Aguarda agora a autorização da Fina (Federação Internacional de Natação) para atuar pelo Brasil após ser naturalizado. A motivação? “Jogar as Olimpíadas em casa é uma coisa muito especial”, afirma.
 
Já no Rio de Janeiro, lugar que ele considera como “casa”, depois de anos como pilar da seleção sérvia, Slobodan joga hoje pelo Botafogo. Com a primeira oportunidade de disputar os Jogos Olímpicos com a torcida a seu favor, o goleiro contou, ao Globoesporte.com que está animado e satisfeito com o novo projeto.
 
“Eu sou jogador de polo aquático há 26 anos, toda a minha vida foi no polo aquático, joguei muito pela seleção sérvia, ganhei tudo que existe no mundo. Quando parei de jogar pela Sérvia, pensei: ‘o que fazer mais?’”, conta o sérvio, que queria tentar algo diferente na já vitoriosa carreira de jogador de polo aquático.
 
Para isso Slobodan contou com o intermédio de duas peças importantes relacionadas ao Brasil. “Aí saiu essa ideia dos meu amigos Felipe Perrone [capitão da seleção, companheiro de time dele na Europa] e do Mirko Blasevic [ex-técnico do Brasil], para ficar aqui no Brasil, ajudar e fazer uma coisa boa para o polo aquático mundial. Depois saiu essa ideia de jogar pela seleção brasileira”, continua o veterano.
 
O objetivo na seleção é maior que só um resultado, como emenda o sérvio. “Eu quero fazer alguma coisa pelo polo aquático, porque tudo que eu tenho na minha vida é por causa do polo. E isso também é uma coisa boa para mim, para ficar mais tempo na água e jogar mais uma vez as Olimpíadas. Tenho duas medalhas, em Pequim e em Londres, mas nunca joguei dentro de casa, agora vou jogar as Olimpíadas em casa, é uma coisa muito especial”, garante Slobodan.
 
O contrato foi assinado em janeiro de 2014 com a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), jogou pelo Fluminense mas voltou depois para o Partizan Belgrado, da Sérvia. Como é preciso estar jogando há um ano no Brasil para defender a seleção, a Fina não autorizou o atleta a disputar o Pan de Toronto e o Mundial de 2015 pela camisa verde e amarela.
 
Para a Rio 2016, no entanto, a expectativa é que Slobodan seja autorizado a, a partir de junho do próximo ano, integrar a seleção, já que voltou no meio do ano para o Botafogo. “Eu gostaria de jogar pela seleção antes de junho, temos outros torneios e jogos importantes antes, gostaria de jogar tudo que for possível agora. Ano que vem tem Sul-Americano, depois Liga Mundial, e teremos pouco tempo até as Olimpíadas, então cada partida é muito importante”, explica o atleta.
 
Enquanto aguarda a liberação da Fina, Slobodan participa dos treinamentos com a seleção, comandados pelo técnico croata Ratko Rudic, e não sente diferença da Sérvia. “Eu me sinto muito bem aqui, tenho muitos amigos  gosto de estar no Brasil, me sinto em casa”, conclui.
 
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