Ciclismo: Britânico no topo e doping marcam o ano

Danilo di Luca foi banido do esporte em 2013 / Foto: Daily Mail / Divulgação

Rio de Janeiro - Ainda sofrendo as consequências da descoberta do maior caso de doping da história do ciclismo, quiçá do esporte, a modalidade via no ano de 2013 a possibilidade de recuperar o prestígio e manter a qualidade técnica que sempre se viu nos diversos eventos - BMX, mountain bike, contrarrelógio e estrada. 

Após o caso de Lance Armstrong vir à tona, em outubro de 2012, viu-se uma série de especulações sobre a força da União Ciclística Internacional (UCI), órgão que rege o esporte no mundo. A situação só se agravou quando, recentemente, em novembro deste ano, o ex-campeão do Tour de France veio a público questionar a idoneidade dos mandachuvas da UCI. 

"Não sei se foi um teste positivo, mas foram encontrados vestígios. Não me lembro exactamente quem estava presente naquele momento, mas o Hein [Verbruggen] disse que isto seria um grande problema, um golpe duro no esporte um ano após o caso Festina, por isso não se podia descobrir isto", declarou. A pessoa a quem Armostrong se refere era então presidente da UCI e teria encoberto seus primeiros resultados positivos para o doping. 

O caso desencadeou mais declarações, inclusive de Verbruggen, desmentindo o ex-ciclista americano no Daily Mail, periódico britânico. 

Não bastasse as consequências da confissão de Armstrong em 2012, o ano seguinte não ficou distante de tristes revelações. Danilo di Lucca, ex-campeão do Giro d'Itália, foi banido para sempre do esporte, em dezembro, após o italiano ter sido pego pela terceira vez no doping. 

O atleta, de 37 anos, foi campeão do Giro d'Itália em 2007 e era considerado um ciclista completo, tendo bons retrospectos na montanha e em circuitos bastante acidentados. Em 2009, Danilo chegou em segundo lugar no Giro, mas descobriu-se logo em seguida que o ciclista havia utilizado substâncias ilegais. O italiano foi banido então por dois anos pela UCI (União Ciclística Internacional). 

Dessa vez, Danilo foi pego com o reforço sanguíneo EPO, em um teste surpresa realizado em abril, cinco dias antes da edição deste ano do Giro d'Itália. 

Outro que sofreu, em menores proporções, as consequências do possível uso de susbtâncias ilegais foi Jonathan Tiernan-Locke, ciclista britânico da esquadra Team Sky. Ele enfrentará um processo disciplinar após suas análises apontarem "pontenciais discrepâncias". Tiernan-Locke venceu, pela Sky, no ano passado, o Tour da Grã-Bretanha. 

 O britânico Christopher Froome, da equipe Sky, confirmou o favoritismo e venceu a edição 2013 do Tour de France / Foto: Divulgação / Tour de France

Tour de France - Mas nem só de maus momentos viveu o ciclismo em 2013. A maior prova da modalidade historicamente, o Tour de France, viu Chris Froome se tornar o segundo britânico da história a se sagrar campeão em Paris. O ciclista venceu com uma folga de mais de 4 minutos para o segundo colocado os mais de 3 mil quilômetros do Tour. "Acho que vou precisar de mais tempo para dar conta de que este sonho é real", disse o ciclista da Sky quando da vitória, em julho. 

O outro britânico a vencer o Tour, pela primeira vez na história, foi Bradley Wiggins, no ano passado. Ele, aliás, não venceu a prova neste ano mas recebeu uma das maiores honrarias da coroa inglesa, das mãos da Rainha Elizabeth II. "É uma honra incrível ganhar isso por ter vencido uma corrida de bicicleta", brincou Wiggins. 

Reformulações na UCI - O britânico Brian Cookson venceu, em setembro, a eleição contra Pat McQuaid, que presidia a entidade máxima do ciclismo há oito anos, por 24 votos a 18. O presidente da Confederação Brasileira de Ciclismo, José Luiz Vasconcellos, foi um dos 42 delegados eleitos pelas 218 nações afiliadas à UCI para fazer parte do colegiado eleitoral, com direito a voto.

Na América, Colômbia se consolida - Apenas o ranking da América do Sul, divulgado pela UCI, já serviria para mostrar o que já esta evidente: a Colômbia se tornou ainda mais, em 2013, uma potência no ciclismo. A equipe GW Shimano é uma das mais vitoriosas do continente. São medalhistas olímpicos, campeões mundiais, pan-americanos e nacionais, além da nova geração da modalidade nas provas de Estrada, BMX, Mountain Bike, Trial e BMX Freestyle. 

Brasil faz intercâmbio na Suiça - Procurando aperfeiçoar a preparação dos atletas para as Olimpíadas do Brasil, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), em parceria com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB), selecionou promessas olímpicas do ciclismo pista para estarem realizando um intercâmbio, no Centro Mundial de Ciclismo da União Ciclística Internacional (UCI), na Suíça.

Além disso, os ciclistas brasileiros se apresentaram com direito a quebra de recorda em Gèneve. “Conseguimos mostrar novamente o grande potencial dos nossos atletas. Foi um final de semana perfeito para o Brasil. O evento reuniu atletas convidados de toda a Europa e nossa equipe soube ter maturidade suficiente para administrar muito bem a competição. Saímos vencedores de todas as provas disputadas e todos os atletas estão de parabéns”, declarou Emerson Silva, técnico da Seleção Brasileira de Ciclismo de Pista.
 

Na Elite, melhor brasileiro foi Henrique Avancini / Foto: Divulgação

Raiza é o grande nome do Brasil em 2013 - A atleta brasileira Raiza Goulão, da equipe Soul Cycles, foi sem dúvidas o grande nome no ciclismo mountain bike feminino em 2013. Raiza fez história na etapa canadense da UCI World Cup, em agosto, terminando em sexto lugar no sub-23 - resultado inédito para o Brasil. "Cada vez mais estou crescendo e fico convicta que preciso de mais provas como essa, para seguir evoluindo. Quero muito em 2014 participar de mais provas internacionais", pediu Raiza. 
 
Do outro lado do mundo, na África do Sul, em setembro, Raiza conquistou mais um importante resultado. A brasileira foi 11ª no Mundial de Mountain Bike, após uma prova difícil e inclusive com quedas. 
 
Já no fim do mês, na Argentina, ela conseguiu subir no lugar mais alto do pódio, ao bater grandes atletas latino-americanos para ficar com o título do Cross Country Olímpico. A atleta venceu na categoria sub-23, mas mesmo dentre as atletas da elite conquistou o melhor tempo. "Estou retornando ao Brasil com dois títulos Latino-americanos de mountain bike e muito feliz por ter representado o meu país da melhor forma”, declarou Raiza Goulão.
 
Para fechar o ano com chave de ouro, a ciclista ainda conquistou uma medalha de prata em Medellín, na Colômbia, ao venecer o Shimano Short Track, o Circuito Latino Americano de mountain bike em pista curta. 
 
 
 
 
 

 

 
 

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