Brasil joga bem, mas perde a segunda no Sul-Americano para o Uruguai

Seleção brasileira chegou a liderar o placar / Foto: Divulgação / CBRuPuerto Iguazú - O rugby brasileiro deu mais uma demonstração de evolução técnica. Nesta terça-feira, a seleção masculina fez outra grande exibição, desta vez contra o Uruguai, pela segunda rodada do Campeonato Sul-Americano, no campo do Cataratas RC, em Puerto Iguazú, na Argentina.

O placar de 39 a 18 para os uruguaios, marcou o maior número de pontos que o Brasil conseguiu fazer no adversário em 60 anos de confrontos. O Uruguai é a segunda força do rugby no continente e estreou na competição com contundente vitória em cima do Paraguai por 102 a 6. O Brasil sentiu o cansaço da dura partida de abertura (derrota por 25 a 6 para o Chile).

"Jogar duas partidas nesse nível num espaço de tempo curto é muito difícil para qualquer equipe do mundo. Contra o Uruguai demos mais um passo buscando aproximação aos nossos adversários da América do Sul. Os uruguaios são a segunda. força do continente e estiveram perto do Mundial deste ano na Nova Zelândia. Ou seja, o Brasil vem reduzindo diferenças e estou imensamente satisfeito. Sabemos que podemos mais e vamos sempre com respeito e humildade buscar nosso espaço", comentou Antonio Martoni, Gestor de Alto Rendimento da seleção masculina.

Pela primeira vez na história do confronto, o Brasil liderou o placar durante 37 minutos de jogo (8 x 6, com penal convertido por Julian Menutti e try anotado por Daniel Gregg). Nos minutos finais do primeiro tempo, sofreu um try, um penal e foi para o intervalo com desvantagem de 17 a 8. No início da segunda parte, a seleção brasileira fez outro try, através de João Luiz da Ros, desta vez convertido por Julian, e encostou no placar (15 x 17). As seleções se alternaram no campo ofensivo, mantendo pontuações em ambos os lados com um placar parcial de 20 a 18, devido a outro penal convertido por Julian.

Na segunda metade da etapa final, o Brasil sentiu o cansaço e sofreu com a perda temporária de jogadores por cartão amarelo, culminando com o placar final de 39 a 18 para o adversário.

Sami Arap, presidente da Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) aprovou a postura brasileira. "Assim como ocorreu contra o Chile, o Brasil jogou ofensivamente, ciente de que o adversário era superior tecnicamente. Entretanto, podemos notar uma mudança substancial de postura técnica no campo de jogo. O Brasil deixa para trás seu histórico defensivo e passa a atacar seus adversários em igualdade de condições. É importante ressaltar que o Brasil disputou essa competição com apenas um jogo amistoso contra a Seleção da Província de Misiones, na Argentina. Dando volume de jogos internacionais para nossos atletas, alcançaremos nossos objetivos".

O Brasil alinhou com Danilo Lima, Daniel Danielwicz, Julio Figalo (Lucas Croffi), Vitor Medeiros, Antonio Górios (Reges Comoreto), João Carlos Orioli, Pedro Rosa, João Luiz da Ros, Felipe Claro, Lucas Duque, Moisés Duque Julian Menutti, Fernando Portugal, Daniel Gregg e Rafael Dawailibi. Os cartões amarelos foram para Lucas Duque, Antonio Górios, Julio Figalo e Danilo Lima.

A comissão técnica, liderada por Rodrigo "Toto" Camardon, que conta com o auxílio de Juan Rapetti, técnico dos fowards, além de Nei Vasconcelos e Paulo Meireles, gostou da apresentação.

"O objetivo da equipe era o de ser protagonista do jogo, e isso conseguimos. No entanto é difícil manter um padrão de jogo com 14 jogadores por 40 minutos. O Brasil mostrou que é capaz de superar grandes adversidades", disse Toto. Rapetti também lamentou o fato de a seleção ficar com jogadores a menos durante a partida.

"Foi um jogo muito duro, para as duas equipes. O Brasil jogou uma partida muito boa em toda as suas linhas. Em grande parte do jogo roubou a bola do Uruguai. Foi muito difícil jogar 40 minutos com 14 jogadores, o que influenciou o resultado final",

Na sexta-feira, o Brasil encerra a participação no campeonato contra o Paraguai, que perdeu por 71 a 3 para o Chile na primeira partida do dia. Os dois primeiros colocados classificam-se para enfrentar a Argentina em test-matches em 2012. No Sul-Americano de 2010, Chile e Uruguai classificaram-se para um triangular contra os argentinos, que será disputado logo após a primeira fase do torneio de 2011.

O melhor resultado brasileiro foi o vice-campeonato em 1964, quando a competição continental ocorreu em São Paulo (SP). Ano passado, a seleção terminou no quarto lugar.

A delegação brasileira, que conta com 25 atletas e comissão técnica, passou seis dias em Foz do Iguaçu (PR), com hospedagem, alimentação e local para treinamentos. Antes, realizou diversos períodos de concentração.

Lista de convocados
Antônio Górios - Rio Branco RC
Daniel Gregg - Niterói RFC
Daniel Danielewicz - Desterro RC
Danilo Amaral - Rio Branco RC
David Grael - Niterói RFC
Diego Lopez - Pasteur AC
Eduardo Garcia - Bandeirantes RC
Felipe Zeni - Pasteur AC
Felipe Claro - SPAC
Fernando Portugal - Bandeirantes RC
Gustavo Badino - Pasteur AC
Jardel de Mendonça - SPAC
João Carlos Orioli Junior - Pasteur AC
João Luiz da Ros - Desterro RC
Julian Menutti - Bandeirantes RC
Julio César Figalo - Niterói RFC
Lucas Croffi - Pasteur AC
Lucas Duque - São José RC
Marcelo Danesin - RR Ribeirão
Moisés Duque - São José RC
Pedro Manzini - Bandeirantes RC
Pedro Rosa - Bandeirantes RC
Rafael Dawailibi - São José RC
Reges Portela - Desterro RC
Thiago Maihara - Pasteur AC
Vitor Bezerra - Potiguar RC

Comissão técnica
Treinador - Rodrigo Camardon
Auxiliares - Juan José Rapetti, Nei Vasconcellos e Paulo Redigolo Meireles
Preparador físico - Márcio Corchs
Fisioterapeuta - Michel Kalil

Jogos
Primeira rodada
Brasil 6 x 25 Chile
Uruguai 102 x 6 Paraguai

Segunda rodada
Chile 71 x 3 Paraguai
Brasil 18 x 39 Uruguai

Terceira rodada (Sexta-feira)
Brasil x Paraguai
Uruguai x Chile