Elite do Brasil quer quebrar hegemonia queniana na 86ª São Silvestre

Equipe do Cruzeiro luta contra a hegemonia queniana na São Silvestre / Foto: Sérgio Shibuya / ZDL São Paulo (SP) - Comandada pelo brasiliense Marílson dos Santos (BM&FBOVESPA) e pelo mineiro Franck Caldeira (Cruzeiro), a tropa de elite do Brasil tenta quebrar a sequência de três vitórias masculinas do Quênia na 86ª Corrida Internacional de São Silvestre. A prova de rua mais importante da América Latina, como ocorre tradicionalmente, será realizada na tarde do dia 31. Em 2007, o vencedor foi o queniano Robert Cheruyiot; em 2008 e 2009, o compatriota James Kwambai. Marílson venceu em 2003 e 2005 e Franck em 2006.

Outros brasileiros figuram entre os favoritos ao pódio. Damião Ancelmo de Souza (Pé de Vento) está em ótima forma, tanto que no dia 5 de dezembro foi o terceiro colocado da Volta da Pampulha (perdeu para dois quenianos). Nas 17 provas de rua que disputou nesta temporada, ele venceu 11 e chegou entre os três primeiros nas outras seis. O brasiliense Clodoaldo Gomes da Silva, segundo colocado na São Silvestre de 2006 e o melhor do Brasil (8º) na edição do ano passado também pode surpreender. Vale citar o baiano Giomar Pereira da Silva (Cruzeiro), tricampeão do Ranking Caixa/CBAt de Corredores de Rua e Valdir Sérgio de Oliveira, primeiro no Ranking/CBAt em 2010.

Marílson dos Santos, que também é bicampeão da Maratona de Nova York em 2006 e 2008, garantiu que está preparado para conquistar o tricampeonato no dia 31. "O meu objetivo é ganhar pela terceira vez. Estou bem e vou lutar por esta meta. Não vou entrar para ser segundo ou terceiro. Quero ganhar", afirmou o atleta de 33 anos, morador de Santo André, no ABC paulista, e que dominou com facilidade os 15 quilômetros da Gonzaguinha no dia 12 de dezembro, mesma medida da São Silvestre. Ele chegou quase dois minutos à frente do segundo colocado.

O técnico de Franck Caldeira, último brasileiro a cruzar a linha de chegada da São Silvestre em primeiro, está otimista em um bom desempenho de seu principal atleta como também dos demais representantes do Cruzeiro. "A expectativa é sempre a melhor possível. Temos que tomar cuidado com os africanos, que sempre são fortes candidatos. Mas tenho esperança nos meus atletas. Hoje, o Franck é o que tem mais condições de sair vencedor", comentou.

Franck Caldeira, tricampeão da Volta da Pampulha, bicampeão da Meia Maratona do Rio de Janeiro e medalha de ouro na Maratona dos Jogos Pan-Americanos do Rio, não esconde que uma de suas maiores ambições na carreira é vencer ao menos mais uma vez a São Silvestre. E espera que seja desta vez, apesar de saber das dificuldades de superar os africanos. "Será um sonho realizado se ganhar de novo", avisou o atleta de 28 anos.

Campeões da São Silvestre desde 1991 (quando a prova passou a ter 15k)
2009 - James Kwambai (QUE) - Nike - 44min40s
2008 - James Kwambai (QUE) - 44min42s
2007 - Robert Cheruyiot (QUE) - 45min54s
2006 - Franck Caldeira (BRA) - 44min06s
2005 - Marilson Gomes (BRA) - 44min21s
2004 - Robert Cheruyiot (QUE) - 44min43s
2003 - Marilson Gomes (BRA) - 43min45s
2002 - Robert Cheruyiot (QUE) - 44min59s
2001 - Tesfaye Ragassa (ETI) - 44min15s
2000 - Paul Tergat (QUE) - 43min57s
1999 - Paul Tergat (QUE) - 44min35s
1998 - Paul Tergat (QUE) - 44min47s
1997 - Emerson Izer Bem (BRA) - 44min40s
1996 - Paul Tergat (QUE) - 43min50s
1995 - Paul Tergat (QUE) - 43min12s - recorde da prova
1994 - Ronaldo da Costa (BRA) - 44min11s
1993 - Simon Chemwoyo (QUE) - 43min20s
1992 - Simon Chemwoyo (QUE) - 44min08s
1991 - Arturo Barrios (MEX) - 44min04s

Entrega de kits e chip descartável - Os kits de participação, compostos de camiseta da competição, do manual do atleta e do número de peito, além do chip e medalha de participação, serão entregues nos dias 28 e 29 de dezembro, das 9h as 19h, e no dia 30 de dezembro das 9h as 17h, no Ginásio Mauro Pinheiro, localizado na rua Abílio Soares, 1.300, no Ibirapuera. Como todos os anos, o material não será entregue no dia da prova, nem após a mesma.

Uma das novidades desta edição é a adoção do chip descartável, entregue junto com a medalha de participação no kit do atleta. O objetivo dos organizadores é aumentar a rapidez na dispersão dos corredores na chegada da prova, em função do grande fluxo de pessoas na Av..Paulista por conta da São Silvestre e Reveillon, oferecendo maior segurança e conforto a todos os participantes dentro do novo projeto de urbanização da região.

Até o ano passado, os atletas ficavam numa fila que passava por uma área de um estacionamento para devolver o chip e pegar a medalha. Com a mudança, ao final da corrida, todos poderão dirigir-se ao guarda-volumes pegar seus pertences e retirar o lanche em pontos distribuídos. O guarda-volumes também mudou. Agora será concentrado em 20 caminhões Correio/Sedex estacionados na rua São Carlos do Pinhal, no quarteirão paralelo à chegada.

Novo esquema de fechamento do trânsito - Para facilitar a logística, serão promovidas algumas mudanças no trânsito. Até o ano passado, a interdição de vias na região começava às 10 horas do dia 31. Em 2010, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) começará a intervir a partir da primeira hora do dia, para que, às 14 horas, todo o percurso esteja bloqueado para veículos.

A partir de 1 hora do dia 31, serão interditadas a avenida Paulista (sentido Paraíso/Consolação, no trecho ente as ruas Teixeira da Silva e Peixoto Gomide. A alameda Campinas terá o trânsito de veículos impedido entre a avenida Paulista e a rua São Carlos do Pinhal. A partir das 10 horas, a Paulista ficará fechada na direção Paraíso/ Consolação entre as ruas Peixoto Gomide e Frei Caneca e, no sentido contrário, entre as ruas Padre João Manoel e a alameda Joaquim Eugênio de Lima. Às 13h30, ocorre a interdição, em ambas as direções, das ruas Padre João Manoel e rua da Consolação. Vale lembrar que, a partir dos horários informados, a entrada de veículos na avenida Paulista nos trechos citados estará proibida. Será viabilizada apenas a saída dos veículos estacionados nos prédios localizados nessa via até o horário máximo das 14h00.