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Asma no esporte: doença não precisa ser empecilho para atividade física

Associação Brasileira de Asmáticos reúne informações fundamentais que todo atleta asmático – profissional ou amador – deve saber / Foto: Divulgação

São Paulo - A prática de atividade física regularmente é uma das maneiras mais eficientes de manter a saúde em boa forma. Seja pelo bem estar, lazer ou socialização, as pessoas se engajam em esportes competitivos, com treinamentos intensos, que exigem excessivamente do condicionamento físico. Muitas delas são asmáticas e podem ter sua atividade comprometida.
 
De acordo com a pesquisa ISAAC – Internaciotional Study of Asthma and Allergy in Childhood – a prevalência de asma está aumentando. Uma em cada quatro crianças que começam uma atividade esportiva pode ser asmática. Em atletas de alto rendimento, a prevalência de asma é ainda mais alta e muitas vezes permanecem anos sem diagnóstico. Porém, quando controlada, a asma não regride o desempenho esportivo e os exercícios regulares melhoram os sintomas da doença e a qualidade de vida.
 
Confira alguns pontos fundamentais que chamam atenção dos praticantes de atividade física diária:
 
1. Exercícios físicos também podem desencadear asma
Existem dois perfis de atletas asmáticos: os que têm asma atópica, definida por antecedentes de alergia, rinite e outras doenças alérgicas. Também existem indivíduos sem antecedentes de alergias, histórico familiar ou sintomas na infância, que desenvolvem Asma Induzida por Exercício (AIE) ao longo da carreira ou prática esportiva. Atualmente, a asma é a condição crônica mais prevalente entre atletas de elite. Portanto, exercícios podem desencadear asma. De toda forma, não é desejável que o asmático deixe de fazer atividades físicas. A asma não deve ser um obstáculo que impeça o atleta profissional ou amador de praticar sua modalidade esportiva.
 
2. Se os sintomas de Asma Induzida por Exercício fazem parte da sua rotina esportiva, procure um médico!
Os sintomas do AIE incluem tosse, chiado, aperto no peito e falta de ar, que ocorrem durante ou após a realização de esforço físico. São mais frequentes nos dias frios e secos. Em atletas de alto rendimento, AIE é mais comum, mesmo em indivíduos que nunca apresentaram asma ou alergias. Se esses sintomas fazem parte da sua rotina esportiva, procure um médico para fazer exames de função pulmonar.
 
3. Atletas são mais vulneráveis quando o assunto é sistema respiratório
Apesar de apresentarem condições físicas aparentemente invejáveis, atletas são muito mais vulneráveis quando se refere ao sistema respiratório. Desde 2008, a prevalência de atletas com o fenótipo asma do esporte em relação à asma atópica nos atletas é maior.
 
4. Existe muita dificuldade no diagnóstico de asma em atletas
O diagnóstico de asma em atletas é complicado, já que os sintomas são atípicos ou ausentes. A maioria dos médicos, especialmente os pneumologistas, é treinada para identificar e atender pacientes com insuficiência respiratória e dificuldade para realizar simples atividades da vida diária. Entender que um paciente que corre uma maratona ou percorre uma distância de 80 km pedalando sente-se cansado requer um ajuste.
 
5. Acabe com o preconceito em relação ao tratamento
Mínimas alterações na função pulmonar podem custar os segundos que separam o atleta de sua conquista. Muitos pacientes sabem que têm asma e devem usar a mediação diariamente, mas ainda estão presos a mitos e preconceitos. Asma é uma doença crônica e deve ser tratada todos dos dias. O tratamento do atleta e população geral tem o mesmo pilar, o corticoide inalatório, que está liberado para o tratamento da asma em atletas, assim como os nasais, sem necessidade de autorizações de entidades esportivas. Procure se médico para um tratamento adequado!
 
“Ser atleta nem sempre significa participar de uma modalidade esportiva competitiva. Atleta é o indivíduo que depende do condicionamento físico para realizar as atividades diárias. A educação sobre a asma vem derrubando velhos mitos e preconceitos, propagando informações corretas e promovendo qualidade de vida plena aos pacientes asmáticos e seus familiares. Hoje temos à disposição um grande arsenal de medicamentos muito eficazes e comprovadamente seguros para tratar a asma. Podemos afirmar com certeza que, apesar de não conhecermos a cura da asma, o asmático bem controlado não só pode, como deve ter uma vida completamente normal”,explica Marisa Augusta Trinca, presidente da ABRASP.
 
 

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