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Ciclismo x risco de lesões provocadas por acidentes traumáticos

Largada em Marília / Foto: Márcio Kato / ZDL

São Paulo - Andar de bicicleta é uma boa forma de exercício, por isso não é de admirar que cada vez mais pessoas adotem a bicicleta como forma de divertimento, lazer, prática esportiva e até como um modo de transporte.
 
Na cidade de São Paulo, a “cultura da bicicleta” emerge aos poucos, em meio à “cultura dos grandes engarrafamentos”. Hoje, a CicloFaixa de Lazer de São Paulo possui mais de 120 km de percurso atualmente, chegando a atrair um público de cerca de 120 mil pessoas aos domingos e feriados nacionais, isso sem falar nos 30 km da Ciclovia da Marginal Pinheiros, que apesar da poluição do rio, também tem seus frequentadores assíduos. 
 
“No entanto, os ciclistas precisam estar 100% preparados e cautelosos antes de saírem pedalando por aí, porque as lesões envolvendo bicicletas são muitas, dentre elas, lacerações, distensões e fraturas. E até mesmo casos de lesões mais graves, que podem levar à morte, podem ocorrer”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves de Souza (CRM-SP 87.701).
 
Ciclistas profissionais ou ocasionais estão sujeitos a lesões provocadas por acidentes traumáticos. “Guiar uma bicicleta num grande centro urbano, como São Paulo, é algo similar a dirigir um carro. O condutor precisa observar as regras de trânsito para ajudar a diminuir a incidência de colisões e outras ocorrências traumáticas”, diz o médico.
 
Nos Estados Unidos, a cada ano, cerca de 800 mortes e mais de meio milhão de atendimentos de emergência estão relacionados com a bicicleta.  Segundo informações da Universidade de Washington, os traumatismos cranianos são responsáveis ​​por cerca de dois terços das hospitalizações e de três quartos das mortes em acidentes com bicicletas. O uso de capacetes evitaria cerca de 85% dos ferimentos na cabeça.
 
No Brasil, um estudo com 240 crianças e adolescentes acidentados, realizado pela médica Vera Lúcia Venâncio Gaspar em Minas Gerais há alguns anos, mostrou predomínio da ocorrência com bicicletas (44,6%). E nenhum ciclista usava capacete. No site da Sociedade Brasileira de Pediatria, a médica relata que a maioria das mortes de ciclistas é devido a traumatismo craniano. Por isso, ela destaca a importância do capacete para diminuir a gravidade dos traumatismos cranianos, suas sequelas neurológicas e morte.
 
Dicas de segurança para o ciclista
 
Diante de tantos braços quebrados, entorses de pulsos, distensões e outras lesões relacionadas com a condução da bicicleta, o médico organizou uma lista com algumas dicas de segurança que precisam ser observadas pelos ciclistas:
 
1. Ajuste a bicicleta ao seu tamanho e altura. Certifique-se que a bicicleta é do tamanho adequado para você. “Guidão, altura do assento, bem como sistemas de engrenagens ajustados ajudam a reduzir o risco de lesões por sobrecarga e melhoram o controle da bicicleta. Os joelhos, por exemplo, nunca devem ficar mais altos que o quadril, ou o ciclista pode vir a ter dor e inchaço no seu joelho”, recomenda o ortopedista;
 
2. Mantenha o ritmo. “Andar de bicicleta pode ser um exercício vigoroso. Certifique-se de que você está apto a cruzar a cidade de bicicleta, antes de começar a pedalar. Lembre-se que a distância para ir a algum lugar é a mesma para voltar. Se você se machucar na ida, ou ficar muito cansado, não conseguirá retornar para casa depois”, orienta Caio Gonçalves de Souza, que é Membro Titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia;
 
3. Mude a posição de condução. “Pequenas variações em sua posição durante a condução da bicicleta podem reduzir o estresse em pontos de pressão sobre o corpo, evitando a sobrecarga muscular”, observa o médico;
 
4. Use sempre um capacete. “Certifique-se de que ele se encaixa confortavelmente na sua cabeça, sem obstruir a sua visão. O capacete deve ter fivelas no queixo e ficar bem preso. Estudos têm demonstrado que o uso do capacete de bicicleta pode reduzir as lesões na cabeça”, informa Caio G. Souza;
 
5. Manutenção de sua bicicleta. “Verifique se os componentes mecânicos da sua bicicleta estão em boas condições: freios, pneus, engrenagens, assim como você faria com um carro. Se a bicicleta não estiver em boas condições, não a utilize”, recomenda o médico;
 
6. Siga as regras de trânsito. “Familiarize-se com todas as regras de trânsito para bicicletas em sua cidade ou estado, isso em relação às ciclovias ou ciclofaixas. Obedeça às demais normas de trânsito no que diz respeito a placas e semáforos. Instale refletores traseiros na sua bicicleta, para que os demais motoristas possam antecipar suas ações”, orienta Caio G. Souza;
 
7. Pratique a direção defensiva. “Não ande na contramão do tráfego, pois um impacto frontal contra um automóvel pode ser fatal. Tenha cuidado ao andar ao lado de carros estacionados, evitando ser atingido por uma porta sendo aberta”, diz o médico, professor de Ortopedia da Faculdade de Medicina da Uninove. Na Holanda, onde andar de bicicleta já faz parte da cultura urbana, as pessoas são ensinadas em cursos de educação para motoristas a abrir a porta do motorista com a mão direita, o que obriga o motorista a olhar por cima do ombro esquerdo para ver se um ciclista está se aproximando. Os ciclistas de lá são aconselhados a prestar atenção à "zona da porta", e a andar de bicicleta cerca de quatro metros para a esquerda de onde os carros estão estacionados;
 
8. Evite distrair-se durante a condução da bicicleta. “Não ouça música com fones de ouvido, não fale ao telefone, não fique enviando mensagens de texto ou fazendo qualquer outra coisa que possa obstruir a sua audição ou visão ao conduzir a bicicleta”, avisa o ortopedista;
 
9. Nunca subestime as condições da estrada. Tenha cuidado com superfícies irregulares ou escorregadias;
 
10. Cuidado com o seu nível de combustível. “Como andar de bicicleta é um exercício que gasta muitas calorias, não se esqueça de levar água e lanches para os passeios mais longos. Não se descuide da sua hidratação, beba água de hora em hora durante o passeio de bicicleta”, orienta o Dr Caio;
 
11. Use equipamento apropriado. “Evite roupas largas e use calçado apropriado. Nunca ande descalço ou de chinelos. Já ocorreram muitos casos de lesões em pés e tornozelos devido à lesão contra a corrente da bicicleta. Use luvas acolchoadas. Use calções de ciclismo devidamente acolchoados para passeios mais longos. Use protetor solar”, ensina o médico;
 
12. Supervisione os ciclistas mais jovens em todos os momentos. “Recomenda-se que as crianças andem de bicicleta apenas em áreas fechadas nos primeiros anos e sempre sob a supervisão de um adulto”, recomenda Caio G. Souza;
 
13. Nunca ande de bicicleta sob a influência de álcool e outras drogas. “Essas substâncias afetam o seu equilíbrio e a sua capacidade de tomar decisões rapidamente”, alerta o ortopedista.

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