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Fraturas e lesões musculares ocasionadas pela falta de preparo

Motoristas não respeitam os ciclistas / Foto: Divulgação

São Paulo - Alvo de diversas polêmicas, as bicicletas se tornaram um meio de transporte alternativo que ganha cada vez mais adeptos no Brasil. Somente na cidade de São Paulo, são 472,7 quilômetros de infraestrutura cicloviária composta por ciclovias, ciclorotas e ciclofaixas operacionais segundo dados da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Uma pesquisa realizada pelo “Pedalando na Cidade” em janeiro de 2015, mostra que cerca de 6 milhões de brasileiros residentes no país curtem assuntos relacionados a bicicleta nas redes sociais. Dos entrevistados, 33% usa a ‘magrela’ como transporte, 34% para lazer e 33% como uma forma de fazer exercícios.

Os benefícios para a saúde para o meio ambiente são indiscutíveis. Porém, a falta de preparo tem ocasionado o aumento no número de lesões musculares e as más condições das vias têm impactado no número de acidentes com ciclistas, que acabam fraturando os ossos nessas quedas. “Percebemos que nos últimos seis meses, houve um aumento nos casos de ciclistas com dores lombares e síndrome do trato iliotibial, além de fraturas decorrentes de quedas nas ciclofaixas”, revela André Nogueira Ferraz, fisioterapeuta especializado em esportes e sócio-fundador da Club Fisio - clínica de fisioterapia especializada nas áreas de ortopedia, traumatologia, atm e pilates.
 
Ao adquirir uma bicicleta, a maior parte das pessoas não se preocupa com detalhes como se a altura está adequada ao seu biótipo, ou se o selim está posicionado corretamente, que são itens importantes na hora de praticar o esporte. Com isso, a posição de pedalar se torna agressiva para a coluna lombar, já que o principal fator que agride o disco intervertebral é a flexão do tronco, por aumentar a pressão no disco podendo levar a quadros como protusão discal e até mesmo uma hérnia de disco em casos mais extremos.
 
Outra lesão bem comum entre os praticantes desta atividade, tanto amadores quanto profissionais, é a síndrome do trato iliotibial. Ela se insere na região lateral do joelho e é comumente afetado em esportes cíclicos, ou seja, que o individuo realiza o movimento em um único plano de movimento. 
O tendão acaba inflamado em sua inserção causando dor e limitação do movimento, retração da fáscia do trato iliotibial podendo haver contratura nos músculos tensor da fáscia, glúteo mínimo e glúteo médio.
 
Fraturas

O aumento no número de quedas oriundas de acidentes com as bicicletas mostrou três tipos de fraturas mais comuns: são fraturas do cotovelo, fratura da cabeça do úmero e fratura luxação na clavícula, pelo mecanismo do trauma que se dá com os membros superiores em extensão e a mão espalmada no momento da queda. “Dependendo da extensão da lesão, ela se torna cirúrgica, impactando negativamente na vida das pessoas acometidas”, explica Gustavo Lacreta Toledo, especialista em fisioterapia musculoesquelética, aprimoramento em reabilitação, traumatologia do esporte e ortopedia pediátrica e sócio-fundador da Club Físio.
 
Em média, os tratamentos para esses casos variam de 4 a 8 semanas dependendo da gravidade da lesão. “Quando falamos em tratamento cirúrgico, a reabilitação pode chegar a 6 meses fora da prática esportiva”, afirma Lacreta.

Segundo o relato dos pacientes, as quedas ocorrem com freqüência porque a qualidade do asfalto é baixa e pela grande quantidade de buracos na vias. “Outro problema narrado constantemente, é que por mais que sejam exclusivas, as ciclovias são pouco protegidas e facilmente invadidas por carros e motos, podendo levar a acidentes mais graves. Percebemos que a prática do ciclismo deve ser incentivada, mas falta, e muito, campanhas de conscientização dos motoristas e uma boa preparação para que esses ciclistas estejam 100% seguros em suas atividades, tanto de lazer, como de rotina diária, bem como uma boa preparação física para que eles não venham a se lesionar”, finaliza André Nogueira Ferraz.



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