Com trenós mais modernos, bobsled do Brasil começa luta por vaga

Equipamento já será usado nos últimos treinos em Calgary, antes das classificatórias para Sochi 2014 / Foto: Ken Childs / Divulgação

Rio de Janeiro - Com equipamentos mais modernos e a disposição em alta, o bobsled do Brasil dá início à etapa final de preparação antes de encarar o desafio da disputa pela vaga olímpica para os Jogos Sochi 2014, na Rússia, em fevereiro. Com a abertura das pistas de gelo no hemisfério norte, o primeiro grupo de atletas segue nesta terça, dia 8, para Calgary, no Canadá, onde a seleção brasileira vai se reunir para os últimos treinos com o técnico Cristiano Paes e as primeiras provas valendo a classificação para a competição.

"Finamente conseguimos a verba para a aquisição dos trenós, graças à regularização da CBDG e ao apoio do COB", diz Emílio Strapasson, novo presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, a CBDG, que estava sob intervenção até meados de 2013. "São dois trenós de 2 e um trenó de 4, que adquirimos das equipes de Mônaco e da Suíça. São trenós muito competitivos, com um ou dois anos de uso apenas. Apesar de não serem zero-quilômetro, são os melhores trenós com que o Brasil já competiu."
 
Edson Bindilatti, único piloto de bobsled habilitado do país, está no primeiro grupo que segue para Calgary. "Os trenós devem chegar na quinta ou na sexta-feira. Só vamos ficar uns dois dias sem o novo equipamento lá, mas logo vamos poder trabalhar com esses trenós, testar a velocidade, a dirigibilidade. Não vejo a hora!", diz Bindilatti, que viaja na companhia de Marcelo da Matta, Larissa Antunes da Silva, Sally Mayara Siewerdt e Daividson Henrique de Souza, que não está na equipe de bobsled para Sochi, mas vai para Calgary fazer escola de pilotagem e ainda pode ajudar nos treinos. A piloto da equipe feminina, Fabiana dos Santos, está treinando no Canadá desde junho.
 
No dia 22, Odirlei Pessoni, Fábio Gonçalves, Rodrigo Custódio e Edson Ricardo também tomam o rumo de Calgary para se integrarem à equipe de bobsled. Com eles viajam Francisco Irlândio, Gustavo Henke e Fábio Antônio Marcelino (Mexerica), que vão fazer escola de skeleton - a preparação dos atletas do skeleton visa ao próximo ciclo olímpico e aos Jogos de 2018, na Coreia do Sul.
 
Garra pela vaga em Sochi
 
"Vamos treinar em Calgary até o começo de novembro e esse período vai ser bem bacana. Vai ser a hora da adaptação dos novos atletas e vamos poder sentir como a equipe completa vai se comportar nas competições. Vamos estar com um grupo motivado e isso é sensacional", comemora Bindilatti. "Estamos com uma garra tão grande que vai ser difícil tirar a nossa vaga olímpica."
 
As primeiras disputas classificatórias para Sochi, válidas pela Copa América, serão em Calgary. No dia 17, a seleção viaja para os Estados Unidos, para competir nos Estados de Nova York (Lake Placid) e Utah. "Vamos disputar dez etapas da Copa América. Os sete melhores resultados serão somados para definir nossa posição no ranking mundial", explica Bindilatti. A expectativa pela classificação só vai terminar em 14 de janeiro, após a última etapa da Copa América.
 
"Calculo que vamos ter de ficar entre os 40 primeiros do ranking mundial para conquistar vaga. Mas vamos nos preparar com a cabeça de que temos de ficar entre os 30 melhores", prossegue Bindilatti, acrescentando que, nos Jogos Olímpicos de Inverno, são 12 países na disputa do bobsled feminino e 18 na do masculino. O Brasil vai tentar vaga nos trenós de 2 e 4, com a equipe masculina, e no de 2, com a equipe feminina.