Bolsistas garantem vaga nos Jogos Olímpicos

Dani Carraro / Foto: Arquivo Pessoal

Rio de Janeiro - A Confederação Brasileira de Tiro Esportivo confirmou em seu site que ambas tiveram a titularidade confirmada na equipe que defenderá o Brasil nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Janice, bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, competirá na prova da Fossa Olímpica. Daniela, campeã sul-americana no ano passado, no Chile; e dona de duas medalhas no Campeonato das Américas (ouro no Rio de Janeiro, em 2008; e bronze no México, no ano passado), disputará a prova Skeet.

Janice está no Azerbaijão, onde 14 atletas do Brasil disputam, até o domingo (15.08), a penúltima etapa da Copa do Mundo, na cidade de Gabala. O evento reúne 1.110 atletas, de 90 países, e, além das medalhas, eles brigam pelas 34 vagas que serão distribuídas para os Jogos Olímpicos Rio 2016. Janice compete no sábado (14.08).
 
Nascida em Osório, no Rio de Grande do Sul, Janice, hoje com 53 anos, pratica o tiro esportivo desde 1996. “Eu joguei vôlei por muito tempo e passei para o tiro justamente porque é um esporte que não tem limite de idade”, explicou. "Comecei por acaso, em Bento Gonçalves, e deu certo. Tanto que em 2003, em Santo Domingo, já fui medalhista nos Jogos Pan-Americanos”, recordou.
Para ela, a confirmação da vaga para os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro é algo mágico. Principalmente porque será sua primeira Olimpíada. “Eu estou conquistando algo que é o sonho de todo atleta brasileiro. Para mim é fechar um ciclo muito importante. Acho que vai ser uma sensação muito boa poder ver no rosto dos brasileiros a alegria no momento em que nossos atletas começarem a ter bons resultados no Rio”.
 
Sobre a competição no Azerbaijão, Janice ressaltou o elevado nível técnico e disse que se trata de mais um passo na preparação para 2016. “Aqui é uma Copa do Mundo e é muito maior do que as Olimpíadas em número de atletas. O nível dessa competição aqui está muito alto. Só faltam duas etapas da Copa do Mundo, essa e a próxima, na Itália, em setembro. E todo mundo está querendo a vaga para o Rio. Da minha parte, quero fazer uma boa Copa do Mundo, principalmente já fazendo um trabalho voltado para as Olimpíadas do Rio, no ano que vem”, encerrou.
 
Orgulho da família
Descendente de italianos, Daniela Carraro dificilmente não se apaixonaria pelo tiro. Afinal, em sua família, o esporte é algo de forte tradição. “Sou de ascendência italiana e em algumas regiões da Itália o tiro é bastante praticado. Desde meu tataravô, sempre houve alguém na família que praticava o tiro”, contou a atleta. Com isso, ela começou a dar os primeiros tiros bem cedo, influenciada pelo pai. “Com 4 anos já comecei a atirar, de chumbinho. E com 8 anos comecei no tiro ao prato”.
 
O tiro foi levado como um hobby por um bom tempo. Até que os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007 mudaram a vida de Daniela, hoje com 30 anos. “Minha carreira como atleta de alto rendimento nasceu em 2007, quando um amigo perguntou se eu não iria para o Pan”, recorda. “Isso nem passava pela minha cabeça. Mas ele me disse que só eu praticava o skeet feminino no Brasil e falou que se eu não participasse o país ficaria sem ninguém nessa prova no Pan. Aí a Confederação entrou em contato comigo, comecei a treinar com um técnico da Confederação, o Carlo Danna, que é o meu treinador até hoje, e a partir daí tudo começou”, detalhou a atiradora.
 
A confirmação de seu nome para os Jogos do Rio 2016 já era algo que ela esperava.  “Essa vaga não foi uma grande surpresa, para ser bem sincera. Como o tiro não é muito difundido do Brasil, existem pouquíssimas atletas na minha prova. Por ser país-sede, a Confederação tinha que indicar uma atleta para essa prova e eu sou a única brasileira com índice e a única que compete fora do país. Eu fiz esse índice no ano passado em todos os campeonatos internacionais que participei e estava esperando só a oficialização de que a vaga seria minha”, explicou.
 
Entretanto, quando a confirmação veio, a alegria na família foi enorme. Afinal, pela primeira vez, apesar de toda a tradição, os  “Matarazzo Carraro” terão a honra de ver um representante disputar os Jogos Olímpicos.
 
“É uma coisa que todos apóiam muito. Todos estão muito orgulhosos e para mim é um motivo de grande felicidade. Eu já fui a alguns Pans, estive em Toronto, no mês passado, mas essa vai ser minha primeira Olimpíada. Participar de uma Olimpíada é o maior sonho de todo atleta e sendo no nosso país é ainda mais especial. Tenho muita sorte e sou muito grata por ter essa oportunidade e farei tudo o que estiver ao meu alcance para estar no Rio competindo da melhor forma possível”.
 
Apoio no trabalho

Formada em administração de empresas, Daniela, depois do Pan do Rio, foi forçada a dar um tempo no esporte para se dedicar ao início da carreira profissional. Mas, assim que conseguiu se firmar no mercado, voltou com tudo ao tiro e essa decisão a levou aos Jogos Rio 2016.
 
Hoje, ela comemora o fato de trabalhar em uma empresa que a apóia e que entende suas necessidades como atleta de alto rendimento. “Eu fiquei um tempo sem atirar depois do Pan, pois tinha me formado e tinha iniciado a minha carreira profissional. Passei alguns anos sem atirar, cresci na minha carreira e atingi um nível em que posso negociar uma certa flexibilidade em meu trabalho. Graças a Deus, hoje eu atuou em uma empresa que permite que eu tenha essa flexibilidade”, comemora.
 
Daniela treina entre três e quatro vezes por semana e, com a vaga confirmada, já sabe o que pretende fazer até agosto de 2016, quando defenderá o país no Rio de Janeiro. “Estou me programando para fazer o melhor do que eu posso nesse último ano. Pretendo participar de todas as etapas da Copa do Mundo. Esse ano, vou competir na Itália, em setembro. Depois disso, sigo treinando e, no ano que vem, vou participar de três etapas da Copa do Mundo antes das Olimpíadas”, adiantou.


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