Seleção brasileira conta com trabalho multidisciplinar em Deodoro

Brasileiros fizeram trabalho em Deodoro / Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Lidar com desafios requer atenção multidisciplinar constante ao atleta e, com este intuito, diversos segmentos profissionais atuam nos bastidores dos treinamentos e testes da seleção brasileira de tiro esportivo no centro nacional em Deodoro, no Rio de Janeiro. 
 
No local, Felipe Wu, Ana Luiza Ferrão e todos os atletas da seleção permanente contam com equipe multidisciplinar que engloba preparadores físicos, médico, nutricionista, psicólogos e fisioterapeuta, além da equipe técnica com treinador, auxiliar técnico, coordenador geral e coordenadores de disciplina. Outro grupo de funcionários garante a administração e manutenção do centro de treinamento.
 
O psicólogo Silvio Aguiar, ex-atleta e ex-técnico da equipe brasileira, vem desenvolvendo trabalho de monitoramento de ondas cerebrais através da técnica chamada de neurofeedback. “Percebi, como psicólogo e também como técnico, que um dos trabalhos fundamentais é preparar o atleta para as respostas adequadas aos estímulos externos no momento da competição. Por isso, treinamos as habilidades neurológicas, para avaliar como o atleta está reagindo a estes estímulos”.
 
“Sabemos que o diferencial do competidor recai no controle emocional e nas respostas psicofisiológicas. No tiro esportivo, há uma série de respostas que podem acontecer de forma inadequada, como um tremor ou uma contração muscular, que vão interferir diretamente na precisão. Trabalhamos o atleta para que, no momento da competição, tenha a tranquilidade psíquica esperada para apresentar a mesma performance do treino, ou até melhor”, detalha o psicólogo, com a experiência de quem já sentiu na pele os desafios de Jogos Olímpicos, ao ter participado, como atleta, dos Jogos de Moscou, em 1980, e de Los Angeles, em 1984.
 
O trabalho foi incorporado aos treinamentos da seleção permanente neste ano e o objetivo é que, antes de aplicar os testes específicos para o alto rendimento, o neurofeedback possa ajudar, em primeira fase, a melhorar a performance cerebral como um todo. “Neste primeiro momento, buscamos fazer com que diferentes áreas do cérebro possam se comunicar de forma mais eficaz. O início permite estipular o melhor treino para cada atleta e teremos tempo hábil para analisar cada modelagem cerebral para a próxima etapa, em que treinamos o cérebro para responder a desafios do esporte”, conta.
 
A próxima fase incluirá os testes com foco no alto rendimento. “A maioria dos atletas não tem o hábito de fazer o teste psicofisiológico e queremos criar este hábito na sua agenda de treinos, disponibilizando o teste a todos eles no centro de treinamento em Deodoro”, explica o psicólogo. Os testes são esporádicos e complementam o acompanhamento psicológico feito sistematicamente. “A psicologia do esporte tem uma conduta cognitivo-comportamental e, no tiro esportivo, um esporte individual, extremamente solitário e que depende única e exclusivamente do atleta, torna-se fundamental”, completa Luciano Parreira, da CBTE.
 
A seção de fisioterapia do centro nacional também se destaca por utilizar um programa de fisioterapia preventiva para evitar lesões, sobretudo no ombro, uma característica dos atletas, além da reabilitação, que utiliza inclusive técnicas de acupuntura. Conhecer a fisiologia do atleta é outro passo importante para cada modalidade. Por isso, antecipa o dirigente da confederação, “o próximo passo da área médica é fazer testes de resposta fisiológica com análise glicêmica. A partir destes estudos, é possível o setor nutricional estabelecer, individualmente, que tipos de alimentos são melhores para cada um. Isso varia muito de atleta para atleta e de esporte para esporte”, explica Luciano.
 
O centro nacional de treinamento - Localizado no Complexo Esportivo de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro, o CNTE sediará as competições de Tiro Esportivo dos Jogos Olímpicos e dos Jogos Paraolímpicos de 2016. Construído para os Jogos Pan-americanos de 2007, o local é mantido pelo governo federal.
 
Desde então, vêm sendo realizadas instruções constantes de tiro esportivo para integrantes da equipe nacional, e uma série de competições regionais, nacionais e internacionais, como o Sul-americano e uma das etapas da Copa do Mundo de Tiro Esportivo em 2008 e o Mundial Militar do esporte em 2010, assim como os Jogos Mundiais Militares em 2011 e as seletivas para a Copa do Mundo de Tiro Esportivo no ano passado.
 
Com mais de 50 mil metros quadrados de área construída em estilo moderno, que lhe rendeu prêmios de Arquitetura internacionais, o CNTE fica situado em uma área que remonta aos primórdios da participação brasileira no maior evento esportivo do mundo, e a um marco histórico. A Vila Militar, onde foi erguido o Complexo Esportivo de Deodoro, já servia de treinamento quase cem anos atrás para o tenente Guilherme Paraense, que conquistou a primeira medalha de ouro brasileira em Jogos Olímpicos, em Antuérpia, na Bélgica, no ano de 1920.

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