1ª Travessia Poliana Okimoto é cancelada devido ao mau tempo
Santos - As lágrimas da medalhista olímpica nas maratonas aquáticas da Rio 2016 demonstravam frustração e, ao mesmo tempo, resiliência. A 1ª Travessia Poliana Okimoto precisou ser cancelada, devido ao mau tempo na Baixada Santista. O anúncio foi feito pela ex-atleta durante o evento na manhã deste domingo (4) para mais de 500 pessoas que esperavam pela competição, na praia do Guaiuba, em Guarujá, litoral de São Paulo.
"Acho que nunca esperei tanto por uma prova e nunca sairei tão frustrada, como estou saindo hoje. Estou muito chateada, mesmo, peço desculpas a todos", lamentou a ex-maratonista, ovacionada pelo público, com gritos de incentivo e pedidos de uma nova data.
Ela comparou à experiência na Olimpíada de Londres, em 2012, quando abandonou a prova por condições climáticas. À época, teve hipotermia, correspondendo a uma diminuição excessiva da temperatura normal do corpo. "Naquele momento, a medalha escapou das minhas mãos. Hoje, a primeira Travessia Poliana Okimoto também escapou. Mas a segurança de vocês vem em primeiro lugar, sempre", disse, categoricamente, reforçando a necessidade de cuidados com crianças e adultos que nadariam pela primeira vez.
"Meu sonho é o de incentivar a garotada a começar nas maratonas aquáticas. Consegui reunir novos atletas aqui, a partir dos 9 anos de idade. Não posso colocá-los em risco. Eu, que tenho experiência há 20 anos em competições oficiais, teria medo de competir nesse mar. A intenção é o evento seja para todos se divertirem", completou.
A programação contava com duas provas distintas: a de 500m, para atletas iniciantes, e a de 2km para competidores de elite, experientes em águas abertas. A largada da prova de 500m aconteceria, em ponto, às 8h30 para o masculino, 8h30 para o feminino; na de maior percurso, a largada era prevista, aos homens, para às 9h30, e 9h35 para as mulheres.
Esperançosa para que a maré baixasse, a organização solicitou aos participantes uma espera de 40 minutos até que a comissão técnica pudesse decidir. De acordo com Igor de Souza, ex-diretor da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e organizador-técnico da 1ª Travessia Poliana Okimoto, foi cogitado até um percurso alternativo para os participantes.
"A velocidade dos ventos passou de 45km/h no último sábado, o que impactou bastante para a nossa competição. O mar cresceu, gerou dificuldades. As embarcações não conseguiam arrastar uma boia para as demarcações do percurso no mar", explicou.
A intenção, conforme Igor de Souza, é que a segunda edição da Travessia Poliana Okimoto aconteça em 2019. "Não temos uma data definida ainda. Vamos conversar sobre isso a partir do próximo mês para planejarmos, com calma", adiantou.
Com grande procura pelo público, a 1ª Travessia e Workshop Poliana Okimoto, promovidos pela própria medalhista olímpica de 2016, contou com a presença de nomes da elite da maratona aquática, como Betina Lorscheitter e Alexandre Finco, além de Etiene Medeiros, três vezes campeã mundial de natação. "Uma pena não ter acontecido a Travessia, mas a Poliana é bastante criteriosa, preza pelo bem estar de todos. É uma inspiração, uma atleta completa e uma pessoa incrível. O evento foi muito bem organizado, estão todos de parabéns", disse a recordista nos 50m de nado costas, que compete pelo SESI/SP.
O público não saiu de mãos vazias. Poliana ficou a manhã inteira autografando toucas, tirando fotos com os fãs, arrancando admiração do público, tanto juvenil quanto dos adultos. "A história da Poliana é de muita superação e o cuidado que ela teve conosco desde o workshop, alinhando até as caronas do pessoal, mostrou o quanto ela tem carinho pelo que faz. Muito humana, muito linda por dentro e por fora", disse Maria do Socorro Melão, de 64 anos, inscrita na prova de 500m.
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