Conheça os desafios da Volta à Ilha de Key West

Marcos Campos representa as cores do Brasil na Travessia considerada Top12 das Américas / Foto: FKCC Swim Around Key West Facebook

EUA - A Ilha de Key West, situada no Sul da Flórida, nos Estados Unidos, é um dos lugares mais impressionantes de se conhecer. Parte da famosa Florida Keys, conjunto de ilhas paradisíacas interligadas por pontes gigantes, a cidade é o ponto de terra continental mais próximo de Cuba, ou seja, porta de entrada de muitos imigrantes.
 
Cruzar as 90 milhas entre Cuba e EUA não é nada fácil. A patrulha fronteiriça está de olho 24 horas por dia, de segunda à domingo, nas embarcações, sejam oficiais ou improvisadas, para evitar a entrada ilegal na terra do Tio Sam. O local porém ganhou um destaque especial em 2013, quando a norte americana Diana Nyad, de 64 anos, partiu de Havana e se tornou a primeira pessoa a chegar nadando em solo norte-americano sem a ajuda de equipamentos. Foram 52 horas para percorrer 166km, recorde mundial de nado mais longo sem assistências (nem jaula anti-tubarões ou roupas de neoprene).
 
Mas as águas de Key West também tem seu próprio desafio. A tradicional Volta à Ilha de Key West está no Top12 das maiores travessias das Américas. O percurso de 12,5 milhas (aproximadamente 20km) parte no Golfo do México, parte no Oceano Atlântico, é um dos mais belos do mundo segundo fãs da natação em águas. Todavia, a maratona aquática organizada pela Florida Keys Community College (FKCC), chancelada pela Federação Mundial de natação em águas abertas (WOWSA), não é sempre um "mar de rosas". 
 
A temperatura elevada da água, em torno de 28 graus, além do calor ambiente, com sensação térmica acima de 36 graus, pode ser um desconforto para quem tem pela frente de 3 a 5 horas nadando. Além disso, o vento sopra forte na região, deixando o mar agitado. A mudança repentina de tempo também é algo comum, exigindo assim flexibilidade do atleta para lidar com imprevistas pancadas fortes de chuva. 
 
"Faz parte da modalidade entender os aspectos naturais e imprevisíveis de cada travessia, mas algumas características da prova que para muitos podem parecer ruins, como o calor, para mim são um ponto forte. Eu sempre me senti bem nadando em águas quentes, com o clima mais quente. Além disso tem uma corrente favorável em uma parte da ilha e vou procurar aproveitá-la o máximo possível para fazer um tempo bacana", contou Marcos Campos, nadador de Taubaté (SP), que será o único representante brasileiro na disputa da prova em 2016, marcada para o dia 18 de junho. 
 
O nadador terá a chance de bater o tempo de seu técnico, Samir Barel, vice-campeão da prova em 2013 (3h51min44) e melhor resultado do país na competição. O atual recorde da travessia pertence ao venezuelano Juan Luis Martinez, primeiro colocado de 2013 (3h51min00,) além de ser o primeiro e até o momento único sul-americano campeão da prova. "Key West já é um sonho antigo. Visitei há alguns anos, um lugar fantástico e quando soube da prova fiquei muito empenhado em fazer. A expectativa é grande, a preparação foi dura, séries longas de 5 até 9km constantes para dar segurança e paciência para segurar firme várias horas nadando direto. Vamos pra cima!", finaliza o atleta. 
 
Marcos Campos tem 32 anos e é natural de Taubaté. Apaixonado pela natação em águas abertas desde 2008, é tricampeão e atual recordista da 14 Bis (24km), a mais tradicional travessia aquática do Brasil. Em 2013, foi Top-10 na maior travessia do planeta, a Hernandárias-Paraná (Argentina, 88K) e encarou algumas provas do Grand Prix de Águas Abertas da FINA, principal circuito de longa distância da modalidade. Atualmente o paulista está em busca de novos desafios e percursos, visando divulgar a maratona aquática e seus benefícios. 
 

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