Saltadores criticam liberação tardia do Maria Lenk: “covardia”

Novo Maria Lenk foi liberado apenas na última sexta e brasileiros lamentam / Foto: Esporte Alternativo

Rio de Janeiro – A tradicional vantagem que os atletas anfitriões dos grandes eventos esportivos têm em relação aos estrangeiros não ocorreu para os saltadores brasileiros que disputarão a Copa do Mundo de saltos ornamentais, a partir do próximo dia 19 até o dia 24 de fevereiro.
 
Isso porque o Parque Aquático Maria Lenk foi liberado para os brasileiros tardiamente, junto com os estrangeiros. A situação revoltou alguns atletas que estavam acostumados a treinarem em estruturas ruins, segundo eles, e agora têm que se adaptar às modernas plataformas do Maria Lenk, disputando espaço com dezenas de atletas estrangeiros.
 
“Nós nunca temos vantagem em relação aos nossos concorrentes. Usando como exemplo essa Copa do Mundo, onde a piscina foi liberada para os brasileiros no mesmo dia em que foi liberada para os outros atletas. A vantagem de estar em casa nós não temos, porque a aparelhagem onde nos treinamos é antiga, e a que a gente se deparou no primeiro treino para a Copa do Mundo é maravilhosa. Chega a ser covardia com a gente, porque é muito diferente”, afirmou Juliana Veloso, que já esteve em quatro Olimpíadas pelo Brasil.
 
A atleta se disse com raiva por não ter tido a oportunidade de treinar com a nova estrutura antes. “Treinei tão bem num trampolim ruim, agora tenho que me adaptar com esse em uma semana com um treinamento onde tem 130 atletas disputando o mesmo lugar? É um pouco frustrante neste aspecto. A gente tem que contar com a torcida mesmo, com o calor humano, estar no nosso ambiente. Isso é o que vai fazer a diferença”, emendou.
 
Quarta colocada nos Jogos Pan-Americanos de Toronto na dupla com Juliana, Tammy Galera fez coro à insatisfação da parceira e citou ainda a diferença de pontos de referência que as atletas brasileiras tem com as estrangeiras.
 
“Infelizmente liberaram uma semana só antes da competição, na sexta à tarde. Se fosse liberado um mês antes teria sido perfeito. Não só o trampolim e a plataforma mudam, de ser mais mole o trampolim ou a plataforma ser diferente... Mas principalmente o ponto de visão que a gente tem, a referência. Essa piscina agora tem listras no fundo, a nossa não tem. A gente vê muita árvore [no Fluminense, seu clube], e no Maria Lenk não tem nada. É muito diferente”, lamenta Tammy.
 
Ainda assim, as atletas torcem para que o Maria Lenk seja liberado, após a Copa do Mundo, para treino dos atletas brasileiros até as Olimpíadas, em agosto.
 
Veja Também: